AOS SETENTA só SESSENTA DE POESIA 2
AOS SETENTA SÓ SESSENTA DE POESIA (CONTINUAÇÃO)
Claro que, a fazer finca-pé na memória de minha mãe, que só da sua memória me vêm tais ecos, ainda poderia recuar um pouco mais no tempo para perscrutar as primeiras manifestações ‘poéticas’ cá do artista, então artista de palmo e meio. Teria eu dois, três anos (disto não guardo a mais ténue reminiscência, falo, pois, exclusivamente baseado nos relatos maternais, confirmados por pai, madrinha, avô, tios, vizinhos, tudo gente mais velha e de respeito) e já era o animador mor nas noites cálidas de Verão do ajuntamento na rua dos vizinhos a pedir à noite uma suave brisa que servisse de refrigério àqueles corpos ressequidos pela canícula impiedosa de doze e mais horas à torreira do sol, cantando, para gáudio e agrado de todos, as canções do São João que facilmente aprendia e trauteava com desenvoltura, tentando transcrever textualmente o que me foi transmitido ao longo da infância e juventude. Quando na reunião familiar de consoada em casa dos meus avós paternos com essa mesma idade eu fazia de uma frita concertina, convidando todos a cantar comigo e dava por alguém que parasse de cantar, logo os interpelando: canta pai, canta mãe, canta avó, não estaria já a demonstrar os meus dons de trovador? Por certo que sim. E se registo houvesse destas primeiras façanhas, os setenta de idade quase que se confundiam com outros tantos anos de poesia. Mas vou mais longe. Minha mãe, pelos relatos que fui colhendo ao longo da vida, era uma moçoila sadia, folgazona, danada para a folia, para o bailarico e para a cantoria. Ainda não tinha feito os vinte quando me deitou ao mundo, por certo a toque de caixa e logo embalado pela sua melodiosa voz. Tão bem cantava e improvisava ela, sempre que a letra original da canção lhe escapava! Com estes antecedentes todos, fosse por força hereditária, fosse por inconsciente retenção dos acordes ouvidos, fixados e quiçá com eles fazendo coro ainda no quente e jovem ventre materno, não me custa aceitar que trovador me tornei ainda antes de nascer, trovador desde o primeiro instante de vida, trovador cresci, a trovar vivi e, já agora, a trovar desejo morrer, em beleza, reconfortado e ungido pela poesia. E, se possível, daqui a muitos e bons anos, só quando já mais não puder viver. Mas ainda será cedo para falar do futuro e tarde para falar do passado de que não tenho memória. Falarei, por isso, apenas destes sessenta anos de poesia de que guardo memória e registo.
Aqui vai a primeira manifestação poética deste não direi nem grande nem pequeno poeta, mas sim deste amante e cultor, pelo menos há sessenta anos, desta minha antiga e apaixonante companheira a que ouso, convictamente ouso, apelidar de poesia.
TENTAÇÃO
Eu fiz coisas de uma vez
Ou coisas que o demo fez
Em cair na tentação
De roubar cinco tostões
E disse para os meus botões:
Olha que foste ladrão!
Eu caí na esparrela
De saltar pela janela
Para a minha mãe não me ver
Mas deixei rastos na sala
Ficou meia aberta a mala
Tudo se veio a saber.
Os amigos me esperavam
E nem sequer se cansavam
De me empurrar para ir
De rebuçados comprar
O que há pouco fui roubar
E das mãos queria sair.
E lá vou, malgrado meu,
Pois minha mãe me bateu
Logo que a casa cheguei.
Já me tinha descoberto
Vendo o cofrezinho aberto
Que com pressa nem fechei.
Com o ar de fanfarrões
Entrámos com os cinco tostões
Já na mão vão a ferver
Perto da banca da loja:
- Dê-me rebuçados ‘Foja’,
Avie-se, quero comer.
Calhou dois a cada um
E não me ficou nenhum
Para comer em outra hora.
Pedi então aos amigos:
- Agora comprem os figos.
Mas eles… foram-se embora.
Dezembro de 1949
Quem tiver, como eu, alguma relutância em tomar esta peça como um poema, atente nos seus pormenores poéticos. Poéticos e pessoanos.
