UMA VIDA EM VERSOS COM REVERSOS
In illo tempore com um amigo inglês, prof. de violino no Conservatório de Angra-do-Heóísmo
P(OVO)
EDIÇÃO DO AUTOR
COMPOSIÇÃO E IMPRESSÃO DE JOSÉ DINIS
Outubro/1979
ERA UMA VEZ UM PAÍS
era uma vez um país
que nunca foi o que quis
matagal sobre a raiz
coutada de rei juiz
general padre aprendiz
de feiticeiro feliz
banqueiro como quem diz
homem de dinheiro cabeça de perdiz
era uma vez um país
SERÁ UM DIA UM PAÍS
será um dia um país
todo sonhado de novo
inventado desde a raiz
com esmero pelo povo
será um dia um país
com abril sol primavera
nunca mais sendo o que era
será um dia um país
ERA UMA VEZ
era uma vez
um operário
a malvadez
crucificou-o
no calvário
era uma vez
um sonhador
veio o burguês
amordaçou-lhe
o ardor
EDIÇÃO DO AUTOR
COMPOSIÇÃO E IMPRESSÃO DE JOSÉ DINIS
Outubro/1979
ERA UMA VEZ UM PAÍS
era uma vez um país
que nunca foi o que quis
matagal sobre a raiz
coutada de rei juiz
general padre aprendiz
de feiticeiro feliz
banqueiro como quem diz
homem de dinheiro cabeça de perdiz
era uma vez um país
SERÁ UM DIA UM PAÍS
será um dia um país
todo sonhado de novo
inventado desde a raiz
com esmero pelo povo
será um dia um país
com abril sol primavera
nunca mais sendo o que era
será um dia um país
ERA UMA VEZ
era uma vez
um operário
a malvadez
crucificou-o
no calvário
era uma vez
um sonhador
veio o burguês
amordaçou-lhe
o ardor
era uma vez
um companheiro
fiel
a estupidez
ofereceu-lhe
fel
era uma vez
um homem
um camarada
sei de quem lhe
fez
uma emboscada
era uma vez
um revolucionário
foi
cortado em três
e encerrado
num sacrário
era uma vez
um homem
bom
sangraram-lhe
a tez
sem tom
nem som
era uma vez
um homem
esforçado
camponês
foi
esbulhado
era uma vez
um perdulário
a cupidez
roubou-lhe
o salário
era uma vez
um trabalhador
era uma vez
um acto de amor
era uma vez
AO COMPANHEIRO ABATIDO
tu não tombaste companheiro
a tua sombra dilatou-se
sem mesura
se eras grande agora és gigante
a tua imagem tem a tua
altura exacta
o povo atento
e caminheiro
vai alcançar-te
um pouco mais adiante
A TODOS OS HOMENS COMPANHEIROS
cresceste para além
das fronteiras naturais
no mar não há gotas
há oceanos
ultrapassaste
os contornos do ser
de seres um
entre os iguais
de teres tempo
espaço e forma
tamanho e vontade
o braço é ramo
o porte é tronco
a acção raiz
mergulhaste
num povo
na corrente
de um país
André Moa
um companheiro
fiel
a estupidez
ofereceu-lhe
fel
era uma vez
um homem
um camarada
sei de quem lhe
fez
uma emboscada
era uma vez
um revolucionário
foi
cortado em três
e encerrado
num sacrário
era uma vez
um homem
bom
sangraram-lhe
a tez
sem tom
nem som
era uma vez
um homem
esforçado
camponês
foi
esbulhado
era uma vez
um perdulário
a cupidez
roubou-lhe
o salário
era uma vez
um trabalhador
era uma vez
um acto de amor
era uma vez
AO COMPANHEIRO ABATIDO
tu não tombaste companheiro
a tua sombra dilatou-se
sem mesura
se eras grande agora és gigante
a tua imagem tem a tua
altura exacta
o povo atento
e caminheiro
vai alcançar-te
um pouco mais adiante
A TODOS OS HOMENS COMPANHEIROS
cresceste para além
das fronteiras naturais
no mar não há gotas
há oceanos
ultrapassaste
os contornos do ser
de seres um
entre os iguais
de teres tempo
espaço e forma
tamanho e vontade
o braço é ramo
o porte é tronco
a acção raiz
mergulhaste
num povo
na corrente
de um país
André Moa
12 Comentários:
Às 28 de agosto de 2010 às 06:41 , Osvaldo disse...
