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sexta-feira, 13 de novembro de 2009

JUSTIÇA A METRO, AOS BOCHECHOS, A CONTA-GOTAS



JUSTIÇA A METRO, AOS BOCHECHOS, A CONTA-GOTAS
(Velhas à moda da Terceira)

Esta tarde, em pleno Metro,
Li no jornal Metro o espectro
Da «justiça» em Portugal.
Em pouco mais de uma linha,
P’ra grande tristeza minha,
Diz Luciano Amaral[1]:
Qualquer partido político
Está sujeito a chantagem.
Acrescento eu ao crítico:
É fartar, ó vilanagem!

Tal chantagem vem de onde?
E Luciano responde:
Da imprensa e magistrados,
Dos arautos da verdade,
Da justiça, da equidade.
E nós leitores espantados.
Se a verdade e a justiça
Andam assim conluiadas
Apetece vê-las – chiça!
No banco dos réus sentadas.

Revelam coisas obscuras
Mesmo não sejam seguras
As fontes de informação.
Sem pudor, alto e bom som,
Distinguem-nos logo com
Medalha da corrupção.
Se o que ele diz é verdade,
E eu acredito que sim,
Penso eu, contra a vontade,
Que isto está mesmo ruim.

Se a justiça e a verdade
Mentem com tanto à-vontade,
O que se pode esperar
Dos bandidos, dos corruptos,
Gananciosos e brutos,
Que pensam só em roubar?
Vivem bem, à tripa forra,
Com total desfaçatez,
Sem que uma cachaporra
Lhes parta as costas, de vez.

Por isso intrigam, baixinho:
Se me fizeres um jeitinho,
Dar-te-ei um bom jarrão.
P’ra quê andar triste e nu,
Se posso encher o baú
E ganhar mais um milhão?
O pagode português
Julga-me herói, bestial,
Por eu sacar mais num mês
Que um juiz e um general.

Meu caro, viver não custa.
Só a honradez me assusta,
Nunca deu p’ra enriquecer.
Que fique a honra com os pobres,
Que eu cá prefiro uns bons cobres
E ver a conta crescer.
Não tenhas medo de nada!
As malhas da lei estão rotas,
A justiça está parada,
Só age a conta-gotas.

Mete lá a cunha, parceiro.
Não te faltará dinheiro,
Serás bem recompensado.
Avança, não tenhas medo.
Guardado está o segredo
Num cofre bem recheado.
Não há nada que me trave,
Comigo ninguém se meta!
Eu não paro. P’ra mim, grave
É não atingir a meta.

Se houver algum azar,
Quem me irá incomodar?
O dinheiro tapa tudo!
Tenho a rede bem montada,
A jigajoga oleada
E com rodas de veludo.
P’ra fugir ao prejuízo,
Seja na banca ou sucata,
O que importa é ter juízo,
Ter olho fino, ser rata,

Eu estou bem escudado!
Não fiques preocupado!
Avança, pois, bom amigo!
Toma lá um presentinho!
Só te peço um jeitinho
E deixa o resto comigo.
Basta uma palavrinha,
Basta-me um salvo-conduto.
A acção será toda minha.
Vai por mim, que não sou bruto.

A justiça? Esquece isso!
Quem a vê? Levou sumiço!
Caiu à rua, morreu.
Quem é que ainda acredita
Nessa coisa esquisita?
Não acreditas? Nem eu.
Ainda haverá alguém
Que tema os tribunais?
Não eu, por certo Ninguém,
Nem a Tê vê, nem jornais.

Hoje o grande tribunal
No reino de Portugal
Capaz de botar sentença
Mora na televisão
No café, junto ao balcão,
Ou sai das mãos da imprensa.
Ai do que for apanhado!
Vai ser tratado por urso,
Fica logo condenado…
E sem direito a recurso.

Quem é que ‘inda liga às leis?
Os decretos são papéis
Muito fáceis de rasgar!
A «justiça» é uma nojenta
Engrenagem ferrugenta.
Já não é capaz de andar.
Era cega, hoje é coxa,
Perdeu credibilidade,
A sua espada é tão frouxa!
Já não defende a verdade.

O mal já vem de raiz.
Vê tu só, hoje um juiz,
Parece um mixordeiro.
Não tem modos nem recato.
Discute num sindicato
Como qualquer calceteiro.
Faz do cargo profissão,
E já não consegue ver
Que tem por nobre missão
A Justiça defender.

