RELATO POÉTICO DE UM PASSEIO A TABUAÇO
FADO TURÍSTICO
POR TERRAS DE TABUAÇO – DOURO VINHATEIRO
(letra de André Moa; música do fado andava a esgraçadinha no gamanço)
Andava o ‘esgraçadinho’ a sofrer
Este ar poluído de Lisboa,
Até que uma voz lhe vem dizer
Vai mas é passear, ó André Moa.
Então no dia dezoito de Setembro
Lá seguimos viagem – eu e o Tó.
E fomos recebidos – bem me lembro –
Com amizade, abraços, pão-de-ló.
Não terá sido bem esta a ementa,
Mas para o caso isso tanto faz,
Sei é que o serão foi de arrebenta
E até cantei o fado como em rapaz.
Boa terra do Dão esta primeira
Que a todos recebeu com mil carinhos.
A amizade jorrou a noite inteira
Na linda aldeia Rio de Moinhos.
Ana e Osvaldo foram os senhores
Que receberam estes foliões.
Que belo par! São mesmo uns amores!
O supra sumo dos anfitriões.
Passados os primeiros minutinhos
Entre gente que não se conhecia
Com uns abraços, beijos e carinhos
O gelo derreteu, veio a alegria.
Foi um serão de truz. Boda, cantares…
Reinou a noite inteira a amizade.
Pudera! Bons petiscos, bons manjares…
Só mesmo se houvesse má vontade.
Boa vontade, boa disposição,
Manifestou bem cedo o grupo todo.
Bastou escancarar o coração
Para a festa surgir. Que grande bodo!
Dormiu-se pouco, mas profundamente.
Bem apaparicados os corpinhos,
Logo o grupo se encontra bem em frente
Da Igreja do Senhor dos Caminhos.
Depois da bem urdida explicação
Feita pelo Zé, irmão da querida Ana,
Sobre as colunas, sobre a construção,
Lá segue o grupo em fim-de-semana.
Deixámos para trás terras do Dão
Para marcharmos por terras do demo.
Subiu-se a São Torcato. Foi então
Que se comeu, cantou, naquele ermo.
Ala, que se faz tarde e o destino
Como sabeis, de hoje, é Tabuaço,
Amado mundo onde fui menino,
Meu chão, meu berço e colo, meu regaço.
Subimos serras, fomos ver o Douro…
Belas paisagens a perder de vista!
O rio – o nome o diz – é um tesouro
Que só um coração d’ouro regista.
Fomos a um santuário, uma adega,
Comemos o famoso bacalhau,
Já noite alta, e para a sossega,
Junto à fonte da Moa, houve sarau.
A Verdinha e o Kim cantaram Brel,
A Laurinha e eu, que par de dança!
Todos cumpriram bem o seu papel,
Todos contribuíram para a festança.
Por certo efeito dessa bela água
Que sai da fonte Moa, de mansinho,
E lava a quem a bebe toda a mágoa,
E embriaga mais que qualquer vinho.
Vinho também beberam e do bom.
Eu tive que fazer cruzes na boca.
Desta vez eu cantei fora do tom,
Uma vez que a saúde ainda é pouca.
Essa água fresquinha a correr
Aos golos pela goela seca abaixo,
Mesmo à noite dá para aquecer
Como um bom vinho fino, um bom Cartaxo.
No moinho das poldras, figo e uvas,
E o cantar das águas desse rio
Que nos aquece a alma que nem luvas
As mãos enregeladas pelo frio.
Fomos dormir à Quinta das Herédias
Depois de alguns provarem vinho fino
A noite curta deu-nos curtas rédeas,
E não nos permitiu perder o tino.
Que lindo sol! Que dia promissor!
Ainda temos muito para andar.
E lá p’ra a tarde vai fazer calor
E muita gente tem que regressar.
O tempo é curto. E tanto por ver!
Todos gostaram e não viram nada!
Adeus, vamos embora, tem que ser…
Valeu pela amizade reforçada.
Gostei de vos mostrar meu pátrio Douro,
Gostei deste grupinho bem peralta
Verifiquei que o maior tesouro
Sois vós, amigos meus, ó gente, ó malta!
