SEJAM MUITO BEM VINDOS A ESTE BLOG!--------ENA!-- TANTOS LEITORES DO MEU BLOG QUASE DIÁRIO! ---ESTA FOTO É UMA VISTA AÉREA DA MINHA TERRA,-TABUAÇO! UM ABRAÇO PARA CADA UM DE VÓS! -ANDRÉ MOA-

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

MANIFESTAÇÃO DE ÚLTIMA VONTADE


O MEU TESTAMENTO
Escrevi há anos no epílogo do meu livro Mau Tempo no Anal – diário de um paciente:
«Há quem se preocupe em vida com a sua morte, com os detalhes do seu funeral, adquira, ainda vivinho da costa, o caixão e o guarde debaixo da cama ou atrás da porta. Há quem deixe, como manifestação de última vontade, ordens e rogos sobre o seu próprio féretro… que os familiares se esfarraparão por cumprir».
«Sobre este assunto (acrescentei eu, então) penso o seguinte: depois de morto, cevada ao rabo, façam de mim o que quiserem. Era o que faltava: pretender impor as minhas ideias mesmo depois de morto! Concedo a quem tiver que fazer o frete de tratar do meu funeral inteira liberdade de decisão. Tanto me faz ir de burro, como de cavalo, vestido ou nu. Tanto me faz apodrecer numa valeta, como num mausoléu. É-me indiferente (depois de morto tudo me será indiferente) ser enterrado ou cremado…»

Há dias encontrei na caixa do meu correio eletrónico um FW que teve o condão de me fazer mudar de ideias.

Sob o título «Humano transformado em diamante», resumidamente, o tal FW rezava assim: «Que macabro! Agora a moda é, em vez de ser enterrado ou cremado, virar diamante após a morte.»
E após este introito «macabro» (?), lá vinha a saborosa notícia:

«Por alguns milhares de euros e graças a uma sofisticada transformação química, uma empresa suíça agora garante ao falecido reservar seu lugar na eternidade sob a forma de um diamante humano…»
«Quinhentos gramas de cinzas bastam para fazer um diamante, enquanto o corpo humano deixa uma média de 2,5 a 3 kg, depois da cremação» explica um dos co-fundadores do laboratório onde as máquinas funcionam sem interrupção 24 horas por dia. Ou seja, cada defunto pode gerar uns 5 diamantes, ou mais. Dá para distribuir por toda família».
«Os restos humanos são submetidos a várias etapas de transformação. Primeiro, viram carbono, depois grafite. Em seguida são expostos a temperaturas de 1.700 graus, finalmente se transformam em diamantes artificiais num prazo de quatro a seis semanas. Na natureza, o mesmo processo leva milénios».
«Cada diamante é único. A cor vai do azul-escuro até quase branco…. Uma vez obtido, o diamante bruto é polido e talhado na forma desejada pelos familiares do falecido, para depois ser usado num anel ou num cordão».

Com uma boa dose de humor macabro (?), o referido FW interpela o leitor da seguinte forma:

«Já pensou poder levar o seu ente querido, depois da morte, num colar ou num anel? Se perguntarem pelo falecido, vai poder dizer: 'Ele é uma jóia'.
Se roubarem o diamante, vai ter que gritar: 'Roubaram o defunto, pega ladrão'!

A notícia termina informando:

«A indústria do 'diamante humano' está em plena expansão, com empresas já instaladas em Espanha, Rússia, Ucrânia e Estados Unidos».

Tomei conhecimento desta novidade e, acreditem, fiquei radiante. Tão radiante que me levou a alterar a minha primitiva posição. Apresso-me pois a manifestar a minha última vontade sobre a matéria:

Quando eu morrer, “não quero choro, nem vela…”, quero, sim, tornar-me num belo diamante. Mais: como sou alto, logo, de ossos compridos, talvez eu possa fornecer matéria-prima para vários diamantes. Pode ser que assim, eu que, em vida, não fui mais que pragana e joio, me transforme, depois de morto, em atraente e cobiçada joia, em cristalinos e reluzentes quatro ou cinco diamantes, garantindo assim um futuro risonho para o meu neto. Quem sabe? Pelo sim pelo não, nem que seja preciso, para tanto, uma subscrição pública para tão desejada transformação, aqui deixo bem expresso este meu veemente desejo. Cumpra-se. Segue-se a assinatura ilegível do «de cujos».