Um delegado é parecido.
Em vez de ser comedido
No que faz e no que diz,
Pouco age, pouco escuta,
Entra na liça, na luta
Dos media, com o juiz.
Chega mesmo a parecer
Que travam luta de galos.
E quem os irá deter?
Alguém se atreve a calá-los?

Hoje, os senhores magistrados
São vulgares e descuidados
No vestir e no falar.
Gostam é de dar nas vistas,
Dar palpites, entrevistas,
Tudo menos trabalhar.
O que eles mais pretendem
São dois mesinhos de férias,
Só a si eles defendem
Com firmeza. O mais são lérias.


Órgãos de soberania
Portam-se, no dia-a-dia,
Eles que até ganham bem,
Como qualquer fraldiqueiro
Que só pensa em dinheiro,
Em prosápia, em vintém.
E são estes, ó parceiro,
Quem nos iriam julgar
Se eu não tivesse dinheiro
P’rá manigância tapar?

Claro que há excepções,
Quem não puxe pelos galões
Nem venha p’rá praça pública.
Há muitos que em bom recato
Julgam bem, têm bom trato,
Enobrecem a república.
Não te esqueças do chavão
Que todo o jurista emprega:
Não há regra sem excepção;
A excepção confirma a regra.

Mesmo esses tais, onde estão?
Pergunta-se a multidão
Ao sentir-se insegura,
Ao ver a justiça amada
Tão maltratada, arrastada
Pelas ruas da amargura.
E lá diz a velha praga:
O mal feito por um estupor
Quem o sofre? Quem o paga?
O justo pelo pecador.

Isto terá solução?
Desconfio bem que não.
Por isso, amigo, avance.
Actuemos, sem alarde,
Depressa, que se faz tarde.
Não há que temer, descanse.
E se houver algum azar,
Cá estou eu pró defender
Comigo pode contar
Para o que der e vier.

Por isso, compadre Chico,
Esperto é quem fica rico
Como eu, do pé p’rá mão.
Deixe ladrar os jornais,
Demorar os tribunais
P’ra gáudio da multidão.
A multidão aprecia
(como eu temo a multidão!)
Só quem lhe dá, dia-a-dia,
Circo, palhaços e pão.

E que se lixe o país!
Com dinheiro, é-se feliz
Aqui ou na Cochinchina.
Viva a santa corrupção
Que nos rende um dinheirão.
Mas que filão! Mas que mina!
Quero repartir consigo
Esta mina, este filão.
E seja, compadre amigo,
Tudo a bem da nação.

André Moa



[1] Luciano Amaral – Professor da Universidade Nova de Lisboa e autor do texto lido no jornal Metro. Rezam assim as partes do texto por mim utilizadas: «O sistema político português não vive os seus melhores dias. A afirmação não surpreenderá muita gente, mas talvez a gravidade da situação mereça ser sublinhada. Neste momento, não há nenhum partido político, excepto aqueles que nunca participaram no poder (o BE e o PCP), que não esteja sujeito à chantagem de magistrados e imprensa através da revelação de qualquer história obscura. De facto, BE e PCP, muito provavelmente apenas por não terem participado no poder (e penas por isso) ainda não foram distinguidos com a medalha da corrupção. O significado disto é evidente: a política está paralisada, o que se vê muito bem no caso deste Governo. Sem maioria absoluta, ameaçado pela revelação homeopática de sucessivos aspectos sórdidos dos «casos» Freeport e Face Oculta, pouco ou nada poderá governar. Historicamente, quando sucedia este tipo de paralisia, o regulador do sistema (para o mal e par o bem) era o Presidente. No entanto, o actual Presidente, depois da agora famosa e trágica alocução ao país, colocou-se numa posição particularmente difícil (quando tinha todas as condições para não o fazer)). Na semana passada, o Presidente Cavaco conseguiu o feito extraordinário de aparecer com uma cota de popularidade inferior à de um líder partidário…Se não tivesse desbaratado este capital, actuando de forma que deu a entender que poderia ser um destabilizador irresponsável do regime….Por agora, anda apenas a tentar salvar-se e esperemos eu não que não chegue a extremos para o fazer. A questão, para quem olha desconsolado para o espectáculo diante dos seus olhos, só pode ser uma: como sair daqui? Não está fácil. E, entretanto, poderá mesmo piorar.»
Entretanto, o Sr. Presidente do Supremo Tribunal de Justiça (representante da suprema instância judicial, do supremo e último defensor da justiça, propalou, alto e bom som, que as coisas se estavam a passar aos bochechos, que as certidões sobre cuja legalidade e validade lhe cabe decidir, estão a ser remetidas a conta-gotas. Onde isto chegou! E, segundo Luciano Amaral, «poderá mesmo piorar».