Verdinha, Leo, Laura, meu irmão!
Luisa, Kim, Luís, Osvaldo, Ana!
Para tamanha e linda procissão
Seria curta mesmo uma semana.
Mas não nos faltarão ocasiões
Para recarregarmos baterias
Palpitam-nos no peito corações
Que dão para aquecer milhentos dias.
Ficou tanto por ver e por dizer!
Havemos de voltar! Haja esperança!
O Sol em nós acaba de nascer!
A Vida em nós ainda é uma criança!
Abreijos para todos.
André Moa
POR TERRAS DE TABUAÇO – DOURO VINHATEIRO
(letra de André Moa; música do fado andava a esgraçadinha no gamanço)
Andava o ‘esgraçadinho’ a sofrer
Este ar poluído de Lisboa,
Até que uma voz lhe vem dizer
Vai mas é passear, ó André Moa.
Então no dia dezoito de Setembro
Lá seguimos viagem – eu e o Tó.
E fomos recebidos – bem me lembro –
Com amizade, abraços, pão-de-ló.
Não terá sido bem esta a ementa,
Mas para o caso isso tanto faz,
Sei é que o serão foi de arrebenta
E até cantei o fado como em rapaz.
Boa terra do Dão esta primeira
Que a todos recebeu com mil carinhos.
A amizade jorrou a noite inteira
Na linda aldeia Rio de Moinhos.
Ana e Osvaldo foram os senhores
Que receberam estes foliões.
Que belo par! São mesmo uns amores!
O supra sumo dos anfitriões.
Passados os primeiros minutinhos
Entre gente que não se conhecia
Com uns abraços, beijos e carinhos
O gelo derreteu, veio a alegria.
Foi um serão de truz. Boda, cantares…
Reinou a noite inteira a amizade.
Pudera! Bons petiscos, bons manjares…
Só mesmo se houvesse má vontade.
Boa vontade, boa disposição,
Manifestou bem cedo o grupo todo.
Bastou escancarar o coração
Para a festa surgir. Que grande bodo!
Dormiu-se pouco, mas profundamente.
Bem apaparicados os corpinhos,
Logo o grupo se encontra bem em frente
Da Igreja do Senhor dos Caminhos.
Depois da bem urdida explicação
Feita pelo Zé, irmão da querida Ana,
Sobre as colunas, sobre a construção,
Lá segue o grupo em fim-de-semana.
Deixámos para trás terras do Dão
Para marcharmos por terras do demo.
Subiu-se a São Torcato. Foi então
Que se comeu, cantou, naquele ermo.
Ala, que se faz tarde e o destino
Como sabeis, de hoje, é Tabuaço,
Amado mundo onde fui menino,
Meu chão, meu berço e colo, meu regaço.
Subimos serras, fomos ver o Douro…
Belas paisagens a perder de vista!
O rio – o nome o diz – é um tesouro
Que só um coração d’ouro regista.
Fomos a um santuário, uma adega,
Comemos o famoso bacalhau,
Já noite alta, e para a sossega,
Junto à fonte da Moa, houve sarau.
A Verdinha e o Kim cantaram Brel,
A Laurinha e eu, que par de dança!
Todos cumpriram bem o seu papel,
Todos contribuíram para a festança.
Por certo efeito dessa bela água
Que sai da fonte Moa, de mansinho,
E lava a quem a bebe toda a mágoa,
E embriaga mais que qualquer vinho.
Vinho também beberam e do bom.
Eu tive que fazer cruzes na boca.
Desta vez eu cantei fora do tom,
Uma vez que a saúde ainda é pouca.
Essa água fresquinha a correr
Aos golos pela goela seca abaixo,
Mesmo à noite dá para aquecer
Como um bom vinho fino, um bom Cartaxo.
No moinho das poldras, figo e uvas,
E o cantar das águas desse rio
Que nos aquece a alma que nem luvas
As mãos enregeladas pelo frio.