«O poeta é um fingidor», proclamou Fernando Pessoa. Reparem como eu, aos dez anos, já sabia fingir tão bem: o furto não foi de cinco, mas sim de vinte e cinco tostões. Acontece que o valor real ultrapassava as sete sílabas. De que se lembrou o embrião? Reduzir o valor, pois então! E assim se perdeu a alma, mas salvou-se a métrica. Para além de fingidor, manifesto-me aqui já como um grande inventor, senhor de grande poder imaginativo. Com efeito, o furto foi singelo, rápido e nada acrobático. Os vinte e cinco tostões encontrei-os eu sobre o aparador da cozinha, onde minha mãe os tinha deixado conscientemente e não por esquecimento como o tentador me sugeriu para me aliciar a pecar. E qual salto pela janela, qual quê! Saí pela porta, nas calmas. Que a minha mãe me bateu logo que a casa cheguei, lá isso, foi certo. E essa da sala e da mala e do cofrezinho é tudo pura invenção de uma imaginação precocemente delirante. E o resto também. Realmente real só o furto e a tareia mestra para que me ficasse de emenda. E ficou. Nunca mais roubei nada a ninguém. Bem pelo contrário. Toda a vida fui um perdulário, um otário, um anjolas nãos mãos dos vígaros. Aliás, como qualquer poeta, como qualquer sonhador que se preze.
34 Comentários:
Às 29 de novembro de 2009 às 09:54 , Laura disse...
Bom dia, ou antes; excelente dia carregado de Poesia e Parabéns ao nosso querido Moa, Parabéns sim senhora!
Não posso demorar, prometo voltar quando trouxer a encomenda que vou buscar ao Sá carneiro!... depois destilo palavras até chegar...
Se der, entra no Resteas..Beijinho abraço muito, muito apertado e descansa, aquilo não era a valer, agora iamos lá partir o nosso Moa ao meio, xiça, coitado dele...eu prometo dividir tudo com parcimónia ehhh não sou eu a menina doce do Kim; a Dolce? ah, calma lá..respira fundo. Hoje é dia de alegria..beijinhos da laura
Às 29 de novembro de 2009 às 10:52 , Je Vois La Vie en Vert disse...
Em excelente dia de aniversário para ti hoje ! Já te deixei os meus parabéns no blogue da tua musa Laurinha.
Realmente esta costela poética vem de longe, já o malandrote Moa punha as suas traquinices em verso.
Lembrei-me de ter ouvido uma história de calças nova tão bem remendada pela vizinha cerzideira ...
Muitos beijinhos de parabéns ! Que este dia seja o primeiro de muitos anos de felicidade, de saúde e de vida !
Outros abraços do Leo
Muitos beijinhos verdes de esperança e não só da
Verdinha
Às 29 de novembro de 2009 às 12:54 , Dad disse...
UauH!!! Não há dúvida que a poesia nasceu cedo!!!
Que giro!
Embora já tenhamos falado, aqui fica um desejo sincero que este ano possa ser muitissimo melhor do que foi o passado e que esta nova dácada seja de derramar saúde e poesia por todos os cantos...
Beijinho grande,
Às 29 de novembro de 2009 às 16:41 , O Encapuçado disse...
E disseste tudo sobre os Poetas, somos uns perdulários nas mãos dos vígaros, ora pois, mas deixa lá, mais damos mais vamos recebendo...fazemo-nos de parvos, sabendo que nem o somos!
Eu nem precisava de surripiar moedas, o meu tio tinha uma loja lá na aldeia da minha mãe, e eu, eu, valha-me Deus, tão gulosa que nem te digo, magrinha cumá'fome, segundo a minha mãe, o meu tio era um pedaço surdo e mais cego ainda... de forma que eu ouvia bem na altura, passava por baixo do balcão, fazia uma cesta da roda do vestido, ah, era fartar vilanagem, ele eram linguas de gato, figos secos que me sabiam melhor ali que na mesa do natal...e chegava cá fora distribuia a todos os miudos, pobres ehhhh, claro que o meu tio dava por ela , atirava-me com o metro de pau, ele tinha maus figados desde sempre, mas, aquilo não se fazia...(roubar delicas doces!) enfim, levaste-me até estas recordações lindas..
Beijinhos, muitos, e tudo de bom...laura
Às 29 de novembro de 2009 às 17:25 , Bichodeconta disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Às 29 de novembro de 2009 às 17:44 , Bichodeconta disse...