39 Comentários:

  • Às 13 de novembro de 2009 às 20:00 , Blogger Maria disse...

    Amigo André
    Perfeito o retrato que fez do nosso país. Infelizmente.
    Como escrita, mais uma vez admirei a sua facilidade e correcção do seu trabalho.
    Beijinho

     
  • Às 13 de novembro de 2009 às 20:25 , Blogger Laura disse...

    A justiça anda lenta
    e cada vez mais demorada
    e a malta contente
    porque não vai levar a nada ...

    o ladrão que se preze
    nem na choldra vai parar
    ele já tem as contas certas
    antes de se julgar ...

    As testemunhas arrolam-se
    só precisam de inventar
    ganham euros cumó milho
    só para poderem falar ...

    Eu que o diga que me sentei
    lá nos bancos como réu
    e as dez testemunhas falsas
    mentiram com escarcéu ...

    E foi por socorrer
    uma mulher a levar
    chapada e pontapés
    do homem com quem veio a casar ...

    Apesar de ganhar o caso
    lamentei profundamente
    aceitarem falsidades
    de quem nada sabia absolutamente...

    Mas uma coisa é certa
    a maioria vive assim
    no fio da navalha
    e a sorte, é que nunca falha...

    Justiça na nossa terra
    rapaz, nem me faças rir
    aqui a justiça não passa
    de arrotos e de tossir ...

    Cada um sabe de si
    e nós sabemos de nós
    os mais espertos vivem bem
    e quem mal está , mal tem ...

    Gente honrada e honesta
    já lá vai o tempo dela
    mesmo que lá em casa
    mal houvesse sopa na panela...

    Agora, é preciso parecer bem
    bons carritos e boas casas
    para meter inveja a todos
    a todos e a mais alguém...

    Meu amigo, se a isto chegamos
    culpa todos temos
    porque tudo aceitamos
    e em tudo prescrevemos!...

    Muitos apenas querem
    viver e deixar viver
    esquecendo que há muitos
    que nem têm que comer...

    Quem está mal que se amanhe
    diz o rico despreocupado
    enquanto pede ao graçon
    mais uma garrafa de champanhe!...

    Beijinhos, não é fino como o que escreveste, mas, é um pouco do que quero dizer..abraço da laura.

     
  • Às 13 de novembro de 2009 às 21:55 , Blogger Je Vois La Vie en Vert disse...

    Infelizmente...tens razão !

    Mas é tudo escrito tão artisticamente que fiquei hipnotizada pelas tuas palavras !

    beijinhos

    Verdinha

     
  • Às 13 de novembro de 2009 às 22:39 , Blogger Laura disse...

    errata em graçon, deve ler-se garçon, sorry. laura ai sotor não me malhes na cabeça, foi mesmo erro de descuido. ehhh beijinhos.laura

     
  • Às 13 de novembro de 2009 às 23:17 , Anonymous Anónimo disse...

    André,

    Espero ansiosamente um novo livro com estes deliciosos excertos. É que estou "farta" de os copiar para uma página a fim de os poder ler, reler e partilhar com os meus amigos. E com conteúdos sempre tão cativantes é mesmo um trabalhão!!!

    Sou aquela amiga sua muito silenciosa mas que está sempre consigo.

    Um forte abraço
    Ângela

     
  • Às 13 de novembro de 2009 às 23:40 , Blogger Je Vois La Vie en Vert disse...

    oh Laurinha,

    Quando pedires ao "garçon"
    Uma garrafa de "champagne"
    Que seja acompanhado de "glaçon" (cubo de gelo)
    E um ramo de flores de "campagne" (do campo)

    A-B-A-B ( = rimes croisées)

    Rimas chamadas "croisées" em francês (cruzadas)
    Ignoro como é em português
    Estas são chamadas "plates" (planas)
    Para acabar em xeque-mate

    A-A-B-B ( = rimes plates)

    Preciso de encontrar rimas "beijadas"
    Para te explicar o que aprendi
    E que certamente compreendi
    Nas minhas aulas abençoadas

    A-B-B-A ( = rimes embrassées)

    Quando para casar apanhei aviões
    Não sabia que tinha que escrever a Camões
    Para me divertir com foliões
    E competir nos versos com anciões

    A-A-A-A (= rimes continues)

    E o trabalho que me deste
    Para explicar-te as rimas em francês !