Fomos dormir à Quinta das Herédias
Depois de alguns provarem vinho fino
A noite curta deu-nos curtas rédeas,
E não nos permitiu perder o tino.
Que lindo sol! Que dia promissor!
Ainda temos muito para andar.
E lá p’ra a tarde vai fazer calor
E muita gente tem que regressar.
O tempo é curto. E tanto por ver!
Todos gostaram e não viram nada!
Adeus, vamos embora, tem que ser…
Valeu pela amizade reforçada.
Gostei de vos mostrar meu pátrio Douro,
Gostei deste grupinho bem peralta
Verifiquei que o maior tesouro
Sois vós, amigos meus, ó gente, ó malta!
Verdinha, Leo, Laura, meu irmão!
Luisa, Kim, Luís, Osvaldo, Ana!
Para tamanha e linda procissão
Seria curta mesmo uma semana.
Mas não nos faltarão ocasiões
Para recarregarmos baterias
Palpitam-nos no peito corações
Que dão para aquecer milhentos dias.
Ficou tanto por ver e por dizer!
Havemos de voltar! Haja esperança!
O Sol em nós acaba de nascer!
A Vida em nós ainda é uma criança!
Abreijos para todos.
André Moa
18 Comentários:
Às 15 de outubro de 2009 às 21:26 , Laura disse...
Ora nem mais, meu queri Moa, o Moa da Ribeira da Moa, o Moa companheiro, fadista, dançarino, ah, que bem me soube dançar contigo sob o olhar das estrelas, rapaz, claro que temos de repetir, basta que esteja bom tempo!...e em qualquer lugar se faz jus à amizade ao amor pelos queridos amigos...
Já vi e revi o filme, e com esta já são 4...e, sempre me encanta ouvir as vozes dos cantores consagrados, a Ana, verdinha, o Kim, tu, António, até o Osvaldo e Leo cantaram, eu, como desafino, ao menos nas cantorias,calei-me...
Amei tão lindos versos, acredito que da próxima vez, vais cantar tudo, enquanto alguém dedilhará uma guitarra!...
Beijinhos meu querido Moa, amei estar contigo e fazer parte de ti e de todos, laura...
Às 16 de outubro de 2009 às 00:13 , Anónimo disse...
Valeu ver-te a sorrir
Meu terno paciente
Te conhecer e partir
Comove toda a gente
Adorei te entender
Te ler e ouvir cantar
Sabes dar e receber
Obriguei-te a dançar
Meu Querido Moa
Sabes bem o sentimentos que deixaste dentro de nós. Sabes como tentei perpetuar esse momento. Saberás então quão gratificante foi para todos nós o esforço que fizeste para estar presente.
Só por isso já valeu a pena - Às Vezes Tabuaço!
Kim
Às 16 de outubro de 2009 às 09:50 , Laura disse...
Revivi de novo
Aquele alento
Que já não tinha
Há muito tempo !...
Revivi e vi
Que vim de lá
reforçada
E com novo alento !...
Encontrei por ali
Seres de outra dimensão
Almas afins que deixaram
Luz no meu coração !...
Dancei contigo
À luz da lua
No meio da rua
E bebi da fonte do amor!...
Saí de mim
Maravilhei-me com a descoberta
Que ainda há no mundo
Pedaços de felicidade !...
E que quando estiver triste
Apenas terei de lembrar
Que o amor entre os amigos
Ainda existe !...
E calarei a minha solidão
Com as lembranças amigas
Com que todos me agasalharam
No seu coração !...
Gente linda foram todos, todos aqueles que me abraçaram e deram a mão, foram todos os que me deixaram com saudades de os encostar novamente, ao coração!...
Amo-vos minha gente, amo-vos por quem sois e como sois, porque o amor que por vós sinto, jamais sairá de mim...
Amo-te Moa, amigo, amigo que comigo dançaste e rodopiaste numa rua qualquer da Cidade, e juntos calcorreamos a terra das belezas sem fim que ainda era desconhecida para mim!... E como tudo na vida, tem uma hora certa para acontecer, esperemos que em breve, possamos de novo trocar passos, por lugares que ainda vão acontecer!...Enlaço-vos a todos no meu abraço, Laura
Às 16 de outubro de 2009 às 12:09 , Maria disse...
