O QUE UM HOMEM NÃO FAZ PELA SAÚDE!?
A não ser que se encontre dominado por algum vício ou se sinta cansado da vida, um homem faz tudo, por vezes desesperadamente tudo, até o não recomendável, pela saúde. Não tanto pela saúde, mas pela recuperação da saúde malbaratada e perdida, por força dos tratos de polé infligidos. Só quando ela dá o berro e se põe a gritar aqui d’el rei que me matam, depois de todos os alarmes dispararem a pontos de nunca mais pararem é que passamos a dar-lhe a devida atenção, a olhá-la com esmero e carinho. Por ela, então, mas só então, fazemos tudo, desde emborcar tudo quanto nos recomendam, por receita médica ou indicação de curandeiro, ou nós engendramos, desde umas caminhadas a pé, que são higiénicas e fonte de vida (circular é viver), a umas promessas sacrificiais que nos obrigam a rastejar por sobre lama ou pedra dura.
No passado dia 10 de Junho, por indicação de um amigo, fui consultar um naturista que me pôs a pão e água, digo, a água morna, a sumo de couve, cenoura, maçã ou beterraba, salsa e limão, a arroz integral, a outras paparocas com que nunca antes sequer sonhara e me levou a submeter-me a uma trasfega de sangue por semana. Trasfega digo eu, que sou do Alto Douro, habituado na infância a assistir, deleitado, à trasfega do vinho, três, quatro meses depois de ser retirado dos lagares para o vasilhame provisório. Deste para o definitivo, o vinho é trasfegado para sossegar até ser bebido ou vendido para ser bebido.
Já foram efectuadas em mim nove trasfegas, que consistem em retirar sangue venoso com uma seringa e injectá-lo de seguida nos músculos dos braços. Como não me tenho dado mal com a experiência, e me garantem que provoca uma reacção que leva a fortificar o sistema imunitário, vou continuar até dizer já chega.
Só hoje consegui coragem suficiente para falar nisto. De início não me senti com lata para tanto, receoso de que a coisa desse para o torto e eu começasse a esguichar sangue por tudo quanto é poro, que nem barril mal calafetado a espichar vinho pelas juntas das desconjuntadas aduelas.
Não fossem estas malditas dores de costas e até estaria a passar um período tranquilo e sossegado. Mas estas dores cadelas não param de me morder os músculos e os tendões à volta da omoplata esquerda. Dizem que é do computador. Deve ser. Mas que fazer, se estou numa fase de febre criativa alta, se o meu grande prazer sem estas dores seria computar?
Se tu computas, se ele computa, se todo o mundo computa, só eu é que não vou computar!? Lá se vai mais um prazer! Que desgraça a minha!
André Moa
A não ser que se encontre dominado por algum vício ou se sinta cansado da vida, um homem faz tudo, por vezes desesperadamente tudo, até o não recomendável, pela saúde. Não tanto pela saúde, mas pela recuperação da saúde malbaratada e perdida, por força dos tratos de polé infligidos. Só quando ela dá o berro e se põe a gritar aqui d’el rei que me matam, depois de todos os alarmes dispararem a pontos de nunca mais pararem é que passamos a dar-lhe a devida atenção, a olhá-la com esmero e carinho. Por ela, então, mas só então, fazemos tudo, desde emborcar tudo quanto nos recomendam, por receita médica ou indicação de curandeiro, ou nós engendramos, desde umas caminhadas a pé, que são higiénicas e fonte de vida (circular é viver), a umas promessas sacrificiais que nos obrigam a rastejar por sobre lama ou pedra dura.
No passado dia 10 de Junho, por indicação de um amigo, fui consultar um naturista que me pôs a pão e água, digo, a água morna, a sumo de couve, cenoura, maçã ou beterraba, salsa e limão, a arroz integral, a outras paparocas com que nunca antes sequer sonhara e me levou a submeter-me a uma trasfega de sangue por semana. Trasfega digo eu, que sou do Alto Douro, habituado na infância a assistir, deleitado, à trasfega do vinho, três, quatro meses depois de ser retirado dos lagares para o vasilhame provisório. Deste para o definitivo, o vinho é trasfegado para sossegar até ser bebido ou vendido para ser bebido.
Já foram efectuadas em mim nove trasfegas, que consistem em retirar sangue venoso com uma seringa e injectá-lo de seguida nos músculos dos braços. Como não me tenho dado mal com a experiência, e me garantem que provoca uma reacção que leva a fortificar o sistema imunitário, vou continuar até dizer já chega.
Só hoje consegui coragem suficiente para falar nisto. De início não me senti com lata para tanto, receoso de que a coisa desse para o torto e eu começasse a esguichar sangue por tudo quanto é poro, que nem barril mal calafetado a espichar vinho pelas juntas das desconjuntadas aduelas.
Não fossem estas malditas dores de costas e até estaria a passar um período tranquilo e sossegado. Mas estas dores cadelas não param de me morder os músculos e os tendões à volta da omoplata esquerda. Dizem que é do computador. Deve ser. Mas que fazer, se estou numa fase de febre criativa alta, se o meu grande prazer sem estas dores seria computar?
