“Com muito Amor e Carinho, desejo-te um Feliz Dia do Pai, meu Pai!
Obrigado por seres quem és!
Obrigado por seres o pai que és e sempre foste – o melhor que poderia desejar ter!...
... Um abraço!”
Este o miminho que o meu filho primogénito, o Pedro Miguel, me enviou, mal surgiu no calendário o dia do pai. Soube-me tão bem! As coisas mais simples são as que aparentam ser as mais sinceras, as mais sentidas. Não admira, pois, que calem fundo no peito de quem as recebe como destinatário privilegiado. Obrigado fico eu, meu querido filho, por mais esta prova de amor. E se não fui bem o pai que desejavas e precisavas ter, (e sei que não fui. Nunca se consegue ser o pai ideal, por mais que se pretenda) desculpa qualquer coisinha. Foi porque não soube e não pude. Salve-se a recta intenção com que sempre exerci as árduas e difíceis funções de pai.
Depois do jantar, as prendas. Em nome do filho Luís Manuel (tragicamente privado de vida aos sete anos e meio); e em nome do neto Luís Tiago (a minha mais recente, caudalosa e revigorante fonte de vida) a mãe e avó Maria Teresa ofereceu-me uma camisola meia-estação, para mais verde-claro, a eterna cor da esperança. O Pedro Miguel ofereceu-me um livro do Joaquim Mestre – BREVIÁRIO DAS ALMAS. A Susana brindou-me com os CÃES LETRADOS do Cristóvão de Aguiar, com mais uma das suas sempre apetitosas dedicatórias: «Cristóvão de Aguiar – açoriano de gema, como nós – de certeza que comunga dos nossos valores mais intrínsecos, que só o contacto com o mar e com o ambiente puro e límpido dos Açores produz em nós uma tranquilidade de espírito e de alma inigualável no universo! Desfruta das suas palavras e letras, pois naquele ambiente salutar à mente, até os cães se podem considerar letrados!
Para o meu pai, homem letrado e culto, um grande beijinho da sua filha
Susana»
Esta dedicatória encontra-se serpenteada por uns rabiscos com que o Luís Tiago, (numa antecipação estratégica e táctica à mãe) teve por bem gravar, numa figuração do mar ondulado dos Açores que ainda não conhece, mas que interiorizou e saboreou, por certo, nos meses em que viveu mergulhado no líquido amniótico, sei lá se não azul e salgado, tal a paixão de sua mãe, açoriana de gema, terceirense de gema, praiana de gema e angrense de coração e razão, nutre desde a infância por aqueles mares azuis, pelo céu azul que ao mar se enlaça no perpétuo movimento de nuvens e vagas, tal como pelo verde telúrico das suas primeiras e marcantes referências.
Todos estes galhardetes neste dia do pai, para mim ainda marcado pela manhã passada na “sala de chuto”, a receber o último tratamento desta série de doze ciclos de três semanas cada, o trigésimo sexto tratamento, portanto. Fim desta via-sacra calcorreada ininterruptamente desde finais de Julho, mas que, se quisermos recuar aos seus primórdios, já dura há quase três anos? Bom seria, mas desconfio que ainda não. Pausa para descanso do guerreiro, muito principalmente para poder ser feito o balanço e ser decidido em conformidade. O médico entregou-me uma requisição para análises abrangentes, de forma a constituírem um bom meio de diagnóstico e terapêutica, à falta, para já, de um TAC, este, sem dúvida, um exame mais conclusivo. Análises na próxima terça-feira; visita ao Dr. Manuel Domingos no dia seguinte, para novo veredicto deste bom médico e bom homem. Competente, sabedor, responsável, metódico, zeloso, dedicado e delicado, humanista de primeira apanha nas palavras e nas obras, deposito nele a máxima confiança, admiração e amizade. Aguardo, pois, serena e confiadamente, o desenrolar dos acontecimentos. O que for se verá e aceitará sempre com o espírito de luta pela Vida, certo de que na Vida e com a vida é que se está bem, é que eu me sinto bem, malgrée tout, como diriam os nossos amigos de Peniche, os franceses.
Obrigado por seres quem és!
Obrigado por seres o pai que és e sempre foste – o melhor que poderia desejar ter!...
... Um abraço!”