Meu caro André:
Os seus belos versos ainda me fizeram mais pena de não ter comparecido ao encontro, depois de ter sonhado com ele durante meses. Por outro lado, deu-me mais um pouco da história dele. Recebi um filme e fotos do Kim, muitas fotos do Osvaldo, li a escrita da Laura e falei com ela ao telefone. Só me faltou lá estar e dar a todos o abraço enorme que queria dar. Ouvi-vos cantar, falar, vi onde estiveram, fiquei a conhecer aqueles que nunca vi. Se um dia nos cruzarmos por aí, irei reconhecê-lo. Custou-me muito não ir, mas a doença do meu irmão prendeu-me aqui.
Como está a sua saúde? As dores nas costas melhoraram? A disposição vejo que é boa.
Sei que, um dia, vamos encontrar-nos e então lhe darei o abraço grande e amigo que tinha para si.
Vá dando notícias. Estimo-o, admiro-o, conheço-o, através do livro e do blog e de tudo o que me contam de si.
Abreijos
Maria
Às 16 de outubro de 2009 às 19:09 , Leo disse...
Caro Moa e amigos,
Do calor da vossa amizade e da beleza tranquila do Alto Douro, que mais nos faz amar as nossas terras e as nossas gentes, a expressa vontade de, não o sendo, me sentir também um pouco poeta :
Na ocidental ponta duma Europa vasta e rica,
É humilde e pequeno este torrão natal.
Para o imenso mundo, bem pouco significa,
Que pena tamanha é não conhecer Portugal.
Velhinha pátria de séculos nove,
Nasceu-lhe inspiração para o mundo descobrir,
Da fraqueza fez a força, que a coragem move,
E moldou-lhe o espírito para a grandeza sentir.
A história legou-nos a herança da nossa matriz,
Do presente, recebemos o amor, a dor, a alegria,
Louvemos a amizade que nos ilumina o dia.
Lutemos pelo direito da procura de ser feliz,
Agradeçamos a singela beleza do nosso país,
Sigamos, serenos, a vida que o destino nos guia.
Leo
Às 16 de outubro de 2009 às 19:14 , Je Vois La Vie en Vert disse...
Caro amigo Moa,
O espírito do soneto do Leo também é meu...
Beijinhos
Verdinha
Às 16 de outubro de 2009 às 19:53 , O Encapuçado disse...
Leo e Verdinha!
Ah, Poetas que o nosso torrão Natal, inspira
Onde vos apraz versejar, da Pátria a glória
Que a grandeza que ela nos merece
Seja a daquela que nos viu nascer um dia ...
Beijinhos aos dois, sempre lembrados, pois os amigos que se juntaram ali, eram todos a mais pura Poesia!... laura
Às 16 de outubro de 2009 às 20:18 , Je Vois La Vie en Vert disse...
Caro Moa,
Com a vontade de te presentear com um soneto, esquecemo-nos de comentar o teu poema :
adorámos o teu poema e posso acrescentar o que o Leo me soprou ao ouvido (eu nunca o escreveria tão bem...) :
Na música da rima, sente-se a beleza das palavras, num verdadeiro hino à amizade e ao amor à terra.
Beijinhos da Verdinha
e abraços do Leo
Às 16 de outubro de 2009 às 20:40 , Maria disse...
Leo e Verdinha:
Que linda homenagem à nossa Pátria! Comoveu-me muito. Meu pai ensinou-me a amar este cantinho e a respeitar a nossa História. Nasci em Tomar, aprendi muita coisa, passeando pelo Convento de Cristo e não só. Tive um bom mestre nessa matéria. Cada passeio pelo país, eram mais umas páginas de História que aprendia. Amo muito a minha terra e, o vosso amor por ela deixou-me feliz.
Obrigada amigos, por este momento lindo.
Abraço e beijinho para os dois.
Às 16 de outubro de 2009 às 22:00 , O Encapuçado disse...
Indo eu!...