Parabéns ao aniversariante. Quem dera conseguir eu por em poema ou verso alguns feitos da minha infancia.
Consta que com dois tres anos
A mãe me mandou depressa
Café e açúcar comprar
Mas ao subir a travessa
Dedilhando uma guitarra
encontrei um trovador
E uma cigana cantando
Bonitas canções de amor
As compras esqueci depressa
Segui minha sina eterna
E segui o par cantante
Com eles fui pra taberna
Cantaram á desgarrada
A malta estava encantada
Criança atrás nunca fica
Ainda consigo ouvir
O fado que então cantaram
O do miudo da Bica.
Terminada a cantoria
Passaram de mão em mão
Um chapéu onde ficasse
Um sinal da gratidão.
Dei tudo quanto trazia
Sinal da minha alegria
Encantada fui pra casa
Nem açúcar nem café
O dinheiro asas ganhou
Não sendo eu castigada
Porque o pai assim falou
Primeiro quero saber
Se consegui aprender
O que por lá se cantou.
Cantei então em voz alta
A voz mais alta que tinha
Fado o miudo da bica
Do grande Fernando Farinha.
..................
......................
Abreijos
Às 29 de novembro de 2009 às 19:23 , Paula Raposo disse...
Muitos parabéns pelo dia de hoje, André Moa!!
Beijinhos.
Às 29 de novembro de 2009 às 19:55 , Kim disse...
Parabéns André
Continua assim sonhador, porque o sonho comanda a vida e isso é algo que tu tens feito muito bem.
Um grande abraço e feliz aniversário
Às 29 de novembro de 2009 às 20:17 , Maria disse...
A André Moa
Setenta anos, são certezas
De muita coisa vivida.
Alegrias e tristezas,
Tudo faz parte da vida.
Para si, André amigo,
Tem sido luta e bem forte.
Mas todos juntos, consigo,
Daremos a volta à sorte.
Em cima destes setenta,
Outros, dez vou desejar,
Para não pedir demais.
Daqui, por dez, aos oitenta,
Outros dez, acrescentar.
E aos noventa, dez mais.
Beijinho
Maria
Já lhe tinha mandado isto para o Kim. Agora vim aqui e, resolvi repetir.
Mais um bejinho
Maria
Às 29 de novembro de 2009 às 21:09 , O Encapuçado disse...
Moa, como vês, a nina Ell, a bicho de conta, é toda fadista, já em pequena andava a dar pró chapéu o que devia ser p´ró açúcar...vá lá que o pai era bom Juiz nessas coisas, vá lá!...temos aqui uma fadista de cantar até que a voz lhe doa, ainda estou pra ver...
Muito lindo bichinho de conta, muito, muito...adorei..beijinhos d alaura.
Às 29 de novembro de 2009 às 21:50 , Carla D'elvas disse...
Parabéns :)
Beijo meu*
c
Às 29 de novembro de 2009 às 22:14 , Unknown disse...
Caro amigo André, muitos parabens e que o dia de hoje seja cheio de coisas boas .
UM grande abraço e feliz aniversário.
Às 30 de novembro de 2009 às 00:31 , Branca disse...
Querido André,
Peço desculpa por já chegar depois da meia noite.
Parabéns! Parabéns!
Muitas felicidades.
Que o próximo ano seja melhor que este, com saúde e com tudo de bom.
Ai a marota da Laurinha que não me avisou. Eu tenho andado muito saída e baralhada e ontem estive a tratar de um desafio de umas amigas até de madrugada, embora seja coisa que não goste muito de fazer, mas elas mereciam por diversas circunstâncias. Ando assim um pouquinho mal da cabeça, mas acho que isto vai tudo passar para a semana, quando pusermos a escrita, melhor dizendo a fala toda em dia, eheheh.
Deixo beijinhos e abraços.
Branca
Às 30 de novembro de 2009 às 00:33 , Branca disse...
Volto amanhã para ler o texto todo com atenção.
Beijinhos
Às 30 de novembro de 2009 às 00:34 , Branca disse...
Volto amanhã para ler o texto todo com atenção.
Beijinhos
Às 30 de novembro de 2009 às 07:51 , Laura disse...