    Beijinhos

    Verdinha

     
  • Às 14 de novembro de 2009 às 00:38 , Blogger Laura disse...

    Ai, jesus, verdinha, deixa-me ir aprender ao Camões, que, passas-me a perns, de Francês nada sei, em Português
    sempre posso ajudar...mas
    escrevendo se vai aprendendo
    e daqui nada o jeito vais apanhar...

    Beijinhos, muitos, senão a velha agarra-te pla bainha das calças ehhhhhhh..laura e vou nanar que já é tarde..

     
  • Às 14 de novembro de 2009 às 11:57 , Blogger Bichodeconta disse...

    Este comentário foi removido pelo autor.

     
  • Às 14 de novembro de 2009 às 12:01 , Blogger Bichodeconta disse...

    Moa amigo aqui o caso é muito mais sério. Envergonha a todos as dimensóes que estão a tomar casos como o da pedofilia, neste momento pedem os advogados absolvição para todos, excepto para o dito BIBI .Esse que lhes serviu os petiscos.Perdão, nem quero falar deste assunto.E o que é que lhes vai acontecer?Nada! Agora caso friport e mais não sei quantos que nós nem chegaremos a conhecer.Enfim .
    Digamos que a nossa (in)justiça faz com que cada vez Possamos acreditar menos nos tribunais e outras coisas mais
    Abreijos.

     
  • Às 14 de novembro de 2009 às 13:43 , Blogger Laura disse...

    Boas tardes pessoal; eu já nem digo nada!...Não vale a pena, as gentes mudaram o despudor mantém-se, a boa educação e os velhos valores, desapareceram...é isso aí...Beijinhos a todos da laura.

     
  • Às 14 de novembro de 2009 às 16:32 , Blogger Andre Moa disse...

    Maria, dou de barato
    que tenha feito um retrato
    perfeito deste país.
    E eu, que pensei na altura,
    fazer só caricatura,
    p'ra não ficar imfeliz!
    O que um homem, sem querer,
    mesmo com recta intenção,
    consegue, às vezes,fazer
    só com a imaginação!

    São ossos do meu ofício.
    Já valeu o sacrifício
    de tanta "Velha" escrever.
    O que escreveu a Laurinha
    suplantou bem a minha
    maneira de maldizer.
    A Laurinha já foi ré.
    Quem havia de dizer!
    Pois é, Laurinha, pois é...
    Por bem-fazer, mal-haver.

    Veio a Verdinha mostrar
    que sabe bem versejar
    nesta língua de Camões,
    misturando ao português
    pitadas de bom francês,
    e pelo meio lições
    de rimas emparelhadas...
    (quem puder que a acompanhe)
    algumas bem engraçadas
    a merecer bom champagne.

    Ângela, o anonimato
    não lhe acrescenta recato.
    Cara amiga sedutora,
    seu silêncio comedido
    faz lembrar gato escondido
    mas com o rabo de fora.
    Continue a coligir
    toda esta versalhada.
    Mande uma cópia a seguir,
    que eu não copio nada.

    Bichodeconta, perdão!
    Pedirem a absolvição
    os advogados p'ra o réu
    faz parte do seu papel.
    O que já será cruel
    é o inusitado escarcéu.
    Quais cães uivando à lua,
    com os processos parados,
    Ver magistrados na rua
    e os réus sem ser condenados!?

    Não lembra nem ao diabo!
    É só mais esta e acabo,
    que a todas já respondi.
    Desculpem, se me alonguei.
    P'ra onde vamos? Não sei.
    Pensei isto, isto escrevi.
    Sinto forte indignação.
    Ver isto a acontecer:
    só béu-béu, enquanto estão
    processos a prescrever.

    Abreijos
    André Moa

     
  • Às 14 de novembro de 2009 às 19:52 , Blogger Laura disse...

    Processos a prescrever
    isso queria eu se algo me suceder
    mas com a sorte que tenho
    isso nunca vai acontecer ...

    E se vier cá o papa
    mais larecos ficam à solta
    com a benção do sujeito
    que a todos manda em paz e proveito ...