31 Comentários:

  • Às 29 de outubro de 2010 às 22:42 , Blogger Laura disse...

    Olha p'ra ele e olha p'ra mim! sou sempre a última a saber das coisas! O que tu foste fazer! Agora não há defunto que não queria valer uns milhares de euros, vá lá!... trazer ao peito um defunto? credo, ave de mau agouro!

    Mais vale ficares-te pelo inicio do que escreveste no teu livro (por acaso o meu está na Geta, emprestei-o para ela ler, como falaste nele. Não sei sei já o acabou mas um dia destes passo lá!)é meu, e foi escrito por ti na dedicatória, ora pois! É meu!)

    Tens razão, depois de mortos façam de nós o que quiserem, e eu só quero que não me deixem ser vestida ou despida pelos homens da funerária, irra, isso é que não quero. Pelo menos que sejam senhoras...
    Ah, antes que me esqueça, vou doar o meu corpo à Universidade para estudarem os ouvidos, o implante depois de colocado há anos, como se amolda ao lugar onde está, podem tirar a pele para os queimados, os ossos se servirem para alguma coisa, os dentes de cima, tudo bem, os olhos , o que quiserem, porque não me vai fazer falta nenhuma...na terra para onde vou!...

    Macabro simplesmente macabro e eu alinhei? ó valham-me!...

    E enquanto esperas para ser transformado em diamante,Olha que leva muito tempo e não apenas uns dias... vai aparecendo como sempre para trocarmos treta barata mas tão gostosa, na janelinha... pois ainda nos rimos um pouco, à custa de sabe Deus o quê...

    Beijinhos da miúda de Braga com saudades de ti, laura

     
  • Às 29 de outubro de 2010 às 22:55 , Blogger Andre Moa disse...

    CARA LAURA,
    Para ti, nem depois de morto sirvo, né? Olha, não te vou contemplar no testamento. Podes ter a certeza,pois que eu quero que todos os diamantes que a minha carcaça render fiquem todos na família, para bem do meu neto que é o único legítimo herdeiro dos avós, da mãe, do pai e do tio.Quero que fique com o futuro assegurado.
    Bjs
    André Moa

     
  • Às 29 de outubro de 2010 às 23:38 , Blogger Bichodeconta disse...

    Candidato-me a um pedaço da reliquia, mas já agora em vida..Se esse diamante se difundir, quiçá seria boa ideia abrir casa de joalharia..Moa, brinca brinca, mas um dia lá teremos de ir parar..Contrariada, quero que saibam todos que irei contrariada..Mas ....Imagina que está aí uma situação em que posso valer muito mais do que tu, pesadinha, imagina o que isto daria em diamantes..Diamantes?Ná, talvez uma terracota eheheh.Abreijos..

     
  • Às 29 de outubro de 2010 às 23:44 , Anonymous laura disse...

    Ehhh já não posso voltar atrás... Achas que faria isso?eu nem com os meus diamantes ando ao peito (cala-te boca!) e quanto te iam pedir para te transformar numa pedra preciosa? pedra preciosa tu? és mais o meu amigo querido, o Moa, pessoa maravilhosa e bendigo a hora em que o Osvaldo nos pôs a falar na janelinha que até hoje não abandonamos...
    Achas que acredito nessa das pedras? para já não, mas o homem na sua ganância é capaz de inventar tudo. Pena que não inventem trabalho, paz e pão!...

    Mas se isso for verdade, até concordo que te transformes em diamante se for para assegurar o futuro do teu neto!
    mas nem precisas de te preocupar, todos os seres do mundo, vão lutando para terem a sua vida e os eu lugar e ele fará o mesmo..Acredito que será um segundo Moa, no jeito, na forma de falar e de amar os amigos!...porque ele tem tanto, tanto de ti e é tão lindo e ternurento este menino!

    Beijinho para todos, da laura

     
  • Às 29 de outubro de 2010 às 23:51 , Anonymous laura disse...

    Ai nina Ell, em boa hora voltei atrás..ou seja, a menina não sabe que as banhinhas não rendem? só os ossitos é ou não é Moa? ah, podem meter mais alguns do talho lá para dentro que não me ralo, credoooooo que disparate tremendo estamos aqui a falar de coisas sérias e a brincar...