Este o miminho que o meu filho primogénito, o Pedro Miguel, me enviou, mal surgiu no calendário o dia do pai. Soube-me tão bem! As coisas mais simples são as que aparentam ser as mais sinceras, as mais sentidas. Não admira, pois, que calem fundo no peito de quem as recebe como destinatário privilegiado. Obrigado fico eu, meu querido filho, por mais esta prova de amor. E se não fui bem o pai que desejavas e precisavas ter, (e sei que não fui. Nunca se consegue ser o pai ideal, por mais que se pretenda) desculpa qualquer coisinha. Foi porque não soube e não pude. Salve-se a recta intenção com que sempre exerci as árduas e difíceis funções de pai.
Depois do jantar, as prendas. Em nome do filho Luís Manuel (tragicamente privado de vida aos sete anos e meio); e em nome do neto Luís Tiago (a minha mais recente, caudalosa e revigorante fonte de vida) a mãe e avó Maria Teresa ofereceu-me uma camisola meia-estação, para mais verde-claro, a eterna cor da esperança. O Pedro Miguel ofereceu-me um livro do Joaquim Mestre – BREVIÁRIO DAS ALMAS. A Susana brindou-me com os CÃES LETRADOS do Cristóvão de Aguiar, com mais uma das suas sempre apetitosas dedicatórias: «Cristóvão de Aguiar – açoriano de gema, como nós – de certeza que comunga dos nossos valores mais intrínsecos, que só o contacto com o mar e com o ambiente puro e límpido dos Açores produz em nós uma tranquilidade de espírito e de alma inigualável no universo! Desfruta das suas palavras e letras, pois naquele ambiente salutar à mente, até os cães se podem considerar letrados!
Para o meu pai, homem letrado e culto, um grande beijinho da sua filha
Susana»
Esta dedicatória encontra-se serpenteada por uns rabiscos com que o Luís Tiago, (numa antecipação estratégica e táctica à mãe) teve por bem gravar, numa figuração do mar ondulado dos Açores que ainda não conhece, mas que interiorizou e saboreou, por certo, nos meses em que viveu mergulhado no líquido amniótico, sei lá se não azul e salgado, tal a paixão de sua mãe, açoriana de gema, terceirense de gema, praiana de gema e angrense de coração e razão, nutre desde a infância por aqueles mares azuis, pelo céu azul que ao mar se enlaça no perpétuo movimento de nuvens e vagas, tal como pelo verde telúrico das suas primeiras e marcantes referências.
Todos estes galhardetes neste dia do pai, para mim ainda marcado pela manhã passada na “sala de chuto”, a receber o último tratamento desta série de doze ciclos de três semanas cada, o trigésimo sexto tratamento, portanto. Fim desta via-sacra calcorreada ininterruptamente desde finais de Julho, mas que, se quisermos recuar aos seus primórdios, já dura há quase três anos? Bom seria, mas desconfio que ainda não. Pausa para descanso do guerreiro, muito principalmente para poder ser feito o balanço e ser decidido em conformidade. O médico entregou-me uma requisição para análises abrangentes, de forma a constituírem um bom meio de diagnóstico e terapêutica, à falta, para já, de um TAC, este, sem dúvida, um exame mais conclusivo. Análises na próxima terça-feira; visita ao Dr. Manuel Domingos no dia seguinte, para novo veredicto deste bom médico e bom homem. Competente, sabedor, responsável, metódico, zeloso, dedicado e delicado, humanista de primeira apanha nas palavras e nas obras, deposito nele a máxima confiança, admiração e amizade. Aguardo, pois, serena e confiadamente, o desenrolar dos acontecimentos. O que for se verá e aceitará sempre com o espírito de luta pela Vida, certo de que na Vida e com a vida é que se está bem, é que eu me sinto bem, malgrée tout, como diriam os nossos amigos de Peniche, os franceses.
3 Comentários:
Às 20 de março de 2009 às 22:52 , Carecaloira disse...
Eu acredito que tudo irá correr bem.
O amigo merece.
Bom fim-de-semana
Um beijinho
Marina
Às 21 de março de 2009 às 08:59 , Branca disse...
Olà André,
Já tinha passado e me tinha deliciado com as suas alegrias do dia do Pai. O resto vai correr tudo bem, com esse espírito guerreiro a batalha já está ganha.
Pois, entretanto não escrevi antes porque estive a construir uma prenda para si, para nós, para todos e queria vir falar-lhe dessa surpresa, mas tem que a ver lá no meu sítio e precisava que me dissesse em que livrarias se vende, pois à hora que acabei não pude obter essa informação preciosa e só mencionei o sítio onde sei que está, aqui no Porto.
Beijinhos.
Branca
Às 25 de março de 2009 às 22:51 , Andre Moa disse...
Cara Branca,
Já passei pelo seu blogue. Gostei muito.
Beijinhos.
André Moa
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