    Nunca gostei de justiça
    feita por quem não tem coração
    pois por vezes há um engano
    e lá vai mais um prá casa de correção ...

    O que todos precisavam
    era de um lar e educação
    amor, paz trabslho e pão
    e sem isso, é uma grande confusão ...

    A vida tem filhos e enteados
    e nem a todos trata bem
    uns parecem filhos de padre
    e outros filhos da mãe ...

    Assim; deixemo-nos andar
    ao sabor da maré em boas ondas
    e o que não falta por aqui
    são versos e folhas soltas !...

    Abreijos e beijos
    ao Moa e a às raparigas
    que parece que voaram
    para poiso incerto ...

    laura

     
  • Às 14 de novembro de 2009 às 21:38 , Blogger Maria disse...

    Olhe André, o seu retrato
    Dum país ao desbarato
    Que já não tem rei nem roque,
    Não é bem caricatura
    Pois que qualquer criatura,
    Vê retrato sem retoque.
    Mostrou aquilo que somos
    Mesmo sem essa intenção.
    Já não somos o que fomos
    Nem com imaginação.

    Beijinho

     
  • Às 14 de novembro de 2009 às 22:47 , Blogger Je Vois La Vie en Vert disse...

    Como é que vou fazer
    Se em versos devo escrever
    Já me chega o meu sotaque
    Para às vezes dar o baque

    Mas estou em casa de amigo
    Que de certeza me dá abrigo
    Se tomates ou sapatos me mandar
    O leitor que não gostar.


    Bjs

    Verdinha

     
  • Às 14 de novembro de 2009 às 23:30 , Blogger Andre Moa disse...

    Boa décima, Maria!
    Estremeço de arrelia
    por tudo quanto me diz.
    Afinal, fiz o retrato
    de um país ao desbarato.
    Desbaratei um país.
    Saiu-me, foi sem paleta.
    E só falei de aflições.
    Este país de poetas
    passou a ser de aldrabões?

    Para a rima emparelhada
    a Verdinha é uma danada!
    Rima versos, dois a dois,
    qual carro puxado a bois.

    Temer tomates pelo ar
    Isso é que é de embasbacar!
    Não precisas de rimar
    para o leitor de ti gostar.

    Mas se te sentires em perigo,
    podes bem contar comigo.
    Não sou nenhum general,
    mas ai de quem fizer mal

    a esta verde Verdinha
    a esta parceira minha!
    A esta ou outra qualquer,
    seja homem ou mulher.

    Mas se for mulher, melhor.
    Aprecio tanto a flor!
    E porue já me excedi,
    hoje fico por aqui.

    Abreijos
    André Moa

     
  • Às 14 de novembro de 2009 às 23:33 , Blogger Laura disse...

    A verdinha está a começar
    a desbravar o terreno
    mete a escrita e a pena
    com segurança e engenho.

    com tomates não vais levar
    que a vida está cara
    e ficavamos sem salada
    e tu toda ralada.

    sapatos também não levas
    ó pró que te havia de dar
    se te mandava um sapato
    ficava o outro sem par !...

    Beijinhos e durmam todos bem, cheguei tarde do passeio e a estrelinha foi-se, o Moa nem sombra, enfim... beijinhos.

     
  • Às 15 de novembro de 2009 às 00:03 , Blogger Andre Moa disse...

    Não sou sombra nem fantasma,
    ando ainda neste mundo,
    Não ronco,não sofro de asma
    e tenho um sono profundo.

    Abreeijos
    André Moa

     
  • Às 15 de novembro de 2009 às 09:05 , Blogger Osvaldo disse...

    Caro irmão;

    Já vi que hoje, por aqui todos mostram seus dotes versejantes de versejar versos, versados e versidos, para versuadir versalmente a lusa Justiça...
    Como não tenho jeito pra isso, vou tentar uma pequena introdução versatória e versatária no versutuismo dos grandes versáteis que por aqui versejaram!!!

    "Pobre Justiça..."

    Num Governo "sucateiro",
    De Ministros "vira-lata"
    Como foi o Primeiro,
    Bochechar com a Sucata.

    Foi lá p'rós lado d'Aveiro,
    Que a Justiça meteu o dedo,
    Mas p'ra ela "caga" o Primeiro,
    Que da "coitada" ele não tem medo.

    Todos clamam liberdade,
    P'ra Justiça Nacional,
    Mas para falar a verdade,
    Os graudos a limpam com jornal.