Se tu computas, se ele computa, se todo o mundo computa, só eu é que não vou computar!? Lá se vai mais um prazer! Que desgraça a minha!
André Moa
16 Comentários:
Às 25 de julho de 2009 às 13:56 , To e Li disse...
Amigo compute à vontade!
Que eu gosto de vir cá ver o que computou:)
Ali em cima o nosso amigo Jorge na filinha para o autografo!
As dores, ai essas dores até eu tenho e não são do computador, são as costas que são largas e levam com tudo!
Bjs
Linda
Às 25 de julho de 2009 às 13:57 , To e Li disse...
É difícil entrar aqui, nunca entro à primeira ahahahhahahha
Às 25 de julho de 2009 às 18:50 , Osvaldo disse...
Olá irmão;
Se o problema são as trasfegas, vamos lá começar a trasfegar no Monte Travesso, no Filo, no Fraga da Moura e na Carolina e outras Capelas de Tabuaço...
Um abraço, irmão e passa no blog do Kim.
Às 25 de julho de 2009 às 21:31 , Branca disse...
Amigo André,
Textos como este só poderiam ser seus!
No meio das dores ainda nos acende sorrisos!
O meu abraço e desejos de que essas trasfegas resultem pllenamente e lhe tragam toda a força do seu próprio mosto.
BEijinhos
Às 25 de julho de 2009 às 22:06 , Anónimo disse...
Amigo André como voce estou com muita dor!mas vamos melhorar! beijos!
Às 25 de julho de 2009 às 22:07 , Je Vois La Vie en Vert disse...
Com que então as dores dos músculos e dos tendões à volta da omoplata esquerda são devidas ao computador ? Diz-me, André, és canhota ? Porque se for, já fiquei a saber porque tenho dores dos músculos e tendões á volta da omoplata direita....
Fico feliz por te ver em tão boa forma. Então, dizes tu, é fruto dos trasfegas... Vou ter que fazer isso também ...
beijinhos da
Verdinha
Às 26 de julho de 2009 às 01:02 , Andre Moa disse...
Que dizer à cara Linda
ao Osvaldo meu irmão
à Brancamar tão amiga
à anónima solidária
à Verdinha a trasfegar...
para além de que é infinda
a minha admiração
que faço esta cantiga
a gente assim tão gregária
e que desejo abraçar
quem sabe em Tabuaço?
Até lá, sentido abraço.
André Moa
Às 28 de julho de 2009 às 11:38 , paula disse...
força André!!!!
Cura Vida e alegria para si!!!
Beijinhos de muita luz
Paula PAdinha
Às 28 de julho de 2009 às 22:54 , Andre Moa disse...
Obrigado, cara Paula. Tudo de bom para si e para os seus,
Beijinhos
André Moa
Às 29 de julho de 2009 às 14:03 , Kim disse...
Meu caro Moa
Computar é preciso! Computar é afinal a trasfega do real para o virtual, se bem que às vezes ambos estão tão próximos que se não nota a diferença.
Há coisas na vida que só o tempo nos ensina. As asneiras que vamos fazendo ao longo da vida lembram-se, um dia, de aparecer de repente e alterarem por completo o percurso dos nossos dias. Aí não olhamos a meios para alcançar os fins. Pena é que não tivessemos percebido isso mais cedo.
É claro que as asneiras fazem parte da vida e são quase sempre um ensinamento mas persistir nelas quando já se lhes conhece o sabor é bem mais sádico que martirizarmo-nos por tais feitos.
Agora o que conta é o que está para vir e Setembro já está aí.
Um grande abraço amigo
Às 29 de julho de 2009 às 23:53 , Andre Moa disse...
Caro Kim,
Antes de mais, obrigado e parabéns por esta sua incisiva e bela recensão.
As asneiras cá se fazem, cá se pagam. Salvo as que forem praticadas em Setembro, em Tabuaço, entre amigos conhecidos e a conhecer, com solidariedade, alegria e muito prazer.
Até lá, um grande abraço.
André Moa
Às 5 de agosto de 2009 às 19:32 , fatima.medeiros disse...
A sua escrita é uma fonte de inspiração.O seu sentido de humor (diga-se, é das características que mais aprecio numa pessoa)é tão apurado,as analogias que faz são tão engraçadas, que espero que continue a computar.
Mais: desejo que lhe passem as dores para computar mais e mais e mais...
Às 7 de agosto de 2009 às 14:47 , BEL disse...
Descobri este cantinho por curiosidade ao entrar no blogue do amigo Osvaldo e gostei muito, vou voltar para ler o resto porque hoje só deu para ler um bocadinho
Obrigado pela leitura que me proporcionou
Bel
Às 15 de agosto de 2009 às 01:34 , Andre Moa disse...
Eu é que agradeço, cara BEL.Volte sempre que possa. Será um prazer.
Às 7 de junho de 2013 às 20:14 , Anónimo disse...
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