Indo eu, indo eu
P’los caminhos de Viseu
Encontrei os meus amigos *(1)
E com eles abalei
Para Rio de Moinhos !...
Terras lindas de Viseu
Onde meu olhar se prendeu
E mais tarde chegaram
Outros amigos
Que não eu !...
Osvaldo e Ana
São folhas da mesma cana
Tão certo eu saber
Que ardem os dois
Na mesma chama !...
A Verdinha chegou
Pela mão do Leonel
De maleta aviada
E de belgas veio recheada
Em forma de farnel !...
Não tardou chegou o Moa
Mai’lo seu mano António
E os abraços que se seguiram
Tornaram meu
Parte do seu património !... * (2)
Ele era o rio da Moa
Ou então era o André
Mas o que mais mexeu comigo
Foi quando ele cantou o fado
E deixou meu rosto, molhado !...
O Kim estava a tardar
E sempre, quase a chegar
Mas o que o rapaz não sabia
É que com as voltas na via
De nós se estava a afastar !...
Mas como sempre
Onde o Kim está presente
Sente-se o seu amor
O sorriso contente
E está sempre a filmar !...
E o que eu me ri
Quando dei por mim
Na cozinha a fritar
Os pasteis de bacalhau
E o Kim, escondido, a filmar !...
A Luisa ainda novata
Nesta de encontros virtuais
Tinha com ela o Luis
O rapaz das suas entranhas
A dar-lhe miminhos tais !...
Veio tanta boa gente
Que seus nomes nem fixei
Mas o bom de tudo isso
Foi que mais gente conheci
E mais gente amei !...
A noitada foi ali
Na casinha da Aninhas
E o Osvaldo tudo fez
Para que a gente se sentisse
Em casa, outra vez !...
Houve fados cantorias
Pela voz do mestre Moa
Que cantou e encantou
Como quem diz
Até que a voz lhe doa !...
A Ana e a verdinha
Meteram as suas vozes
A cantar em Francês
E eu fazia-as repetir
A cantar em Português !...
Às 16 de outubro de 2009 às 22:00 , O Encapuçado disse...
Percorremos as terras
Onde o demo pernoitou
Pois não ficou pé de vide
Que não desse daquele vinho
Que até Santos, endoidou !...
Jantamos no Tábua D’aço
Beberricamos sem prós
E quando demos por nós
Estávamos todos na rua
A trocar os nossos passos !...
Havia lá uma fonte de amor
E como ando à mingua dele
Pensei despejar a dita
A ver se matava de vez
A minha sede maldita !...
Pela noite começa o Kim
A verdinha mai’la Ana a cantar
E só podia ser assim
Nos braços do Moa no meio da rua
Acabei a dançar !...
E, quando foi para dormir
Já não havia ali, lugar
E assim, à Quinta das
Herédias
Fomos pernoitar !...
De repente reparei
Que com a pressa de chegar
No farnel peguei
E meu saco de roupa
Em casa deixei ficar !...
O que me valeu foi a Luisa
Sempre pronta a um jeito dar
Emprestou-me uma t’shirt
Uma escova e pasta
Para os dentes lavar !...
E a verdinha sempre prestável
Apareceu de saquinho
Com algo tão pequenino * (3)
Mas assim, tomei um banho
E fiquei de novo a bem cheirar !...
Os quartos eram poucos
Estavam todos a abarrotar
E a mim e à Luísa
No quarto do Visconde
Um sofá veio a calhar !...
O cansaço era tanto
De terras de Tabuaço
Palmilhar
Que adormecemos num instante
Com o Visconde, a embalar !...
Acordei com o cantar dos passarinhos
E a rua por mim a chamar
Sentei-me ali a ver os socalcos
E a terra sem lugar
Para mais vinha, plantar !...
E quando olho p’rás janelas
Vejo uma mão a acenar
Era o nosso bom António
Madrugador a todos
A saudar !...
Ainda fomos às Poldras
Ao moinho da tia Rosa
Nossa vista, regalar
Eu amei aquilo tanto, tanto
Que queria para sempre lá ficar !... *(4)
Mas como na vida
Tudo o que é bom
Nunca deu para me amargar
Amei conhecer aquelas gentes
E aquele lugar !...