Bem se vê que a nossa Branca anda a ficar c'umas brancas,até clicou duas vezes, enfim, sempre conta mais um... mas isso é normal na nossa idade minha querida!...Eu pensei que a menina sabia e nem me passou pla cabeça que não soubesses...
Eu nunca entro em desafios, as amigas já me conhecem e deixam-me fora disso, só às vezes quando a coisa é pequenina (ahhh, digo; o assunto é pequeno, não vão ler-me à lisboeta ehhh) mas não vou em desafios e inquéritos...
chegou-me quando aos 16 anos, armada em sabida, e uma amiga me perguntou (aquilo era escrito no caderno, por todos e todos liam ora pois)o assunto era namoros e quejandos.
Já provou alguma vez, beijo de linguado?
respondi como sabia...
Já, a minha mãe faz todas as semanas com arroz de tomate e salada de alface! se era verdade, e havia em Luanda cada linguado de kilos e não como estas solas de sapato que agora vendem e tem o nome de linguado, ah, rapariga, fui a gozação geral lá do grupo, ela teve de arrancar a folha, ficou zangada comigo, chamou-me de parva e tudo, mas, quando ela me começou a descrever como era aquilo, eu em ares de dúvida ainda disse, quando ela começa, enfia-se a lingua na boca do outro, eu; ah, nananana, e os dentes? imaginava os dentes fechados e a lingua numa luta cerrada pra lá entrar...ó valha-me!---
Beijinhos e claro que o esquecimento para a semana, acaba-se...ora pois..laura
Às 30 de novembro de 2009 às 17:01 , Laura disse...
Vês como também te riste da nina laura? então podes lá ir ler mais uma em resposta, ora pois! ainda a pesco para aqui, mas, mais logo ris mais um tico e depois? depois devia ser assim por ser surda e não ouvir tudo o que se passava à minha volta, só podia!...mas, eu acabo sempre por aprender de tudo, de tudo um pouco, mas até chegar lá!...Beijinho da laura
Às 30 de novembro de 2009 às 23:07 , Andre Moa disse...
Que magnífica espiritualidade corporal! Ombreia bem com a espiritualidade que rescendia do prato de arroz de tomate com linguado preparado pela mamã. Linguado melhor do que o que a mãe preparava, só mesmo aquele linguado desesperado a querer entrar na boca de dentes cerrados. Aos dezasseis anos!
Santa ingenuidade, não é, Laurinha!? Mantém-na o mais que puderes, por mais que se riam de ti homens e mulheres sabidos até à quinta geração do «pecado». Por mim, continuo a preferir um bom linguado, sem a dentadura a tapar-me a boca. É tão bom um pecado com sabor a linguado!
Às 30 de novembro de 2009 às 23:08 , Andre Moa disse...
(importado do blogue da Laura Résteas de Sol donde constam os ingredientes abaixo cantados):
Ai meu d(EU)s que vou chorar!
Como posso aguentar
tanta afeição e carinho?
Mas tenho de me frear,
já que não posso provar
sejam bolos, carne ou vinho.
A Laura, a tentadora,
amorosa, sedutora,
pôs-me logo mesa lauta:
bolo e vela bem acesa,
champanhe aberto na mesa,
só falta a minha flauta.
Sobre o bolo, uma cereja
capaz de causar inveja
a qualquer rufia ou moço;
eu que sou septuagenário
vou tentar no aniversário
comer-lhe polpa e caroço.
E ela é tão vermelhinha!
Já meio descascadinha,
vou mesmo experimentar
trincá-la, mas com jeitinho,
não vá partir um dentinho,
a esquelética quebrar.
Com a Verdinha a cantar,
o amigo Kim a filmar,
a Maria aos abraços,
Ó Laurinha, o que fizeste!
A exclusividade perdeste
de rodopiar nos meus braços.
Mas terás a primazia.
Neste dia, em qualquer dia,
tu serás sempre a menina
dos meus olhos, grande amiga.
Para ti uma cantiga,
minha doce bailarina!
Às 30 de novembro de 2009 às 23:10 , Andre Moa disse...
Amigo Kim, desculpa o abuso, sim?:
Não resisto, por isso aqui transcrevo o que o nosso amabilíssimo amigo Kim pranteou no seu blogue, com foto e tudo. Onde terá sido tirada e por quem? Não sei. Cheira-me a Caldas da Rainha e à arte do Osvaldo. Só sei que não resisto, por vaidade, certamente, mas pela merecidíssima publicidade que faz da minha linda e querida terra natal: Tabuaço. Obrigado, amigo-irmão Kim.