Caro irmão;
Primeiro,... vê-se pela foto que o tempo não passa por ti, estás tal&qual, heimmm.
Segundo,... as cinco composições poéticas estão excelentes, não saberia dar um prémio para a melhor porque sinceramente todas ficariam no primeiro lugar.
Um abraço e até breve.
Osvaldo
Às 28 de agosto de 2010 às 09:26 , Laura disse...
Era isso que ia dizer, olh'ó Moa todo janota, parece o mesmo já que as rugas essas marcas que o tempo se compraz em dar-nos, não se notam daqui!...e além disso apenas coloriste a barba de branco.
Escrita em sentimento profundo observando a luta de todos para sobreviver num tempo em que viver era contra a lei natural das coisas. Tudo porque o homem só pensava em querer e poder...
Mais poesia que mostra que estás no mundo a lutar para que essa cosia boa, aconteça um dia e seja igual para todos no aspecto; Paz, Amor, Educação, Harmonia...
Beijinho da laura
Era uma vez sim, meu querido Moa mas daqui a pouco a escrita será diferente, porque o homem atingirá enfim a liberdade sonhada! Vai levar tempo, claro que vai, mas sem pressas, chegaremos lá!
Às 28 de agosto de 2010 às 10:24 , Maria disse...
Querido André
Gostei dos versos. Tenho andado fugida por causa de uma distensão muscular que me lixou as costas. Não cinsigo estar muito tempo sentada.
Como estás?
Beijos para ti e familia
Maria
Às 28 de agosto de 2010 às 15:04 , Zé do Cão disse...
Um grande abraço.
Já tenho saudades vossas.
Às 29 de agosto de 2010 às 16:33 , Je Vois La Vie en Vert disse...
Olá André,
Então gostaste do chá que te ofereci ontem virtualmente ? a vantagem é poderes imaginar um delicioso sabor, o que nem sempre encontras nos teus chás de fitoterapia. Mas é essencial é fazerem-te bem ! E vendo as fotografias e conhecendo-te agora, a diferença é mínima. Só usas agora uma tinta para o cabelo de cor diferente....
Tudo na vida começa por "era uma vez"...mas todos não conseguem fazer versos com esta frase, Mestre Moa!
Beijinhos
Verdinha
Às 29 de agosto de 2010 às 23:22 , Espaço do João disse...
Posso acrescentar?
Era uma vez:-
Conheci virtualmente um SENHOR, com letra grande. O tempo passou e, finalmente a minha curiosidade foi satisfeita. Conheci-o pessoalmente. A alegria foi tão grande que até me pareceu que já o conhecia de longos anos. A sua simplicidade, a sua fineza no receber e no tratar com as pessoas, o seu saber ouvir, a sua dignidade, deixou-me tão pequenino que quase conseguia passar pelo fundo duma agulha. Bem haja caro André. Fiquei veramente grato por me teres recebido em tua casa. Sei que ainda nos encontraremos mais vezes, pois teus ensinamentos só servem para nos tornar-mos mais ricos de espírito. Recebe aquele afectuoso abraço deste teu amigo que jamais te esquecerá. João Sousa.
Às 30 de agosto de 2010 às 01:15 , Maria Soledade disse...
Era uma vez...
Uma amiga que tem a panca de ler nas entrelinhas.
Huuuummmm.....
ERA UMA VEZ....
Um país enegrecido
Pelo negro do poder
Um país empobrecido
Pelo "pobre" emprobecer...
Beijinhos Grandes/Melhorinhas
Às 30 de agosto de 2010 às 01:16 , Maria Soledade disse...
***Empobrecer :Lol:)))))
Às 30 de agosto de 2010 às 17:43 , Andre Moa disse...