    Oh, Justiça do meu povo,
    Que naceste em Bangú,
    Nada haverá de novo,
    Os grandes te viram o cú.

    Todos falam, todos ralham,
    Todos se dizem justiceiros,
    Na Justiça todos malham,
    Começando pelo Primeiro.

    Que bom se a Maria da Fonte,
    E a Padeira de Aljubarrota,
    Levassem o Povo a monte,
    P'ros politicos por à porta...

    Justiça da minha terra,
    Justiça do meu país,
    O povo não te faz guerra,
    Mas esta guerra quem a quiz?!.

    A Justiça anda aos marmelos,
    Neste povo de trabalho,
    Que cante o Galo de Barcelos,
    Antes que vá tudo pro c.....o

    Nesta terra de inJustiça,
    Onde o Governo não acode,
    O grande bem se espreguiça,
    Mas é o Povo quem se f..e.

    Desculpem lá a minha falta de jeito p'ra estas coisas de versejar versateiros versos, mas foi o que saiu.
    Quanto às asneiras ou palavrões eu "juro" perante a Justiça, que não disse nenhuma, mas se vocês acham que fui mal-criado, digam lá onde as viram... que eu queixo-me à Justiça e ao Senhor Juiz.

    Abraço irmão, e como vez, às vezes dá-me pra isto.

    Osvaldo

     
  • Às 15 de novembro de 2009 às 09:55 , Blogger Je Vois La Vie en Vert disse...

    Asneiras ou palavrões, não vi... nem conheço nenhuns..., caro Osvaldo !

    E dizes que não tens " dotes versejantes de versejar versos, versados e versidos, para versuadir versalmente a lusa Justiça...

    Tens também o dom de me fazer rir ! É pena que seja com verdades ... mas é melhor rir da situação do que chorar.

    Beijinhos ao Moa e à toi, Osvaldo, sem esquecer elle (Ana) !

    de moi, Verdinha

     
  • Às 15 de novembro de 2009 às 13:12 , Blogger Kim disse...

    É justiça a conta gotas na métrica do reparo.
    Parabéns André pela análiss crítica aqui tão bem explanada. Uma verdadeira ode a inserir nos compêndios das sátiras modernas.
    Muito bem amigo, um grande abraço

     
  • Às 15 de novembro de 2009 às 14:15 , Anonymous laura_vieira@portugalmail.com disse...

    arre rapaz, escrevi versalhadas, e como já desconfio deste gajo que é o pc, copio antes de clciar para enviar, e pelos vistos nem seguiu, v tentar de novo..

     
  • Às 15 de novembro de 2009 às 14:16 , Anonymous laura_vieira@portugalmail.com disse...

    Pasmem todos meus irmãos
    plo que acabaram de ler
    o nosso querido Osvaldo
    de palavrão se veio a socorrer ...

    Essa eu não conhecia
    nem sequer imaginava
    mas pelo que muito que me fez rir
    eu aqui já lhe perdoava ...

    Eu também digo asneiras
    se me queimar
    ou alguém se meter no meu caminho
    pra me desgovernar ...

    Mas eu digo-as tão pra dentro
    que as pobres mal se ouvem
    mas o Osvaldo caprichou
    nos sons que nem esconde ...

    Mas tu, tu que metes palavrão
    em toda a tua versão
    eu sei que te sentes queimado
    com pena do teu povo amado...

    Mas se quem cala, consente
    acho que é o próprio povo
    que deve estar presente
    nessa dor que deveras sente ...

    E deve ser ele e só ele
    que deve tomar a opção
    de guerrear contra eles
    apenas a Bem da Nação!...

    Mas, todos se acanham
    pelo parece mal
    e nem estranham
    que dia a dia se afunde Portugal!...

    Eu, que farei eu
    senão continuar a murmurar
    palavras de querer ajudar
    mas, nem sei para onde me voltar!...

     
  • Às 15 de novembro de 2009 às 14:44 , Blogger Maria disse...

    A chantagem, meu amigo,
    Tem costume bem antigo
    Não se sabe onde começa.
    É favor contra favor
    De senhor para senhor
    Que cresce bem e depressa.
    E um a outro promete
    Um vintém ou um milhão
    E com o crime que comete
    Quem se lixa é o mexilhão.

    Beijinho

     
  • Às 15 de novembro de 2009 às 14:48 , Blogger Andre Moa disse...