«29 de Novembro de 2009
André Moa - sete décadas depois
André Moa nasceu em Tabuaço, concelho românico e romântico do Douro Vinhateiro, Património Mundial.
Licenciado em Direito, foi magistrado do Ministério Público, advogado, professor, autarca, técnico superior e dirigente da Segurança Social. É agora escritor, poeta e ... paciente.
Foi assim que recebi este legado humano de humilde sabedoria.
André Moa é o pseudónimo de José Guilherme Macedo Fernandes. Nasceu a 29 de Novembro de 1939.
Hoje, Moa seria sempre notícia, pois completa setenta anos de vida. Mas, Moa será sempre um símbolo de coragem e tenacidade, pela luta que tem travado com o maldito caranguejo que teima em tolhê-lo com suas fortes tenazes.
Homem extraordinário de simplicidade suprema, esgota a tristeza de quem dele se acerca. Frágil e franzino não denuncia a força que dele emana.
Mas … dele não importa falar, antes conhecer.
Meu querido Moa, como eu lamento ter chegado tão tarde a ti!
À ta joie de vivre! Parabéns!»
É verdade, amigo Kim!
Setenta anos. Enfim,
Sofri muito, mas sou livre.
Chegaste tarde? Eu também.
Como a ti, sabe-me bem
a nossa «joie de vivre).
Às 30 de novembro de 2009 às 23:11 , Andre Moa disse...
Cara Dad, esta quadrinha é para ti:
Obrigada, cara DAD,
amiga, cheia de encantos,
pela tua amizade
que me enche todos os cantos.
Bichodeconta, ai bichodeconta,
quão semelhante ao teu meu estro é!
Esta nossa atracção pelo faz-de-conta
Dá-nos vida e saúde. Pois não é?
Quantas vezes, sei lá, me perdi eu,
com qualquer novidade em plena rua,
sair de casa em manhãs de breu
e regressar só quando ía alta a lua.
O que é isso, Maria!
Distância ou cortesia,
ou relíquia de baú?
Não gosto dessa cantiga,
do teu gesto, minha amiga,
de não me tratares por tu.
É questão de relicário,
ou por ser um salafrário
e me temeres, rapariga?
Sim, eu sei que sou sacrílego
mas lê-me bem este epílego:
és ou não és minha amiga?
Já mostraste bem que sim,
ao desejares para mim
uma vida prolongada.
Toma conta desta, assenta:
menos que cento e cinquenta,
para mim não será nada.
UM BEIJO TEU, CARLA MAR,
BEIJO DE ESPUMA SALGADA,
SEI QUE ME VAI SACIAR,
NÃO PRECISO DE MAIS NADA.
Sê bem-vinda, novel amiga!
Caríssimo Jorge Henriques,
obrigado pela lembrança.
Sempre gostei dos teus tiques
de coragem e de esperança.
Continua, amigo meu,
prolonga a nossa viagem,
que eu vivo muito do teu
exemplo. Dás-me coragem.
Brancamar, cá vos espero
com prazer e alegria,
já que tu queres e eu quero
colocar a fala em dia.
Volto a ti, cara Laurinha,
pra te informar, grande escriba,
que a minha querida mãezinha,
felizmente, ainda é viva.(pronunciar viva com a pronúncia do Norte onde frequentemente se troca o v pelo b).
Às 1 de dezembro de 2009 às 02:40 , Maria Soledade disse...
Caro Amigo Môa
Já bati à tua porta
Porque sei que és gente boa...(TAC)
:::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::
Embora meio atrasada
Soltei aqui a risada
P'lo seu poema maroto
Onde tudo estava "torto"!...
Eu começei pequenita
A gostar de poesia
Sempre adorei a escrita
E minha alma pedia
Que eu "botasse" no papel
Tudo aquilo que sentia
Transformando a dor em mel...
MUITOS,MUITOS PARABÉNS
Ser teu amigo é virtude
Contando os setenta que tens
Venham mais dez com SAÚDE...
Beijinhos MUUUAAAHHH******
Às 1 de dezembro de 2009 às 10:53 , Maria disse...