    Nina Ell, vais contrariada? olha que eu não! Sempre tive curiosidade em saber como será do outro lado, porque acredito que continuamos a viver, sob outra forma, logo, depois encontramo-nos por lá!... Moa, nem venhas refilar, é o que eu acredito e tá dito.

    mais um xi apertadinho da laura

     
  • Às 29 de outubro de 2010 às 23:59 , Blogger Andre Moa disse...

    Eu também passei a acreditar na eternidade, uma vez que dizem que o diamante é o metal mais duro, logo, espero, mais durável.
    Eu só não vou contrariado, porque me habituei a aceitar com bonomia e tranquilidade tudo o que está para vir, e muito principalmente, porque espero morrer de muito velhinho, já a desejar a morte. Nunca antes dos 150 anos.
    Abreijos
    André Moa

     
  • Às 30 de outubro de 2010 às 11:33 , Blogger Kim disse...

    Meu querido André
    Nessa viagem à eternidade eu vou levar a minha maquineta para registar a tua transformação em pedra preciosa. Eu não terei essa sorte. Sou duma casta mais reles e provavelmente não passarei duma modesta ametista.
    O aproximar da velhice traz-nos o prazer de glosar com aquilo que sabemos ser uma certeza, o que não acontece com a juventude.
    Só por isso, venha ela de rompante sem lamentos poder ter.
    Que o brilho que não tivemos em vida, o tenhamos na morte.
    Grande abraço, minha jóia ainda por lapidar!

     
  • Às 30 de outubro de 2010 às 12:06 , Blogger Osvaldo disse...

    Caro irmão;

    Mas que porra... então queres virar diamante e depois um maluco qualquer compra o raio da jóia e ferece-o a uma lambisgóia qualquer que nunca toma banho e lá andas tu ao pendurão a levar com o suvaco do raio da gaja?!...
    Pô... pra isso é melhor ser jogado às feras que se alimentarão de baixo dos torrões e quem sabe, das tuas raízes não nascerá um bela e frondosa árvore chorona que cobrirá nas tórridas tardes de verão os amantes famintos de amor?...
    Olha lá,... pensa bem no que vais fazer!!!...

    um abração.
    Osvaldo

     
  • Às 30 de outubro de 2010 às 12:38 , Blogger Laura disse...

    Ahhh, queridos Kim e Osvaldo... É verdade, mais vamos subindo na escala dos anos e mais vamos pensando que qualquer dia já nem por aqui andamos!...

    Prefiro-te um belo chorão e sempre que passar por um, perguntarei? qual deles será ele?... qual deles serei eu?

    Podes crer que vamos continuar a nossa conversa estejamos de um lado ou do outro, Nem sei bem no que acreditas, mas só depois veremos e, quero-te sempre por perto, do lado de cá ou de lá, tanto faz. Já és uma raíz profunda na minha vida. Nunca te vou largar de mão! Sabes que não!

    Amo-te Moa, amo-te com aquele coraçãozinho que te lembra todos os dias, a toda a hora e nem me perguntes porquê! Ah, nem venham cá com romances, o meu amor tu sabes qual é, já falamos disso...em Tabuaço, lembras?

    Beijinho a todos e o que me ri com o Osvaldo mai'los sovacos de quem te comprar ahhhhhhhh--- passavas tu a vida a espirrar.

    laura

     
  • Às 30 de outubro de 2010 às 16:09 , Blogger Je Vois La Vie en Vert disse...

    Não querias mais nada, amigo Moa ? Andar pendurada no pescoço ao pé do peito das senhoras ? Mas vê lá se acabas pendurado no pescoço do "Conde qualquer coisa de Cascais" que te vai chamar "minha joia" !
    Transformar o nosso corpo em diamante não é ma ideia mas não deve ser barato... Eu prefiro os diamantes nos dedos. Já me viste a falar com os seus dedos ? Punham-me no manicómio.
    Eu tenho desejos para o meu enterro e não se atrevem, meus amigos , a não seguir as minhas ordens !!! Importo-me lá como vou vestida e em quê mas quero o meu caixão coberto de flores - podem ser do campo e estão proibidas as coroas funerárias - porque, contrariamente a ti, acredito que há vida após a morte e é cheio de flores que gosto de imaginar o paraíso (sou irremediavelmente romântica) e assim posso levar flores comigo no caso de não haver lá... LOL
    Agora, tudo isto, esperemos que aconteça o mais tarde possível !
    Beijocas
    Verdinha

     
  • Às 30 de outubro de 2010 às 18:22 , Anonymous Anónimo disse...