    Cala-te boca, que isto
    está a tomar um cariz
    de porrada ao ministro,
    à justiça, ao juiz...!

    E podem acreditar,
    não foi bem isto que eu quis.
    Eu só queria brincar
    com a situção do país.

    Por deficiências minhas,
    sem dúvida, caro irmão,
    li nas tuas entrelinhas
    o popular palavrão.

    Voz do Povo é voz de Deus,
    diz o povo e com razões,
    por isso, faço bem meus
    todos os teus palavrões.

    Se o povo fala assim,
    o palavrão aceitemos.
    Com acréscimo para mim:
    Semos irmões ou não semos?

    Um abração, caro Osvaldo
    André Moa

     
  • Às 15 de novembro de 2009 às 15:42 , Blogger Andre Moa disse...

    Velhas da ilha Terceira,
    se cantadas à maneira,
    prenchem bem um serão.
    São feitas de gargalhadas,
    dão para muitas noitadas
    e não causam comichão.
    São fonte de alegria
    e de grande animação.
    Tem toda a razão Maria:
    «quem se lixa é o mexilhão».

    Olha o meu amigo Kim!
    Não te tinha visto! Enfim:
    mais vale tarde que nunca.
    Tu dizes poucas, mas boas,
    não te cansas de dar loas
    a esta pobre espelunca.
    «Crítica bem explanada»?
    «Uma verdadeira ode»?
    Que excessos, meu camarada!
    Valha-te deus, que é quem pode!

    Um abração do eu deus,muito grato pela vossa amizade, bem como pela vossa fraternal, espontânea, genuina, grandiosa e salutar intervenção.
    Que grande animação vai por aqui, graças a nós todos, graças a vós, pois que, sem vós, nada disto existiria e muito menos perduraria, para mais com toda esta boa disposição, com toda esta alegria.
    Abreijos
    André Moa

     
  • Às 15 de novembro de 2009 às 17:04 , Blogger O Encapuçado disse...

    Começaste por ajuizar
    uma querela antiga
    a dos nossos governantes
    o nosso Povo enganar.

    A gente veio atrás
    a despejar os maus figados
    já que como boa gente
    somos os mais atingidos.

    E na verdade o que queremos
    é que o mundo pule e avance
    e deixe de estar em transe
    e a gente um dia se canse.

    Porque se nos cansarmos
    de tanta pasmaceira
    mais vale um Juiz nomearmos
    para nos tomar a dianteira.

    E se vossa excelência
    do Povo tiver clemência
    vai ajudar a justiça
    a fazer a diferença!

    E eu cá sei de um Juiz, que não é Juiz de um triz, mas um Homem a valer, e se lhe dessemos o Poder, ah,sei que ele o ia aceitar e a vida normal, séria, rica de trabalho e amor, ele nos iria dar..

     
  • Às 15 de novembro de 2009 às 18:00 , Blogger Andre Moa disse...

    Abriste nova campanha eleitoral, foi Laurinha? Para este ano já chegam as três que a gente fez. «Para esse peditório o pessoal já deu», como escreveu e cantou José Mário Branco.

     
  • Às 15 de novembro de 2009 às 21:02 , Blogger O Encapuçado disse...

    Se o pessoal já deu
    para este peditório
    ora aposto que quem ganhou
    claro que algum finório.

    Campanha Eleitoral
    eu nem isso lhe chamaria
    mas a necessidade original
    de um País que vai mal.

    Para o ano, quem sabe
    será tarde muito tarde
    e há que fazer alarde
    enquanto a chama «arde».

    E tú serias sem dúvida
    um Homem a considerar
    pois já usaste capa e toga
    e Portugal podias endireitar.

    Se o Mário Branco já cantou
    eu também posso cantar
    e apresentar o Magistrado
    Que nos pode governar...

    (e eu a desafinar)...

     
  • Às 15 de novembro de 2009 às 23:58 , Blogger Andre Moa disse...

    SE CALHAR,
    ISTO JÁ DEU O QUE TINHA A DAR.
    SE CALHAR,
    ESTÁ NA HORA DE MUDAR,
    DE VIRAR A PÁGINA E NOVO POST POSTAR.
    SE CALHAR.
    AMANHÃ VOU FAZER NOVA TAC
    MAS SÓ LÁ PARA O FIM DO MÊS IREI TER O VEREDICTO.
    ATÉ LÁ, SE CALHAR, O MELHOR SERÁ ESPERAR, SEMPRE COM CONFIANÇA E SORRISO NOS LÁBIOS.
    SE CALHAR.
    BOA NOITE PESSOAL.
    ABREIJOS.
    André Moa

     
  • Às 16 de novembro de 2009 às 07:34 , Blogger Bichodeconta disse...