Meu Tarzan
Tens toda a razão. A nossa amizade merece o tu.
Por isso, daqui em diante:
Mim- Maria
Tu- André
Beijinho
Maria (a tua Jane)
Às 1 de dezembro de 2009 às 11:17 , Laura disse...
Mas que grande alegria
ao ler-te a cantar
que a tua mãe ainda é viva
e custa a acreditar.
Se ela tinha uns 20 anos
quando te trouxe ao mundo
então de certezinha
que já é bem entradinha!
Por isso me penitêncio
é que com a tua idade
não é qualquer um que a tem
ou possa chamar pela sua mãe!
Ora viva ou ora biba
a coisa vai dar ao mesmo
e aqui a tua escriba
por vezes é um torresmo. (miolo queimado)
Gostei de ver por aqui
uma certa Soledade
rapariga de bons modos
cheia de simplicidade.
Mas o que nós não sabemos
é que ela quando escreve
troca o gato por lebre
e sai filha de almocreve.(pa rimar)
Tanto volta ela nos dá
tanto riso nos faz rir
mesmo que lá por dentro
nem seja capaz de sorrir.
Essa foto que o Kim tem
juraria que já a vi
num dia a seguir ao encontro
mandada por alguém. (Osvaldo ora pois)
Para me fazer inveja
ao recusar o convite
para os acompanhar
ao Museu do Zé Malhoa.
E assim perdi a oportunidade
de conhecer a tua cara metade
e de novo poder ter
nova oportunidade de vos ver.
Ai que rica gente aqui tens
todos destilam amor
ora diz lá meu amigo se não é caso
para mandar tocar o tambor!...
Afazeres chamam por mim
pois a festa aproxima-se
e ainda tenho metros para coser
e outras coisas para fazer.
Beijinho a todo o pessoal, todo,sem esquecer ninguém, assim, os nomes ficam na alma! e ati, rapaz, aquele abraço bem apertado, como sempre, daqueles desganar... laura
Às 1 de dezembro de 2009 às 21:23 , Bichodeconta disse...
A laura cuida da roupa
Já não é tarefa pouca
Vai estafada a pobrezinha
Vou de gata borralheira
Vestida á minha maneira
E pela fada madrinha
De abóbora será o coche
Daquela abóbora amarela
E vou levar p´ra Laurinha
Uma linda pregadeira (broche)
Pra lhe enfeitar a lapela.
De Sapato de tacão
Pró tango poder dançar
Saia Rodada plo chão
Para o Moa a cortejar
Eu de ténis ou chinelos
Calça de ganga ou cetim
Só quero mesmo estar na festa
E quero que gostem de mim
Será que o Moa me leva
Aquela boina do Ché
Se sim passo-me da "moina"
Ora dá pra cá a boina
Canto o fado e grito olé.
Kim, Osvaldo , Teresa e Ana
Maria , Verde , e Laurinha
André Moa e outros mais
E este bichodeconta
Que vai fugir se sentir
Que na festa está a mais.
Quero a todos abraçar
A cada um conhecer
E depois vou semear
Tudo o que aí aprender.
Dizem , quem semeia ventos
Só só pode ter tempestades
Vamos então estar atentos
E em vez de semear ventos
Semeamos só amizades.
Alto, baixo, gordo ou magro
Branco , preto ou qualquer cor
A todos quero abraçar
Pra ver mais equilibrado
O mundo em paz e amor.
Abreijos.
Às 1 de dezembro de 2009 às 22:28 , Dad disse...
Huauhhh!
Gostei de ler a versalhada que por aqui vai!
Beijitos a todos(as)e que a próxima semana seja óptima!!!
Às 2 de dezembro de 2009 às 00:00 , Andre Moa disse...
Ò Maria Soledade,
podes bater à vontade
na porta cá do rapaz;
Podes bater-me, se gostas,
poupa-me apenas as costas,
sou muito frágil atrás.
Ó Maria, minha Jane,
espero que não me engane
e não me esconda num saco
ao acordar de manhã
ao ver que não sou Tarzan,
que não passo de um macaco.
Ó Laurinha, é verdade,
com a bonita idade
de quase, quase noventa,
a minha mãe ainda é viva.
Da vida dura cativa,
sofreu, sofre,mas aguenta.