E nem sei se repararam
Mas o nosso Leonel
Percorria tudo a passos largos
E ninguém o conseguia
Manter no mesmo lugar !...
É que quando o procurava
Com o olhar
O despachado do rapaz
Já estava noutro lado
A conversar !...
E para casa viemos
Com a Ana e o Osvaldo
Que têm o dom de a todos amar
E se por bons caminhos nos trouxeram
Pelos mesmos nos tornaram a levar !...
* (1) Osvaldo e Ana
* (2) Os livros do Moa
* (3) umas cuecas
*(4) com o meu amor
Às 16 de outubro de 2009 às 22:01 , O Encapuçado disse...
Teve que ficar dividido em duas partes, ams, sóa ssim e agora digam lá; gostaram? beijinhos da vossa nina das resteas, a laura
Às 16 de outubro de 2009 às 22:47 , Osvaldo disse...
Caro irmão, estive um ausente, mas cá estou de novo. E ainda vim a tempo de descobrir tanta beleza poética da nossa literatura.
Dois, já eu conhecia seus talentos literários, mas confesso que fiquei impressionadíssimo com a veia poética do Leo, o que comprova que quando um Homem é talentoso, outros talentos desse talento nascem e aí está a prova concreta.
Irmão,... obrigado por esse belo poema que emocionou a Ana.
Obrigado Leo e Verdinha pela vossa amizade e pelo carinho que transmitem a vossos amigos.
Obrigado, Maria e João pelo apoio que dão ao meu irmão Moa. Obrigado Tó pelo carinho que dás ao Mano.
Kim, contigo, ganhei mais um irmão e tu sabes...
Nina,... de ti nem sei como começar, mas volto a repetir que todos nós somos uns "sortalhudos" de te conhecer e desfrutar-mos da tua amizade, que é um verdadeiro tesouro.
Á... só pra vos dizer que em breve vamos almoçar (ou jantar) todos juntos e,... Maria, desta vez não podes faltar porque vai ser perto da tua casa.
Um abraço a todos e um bem forte ao meu irmão Moa,
Ana e Osvaldo
Às 17 de outubro de 2009 às 01:34 , Andre Moa disse...
BENDITAS ÁGUAS
Nesta ocidental ponta da Europa
Nascem poetas como cogumelos.
Fabricam versos à hora da sopa
Quando sós,falam pelos cotovelos.
A musa deles foi este passeio
Que os despiu de todo o preconcêto.(1)
A vinha, o vinho, o Douro, o enleio
Gerador de odes, quadras e soneto.
Apesar de ser ao retardador
Que estes vates mostram seus talentos
Quero acreditar que não foi à toa
Que foram provar todos do licor
Que faz irromper nobres sentimentos;
Que foram beber à Fonte da Moa.
(1)Preconcêto = preconceito à alentejana, que aqui serviu de bengala para faciliar a rima
André Moa
Quem foi que nos encantou?
Todos dirão foi o Kim.
Cantou, pulou e filmou
tudo do princípio ao fim.
Abraço, Kim, Luísa e Luís!
Laurinha, eu adorei
esses lindos versos teus.
Penso que ainda, não sei,
pairas nas nuvens do céu.
Beijinhos, grande Laura!
Maria, não tenha pena!
Maria, não tenha mágoa!
Há-de repetir-se a cena
P'ra provar da Moa a água.
E quem diz água, diz vinho,
Quem diz vinho diz licor,
Quem diz licor diz carinho,
diz amizade e amor.
Beijinhos, terna Maria!
Caros Leo e Verdinha,
Madame e monsieur,
Grande surpresa é a minha!
Que soneto em pas de deux!
Parabéns e um grande abraço para ambos. Muito bem, continuem. Não deixem morrer na casca tão versátil pintainho.
Caro Osvaldo, cara Ana,
que gostosas palavrinhas,
Que belo fim-de-semana,
Que saborosas prendinhas!
O prometido é devido.