    O amanhã está a espreitar
    Vamos á tomografia
    Quando o resultado chegar
    Vamos brindar de Alegria
    Abreijos .

     
  • Às 16 de novembro de 2009 às 13:48 , Blogger Je Vois La Vie en Vert disse...

    Este comentário foi removido pelo autor.

     
  • Às 16 de novembro de 2009 às 13:50 , Blogger Je Vois La Vie en Vert disse...

    É hoje que o TAC vais fazer
    É hoje que os males vais esquecer
    Está na hora das páginas fechar
    E ir ter com os amigos esguichar

    Beijinhos

    Verdinha

     
  • Às 16 de novembro de 2009 às 17:35 , Blogger Laura disse...

    Ora pois, entro a matar com o meu blogue sem estar aberto, e, o que escrevi, a rimar com tudo,e scafedeu-se, raios, ando de más sortes...
    Eu sei que os surfistas andam na água, mas o meu estava tão saudoso dela que...caiu à banheira, salvei-o por um triz, espero que não se constipe ou deixe de funcionar... Moa, sabes quem é o meu surfista? parece que não, ainda não te inteiraste dele...sabes dele mas não do nome pelo qual o trato... Um abraço daqueels desganar..laura a nina que quer que as resteas de sol brilhem para ti no momento de abrires aquele malfadado envelope...mas, se nem for bom, como dizia o meu pai (caga nisso e põe ao peito)! porque há mézinhas e remédios que tudo porão a funcionar e olha pa ti, daqui a dias lá vamos nós bater o pé...em cheio, mas nem penses em pisar os meus papatos novos, papatos ora pois...beijinho repenicadinho e hás-de dar-mne um para eu ouvir o som...e abraço apertado daqueles desganar...
    jinhos.

     
  • Às 16 de novembro de 2009 às 19:59 , Anonymous Anónimo disse...

    Tenho andado arredada destas lides, mas não posso deixar de vir aqui bater umas palmas pela versalhada/diagnóstico de uma situação de doença
    grave da "ditosa pátria minha amada"...
    Que curar-me, não consigo, das desilusões que tenho tido. Será que já pouca honra resta, nesta nossa terra? Que desgosto...
    Beijinho grandes para o escritor e para todos os comentadores que belas achegas deram.

     
  • Às 16 de novembro de 2009 às 20:57 , Blogger Bichodeconta disse...

    Este comentário foi removido pelo autor.

     
  • Às 16 de novembro de 2009 às 20:57 , Blogger Bichodeconta disse...

    É noite deixo um abraço
    A todos e ao André Moa
    Quem nasceu em Tabuaço
    Tem de ser boa pessoa.

    Com o dia já passado
    Já feita a tomografia
    Serenos vamos esperar
    E chegado o resultado
    Com alegria e Agrado
    Á vida vamos brindar
    Abreijos

     
  • Às 17 de novembro de 2009 às 00:15 , Blogger José Guilherme Macedo Fernandes disse...

    Lá fiz o TAC. Tudo correu, como esperava. Marquei consulta para o dia dois de Janeiro. só nessa altura saberei o resultado. Estou cansado, por isso não fiz um post a relatar as peripécias do dia. Amanhã será, espero.
    Abreijos
    André Moa

     
  • Às 17 de novembro de 2009 às 00:16 , Blogger José Guilherme Macedo Fernandes disse...

    Enganei-me. A consulta será s dois de Dezembro e não de Janeiro.

     
  • Às 17 de novembro de 2009 às 08:13 , Blogger Laura disse...

    Ahhh, cansado da noite que se aproximava...da noite em que, unidos todos pelo mesmo amor, euzinha, tu estrelinha e os nossos amigos Aninhas e Osvaldo, mas que rico serão, só faltou a lareira...houve poesia, cantares, Romeu e Juliet pela mão do divino André Rieu, enfim...este cansaço já nem cansou...
    Beijinhos, muitos e muito amor, laura
    agora quero é saber se aquilo é arejado à brava...para os lados...queres ir lá dar os parabéns ao rapaz Osvaldo? ao resteas?...jinho e abraço a ti, e muita paz...laura

     

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