Sim, bichinha, levo a boina,
mas não te passes da moina,
que a boina não é do Ché.
Muito menos dum toureiro,
paguei-a com o meu dinheiro,
esta boina minha é.
Dadinha, até p'rá semana,
que seja muito bacana,
pois p´rá semana é que é.
Que o peixe caia na rede
Pois Domingo, na Parede,
será grande o rapapé.
Poupem-se, para estarmos todos em boa forma, que a coisa promete.
Isto promete.
Abreijos
André Moa
Às 2 de dezembro de 2009 às 00:59 , Branca disse...
Hi, tanta coisa para ler, ainda não é desta que ponho a escrita em dia, estou a tratar dos horários do comboio para Domimngo, hihihi e amanha levantar cedinho para trabalhar.
Beijinhos amigo André.
Tudo de bom para si para amanhã que já é hoje, dia 2.
Branca
Às 2 de dezembro de 2009 às 01:02 , Branca disse...
No meu computador marca 1h, mas afinal na tua caixa de comentários marca muito menos, ainda é dia 1 - 16h59m, que bom que ainda me vai render o feriado...
Beijos
Às 2 de dezembro de 2009 às 09:20 , Laura disse...
Andréééééééé´olhó relógioooooooooooooooo
aqui não se trata de; O DESTINO MARCA A HORA! queremos saber as horas da nossa galderice, olhá Branca que vem sempre tarde e a más horas...ui, cala-te laurinha, agrafa-te, ehhhh, na maior..beijinhos, laura
Às 2 de dezembro de 2009 às 09:46 , Laura disse...
Xiça, penico, chapéu de coco, escrevi um balúrdio de versos e no fim? escafederam-se, rais partam isto!...
vou tentar de novo, irra, o dia começou mal aqui, mas, nada que não se resolva...
vou agora pró salão
não de dança mas da tesoura
vou mudar de visual
não tarda torno-me loura!
Eu já não durmo de noite
pois deito-me a pensar
que a todos eu vou ver
e a todos vou abraçar!
E de manhã dou comigo
a pensar se dormi ou sonhei
ou se apenas não me lembrei
que com o João Pestana me deitei!
Ouvi dizer que precisavas
de quem te guardasse as costas
e se me queres dar prazer
colo-me a ti, de costas!
Pois eu nunca iria deixar
que alguém te partisse ao meio
se magro tu já és tanto
ficavas sem espaço pra maneio!
A tua boina estava connosco
naquela dança na rua
e como muito bem disseste
pagaste-la, logo é tua!
E agora me despeço
cuidando de copiar
o que escrevi sem colar
senão de novo vai tudo ao ar!
Às 2 de dezembro de 2009 às 21:00 , Bichodeconta disse...
Boa noite meretissímo Dr Macedo Fernandes,(Não vale zangar com o bicho de conta)Hoje era dia de notícias, e claro, tinha de passar por aqui e porque o assunto é deveras perverso, tão pouco me atrevo a escrever em verso.Deixo um abraço de ternura extensível á D. Teresa sua esposa.Espero não estar a trocar as esposas ehehehe. Mas não certamente, Ana é a cara metade do nosso grande Osvaldo. Amanhã voltarei e quem sabe a coragem já permitiu deixar as notícias. O Deus no qual não acredito não ia pregar-nos uma partida em quadras Natalícias. Abreijos.
Às 2 de dezembro de 2009 às 23:05 , Andre Moa disse...
Bichodeconta, se tu
tiras doutores do baú,
me tratas com cerimónia,
não queres tu que eu me zangue?
Que queres então, minha linda?
Não te mereço ainda
um tu? Não? Preferes que eu mangue?
Tu cá, tu lá, não será melhor, mais bonito, mais adequado entre pessoas que tanto se estimam e tão abertamente se mimoseiam? Eu acho que sim.
POR MIM, NÃO ABDICO.VIVA O TU CÁ, TU LÁ! VIVA!
Abreijos
André Moa
hos.
Que pensa esse bardamija?
Sou homem de barba rija,
Às 3 de dezembro de 2009 às 11:15 , Bichodeconta disse...
Tu cá tu lá meu amigo
Mas foi assim que saiu
Estamos todos em tensão
Mas estou de acordo contigo
Adré tu és meu amigo
Já estás no meu coração
Abreijos.
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