Outros dias hão-de vir.
Antes que caia no olvido,
vá lá, toca a reunir.
Abraços saudosos.
Abreijos para todos
André Moa
Às 17 de outubro de 2009 às 09:33 , Laura disse...
Ah, Moa
Soam a cânticos guerreiros
As tuas palavras de amor
E saem delas
Artistas na escrita
Artesãos às mãos cheias
Nos mais belos sentimentos
De amizade amor!...
Há que tocar de novo o cornetim
Ao toque do recolher
Para que todos se lembrem a tempo
De tanto que há para ver
Porque a vida urge
E não devemos deixar para amanhã
O que hoje ainda podemos fazer !...
Toque a rebate
No grupo do bem fazer
Sentir, amar
Porque há pela nossa terra
Tanta beleza para ver
Tanta alegria para extravassar!...
Amo-vos guerreiros da luz
Que por ela sois bafejados
Quais Anjos alados
Os amigos que quero ver
E ter sempre ao meu lado !...
Ah, querido Moa, sei a que te referes às falas pelos cotovelos, eu e a estrelinha d'alva, fizemos-te ficar a jantar com o tabuleiro nos joelhos e iamos-te zanzando os ouvidos com tanta irreverência, enfim, serão momentos belos para lembrar, para amar...
Obrigada, mas, eu não voo, flutuo, eu sou um ser terreno, mas nem por isso sou assim tão terra a terra, eu obrigo-me a voar, porque só esta pequenez, não chega para mim, anseio voar pelos espaços azuis...e acompanhar-te naqueles voos quando a alma sai e se junta com os seres de outras dimensões... porque tu e todos ou a maioria, passeais pelo espaço enquanto dormis...
Um dia destes só nos falta a festa do pijama, ah, ganda ideia, vamos a isso, para a próxima nenhum vai para a cama, dormimos por ali no chão da casinha da Aninhas, Osvaldo que tão bem nos acolheram...bora lá aos colchões dar!...
Beijinhos a todos e excelente sábado.
Moa, sabes que se morasse pertinho, já estava aí a contar histórias de encantar enquanto dava a sopinha ao teu netinho..e a fazer companhia a ti e à queridinah da teresa que anseio abraaçr, ams, é tão longe meu amigo, tão tremendamente longe para mim!...
Beijinhos meus, do fundo da alam, a todos, laura
Às 17 de outubro de 2009 às 23:14 , Laura disse...
Perdão no post acima errei a palavra alma e escrevi alam, mesmo no fim, desculpar faz favor..beijinho pa adocicar...
Às 20 de outubro de 2009 às 10:05 , mariabesuga disse...
André Moa
Booom dia
Tanto tempo sem vir aqui e ao entrar dou logo de caras com o registo da festança.
Faço o retrato através das palavras. Já o havia feito através das palavras da Laurinha, da Verdinha, do Kim...
Aqui nesta forma de enumerar os momentos felizes do vosso tempo juntos deixo que se desenrolem a meu olhos mais imagens de partilha e tanta comunhão de sentidos.
É do melhor que nos pode acontecer a nós seres que precisamos sentir o calor do abraço do outro para o saber amigo mesmo que a empatia virtual na troca das palavras aqui já nos tenha deixado mais que perceber o inevitável. Aqui comunicamos e daqui nos sentimos.
Eu não estive no encontro de Tabuaço mas sinto-vos em mim e isso faz-me bem porque posso acreditar nos meus sentidos pelo que recebem dos vossos.
Um grande abraço Moa e um beijinho.
Cesejo que se sinta bem e que esteja de volta para aqui nos deixar sempre boa prosa e poesia de canto e encanto.
Abreijos
Dias felizes!...
Às 20 de outubro de 2009 às 22:28 , Andre Moa disse...
Cara Maria Besuga,
Aliás foi a pensar em ti e noutros como tu, que gostariam de ter estado e não puderam, que eu resolvi fazer o relato dos pontos altos da viagem, da forma como o fiz.
Fico feliz, se o consegui minimamente.
Dias Felizes para todos.
Abreijos.
André Moa
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