Caro irmão Osvaldo,
Aliás, hoje estou melhor do que in illo tempore. É só pensar nas calças que já há muito não existem, enquanto eu ainda existo. E a barba está mais a condizer com a cor do cabelo e da pele. eheheh
Cara Laura,
é essa a minha esperança: que um dia a humanidade chegue lá, ao paraíso, forçosamente terreal, pois é na terra que a humanidade se dá e habita. Uma só terra, um só país, uma só humanidade.
Cara Maria,
como estou? "Lixado das costas". E olha que não é só por solidariedade...
Caro Zé do caniço,
Também nós, também nós. Saudades é o que mais vai havendo por estas paragens. Temos de nos encontrar de novo.
Cara Verdinha,
servido pelas tuas mãos de esmeralda, tenho a impressão que até sicuta me ía saber bem. Mas não ma sirvas antes de perfazer os 150 anos, está bem? Obrigadinho.
era uma vez
um chá verde
tolo é
quem o perde
e não o bebe.
Caro João Sousa,
Que bela manifeestação de amizade! E que vitalidade me injetaste com a tua visita e o teu esfusiante relatório de "Madeirense Errante". Em trinta minutos levaste-me a viajar, empolgado, pelas sete partidas do mundo. E que bom coração o teu! Não admira que já precise de um empurrãozinho de uns pacemakers para manter essa pedalada que tu teimas em imprimir-lhe.
Cara Maria Soledade,
com panca ou sem panca,
não és manca
a ler bem as entrelinhas
e a escreveres
coisas lindas sobre as minhas.
Força, camarada sofredora!
A vida continua a ser bem nossa
até que um dia de nós se vá embora.
Até lá, nem a morte nos fará mossa.
Abreijos para todos
André Moa
Às 30 de agosto de 2010 às 22:11 , Espaço do João disse...
Caro André.
Nem oito nem oitenta.
Sei que sou um palrador inveterado, mas não exageremos. Quanto aos Pacemakers, ainda hão-de auguentar muito tempo. Não lhes dou uso. Ainda estou pronto a correr a maratona. Repara que gasrei somente 35 minutos de tua casa até ao jardim Zoológico, "R. Padre Francisco Álvares" a pé. Duma cajadada matei dois coelhos. depois ainfa fui até´`a estação rodoviária também a pé e, deu tempo para tudo. Gostei e, estou fresco que nem uma alface. Meu compadre queria levar-me de carro o que não admiti. Foi um dia muito bem passado, pois consegui os meus objectivos. Quanto a máquina cardíaca, portou-se como um Cabinda. Sempre a rodar. Cumprimentos em casa e, para ti , aquele abraço cheio de amizade. João
Às 31 de agosto de 2010 às 03:33 , Maria Soledade disse...
Essa Raínha Poderosa
Pensa que vence p'lo cansaço!
Mas a malta que é teimosa
Afugenta-a, e, passo a passo
Tira-lhe a pose vaidosa
Os homens de Tabuaço
São mais rijos que o aço...
Os homens que são do Porto
São de gancho,feitio torto!
E os homens de Lisboa
Não marcham, assim à toa...
Logo,a poderosa Raínha
Cansada de tanto esperar
Já choca e muito velhinha
Desiste de chatear...
Isto é...VIDA!!!!
Beijinhos Grande Poeta...
Às 2 de setembro de 2010 às 09:54 , Laura disse...
Ehhh menina Sol, andei aqui a ler e vi que se refere à vida e à morte, logo a rainha de que falas aqui, acredito que ela se há-de cansar de tanto chatear, e põe a andar os caranguejos do Moa ahhhhhhhhh...
Os homens de Tabuaço são? pois são mas acredita que em todos os lugares do mundo há homens feitos de gancho...eu conheço muitos por este mundo fora.. é que em todo o lado há bons e maus, os do Puerto e de Lisboa, daqui e dali, são como todos..ah, a gente sabe que há uns e outros. e em Tabuaço não podem existir só anjinhos, ahhhhh se fosse o céu seria lá..ai Moa, não querias mais nada...
beijinho da laura
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