    Meu Querido André!
    Mas que conversa é esta?
    Uma coisa da qual temos a certeza é que um dia morreremos: Basta nascermos para começarmos a morrer.
    Não precisas pensar em morrer para virar diamante, tu já és um diamante em bruto.
    Para quê virar pedra preciosa,quando toda a tua vida fizes-te por sê-lo! Á tua maneira conseguis-te transmitir ás pessoas o reflexo, o brilho e a riqueza dessa joia que és.
    A morte destroi o corpo, isso é verdade!
    Não o amor e a amizade que ficou
    Embora em forma de dor e saudade.

    André, esquece isso e dá-nos música, desgarradas,sorrisos e poemas. Dá-nos tudo o que possas mesmo debilitado que nós retribuiremos em dobro.
    Aquela força de sempre, meu diamante.
    Duplos beijos
    L&L

     
  • Às 30 de outubro de 2010 às 18:56 , Blogger Andre Moa disse...

    Caro Kim,
    joia por lapidar e ainda por ser joia, que ser joia só acontecerá, a acontecer, com as minhas cinzas. Claro que tens de assistir ao acto e filmares tudo bem direitinho para, em caso de furto ou extravio, poder ser descoberto e identificado nem que seja no cu de judas.
    Caro Osvaldo,
    Então, meu irmão, não me podias ter escolhido destinatária menos porca? Lambisgoia poderá ser, que quanto mais lambisgoia, mais me exibirá. Badalhoca é que não. Até porque andaria sempre a roer-lhe a consciência: "lava-te, sua badalhoca, se pretendes merecer-me."
    Isso de ser árvore é uma boa transformação que eu não rejeito, não. Aliás, uma das leis que me servem de farol na vida (e na morte) é a celebérrima lei de Lavoisier: «Na terra nada se cria, nada se perde: tudo se transforma». E se eu for transformado em árvore ou flor, não será mau de todo. E até é uma forma interessante de "continuar a viver", vistosamente, por mais uns tempos, até que o lenhador venha, me dissipe e me reduza a cinzas, pó,terra e nada, de novo. Já agora uma confidência: Atrás da casa que tenho perto de Sesimbra existe uma árvore frondosa que nasceu entre as campas do meu filho e do meu irmão que há 30 anos sucumbiram no acidente de viação de que já tendes conhecimento. Arranquei-a com todo o carinho, na pressuposição plausível de que aquele pequeno arbusto pudesse ter sido alimentado pelo húmus dos dois cadáveres em decomposição. Trasladei-a, plantei-a, reguei-a e cuidei dela, com esmero. Só depois de ter pegado de raiz e já com uns palmos a mais é que ousei contá-lo à Teresa e aos meus pais. Hoje toda a gente o sabe. Pelo menos a partir de hoje.
    Quanto ao meu destino como diamante, caberá ao meu neto decidir, pois que é a ele que me destino. O meu destino confunde-se muito com o dele. Ele é o meu destino. Estimo que se destine e me destine sempre bem. Para seu bem e de todos.
    Cara Laura: queres então que eu me transforme num Chorão, quando nem as dores me fazem vergar e chorar? Nem mo-lo digas!
    Cara Verdinha
    O peito, ou o dedo, ou o pulso, ou a gaveta, o que for, que eu almejo é o do meu neto. Mantivesse eu a sensibilidade e o desejo que hoje me anima, e, então sim, reivindicaria um colo de garça como o da Inês de Castro, o colo de uma senhora de se lhe tirar o chapéu. Como o teu, por exemplo, como o das mulheres do GT e não só, mas também.
    Quanto a flores no caixão, acho bem, quem quiser que as apanhe e as coloque, embora não esqueça que não tardarão a murchar e a apodrecer, como o cadáver que vai por baixo. Talvez por isso é que eu canto com frequência aquele célebre fado de Coimbra que reza assim: "Quando eu morrer, rosas brancas / para mim ninguém as corte./ Quem as não teve na vida / também as não quer na morte". "Quando eu morrer, nem sequer / na campa uma cruz erguida. / Para calvário já basta / a cruz que levo na vida".
    E não se impressionem que eu também não. Tudo é natural e belo e bom na natureza. Até o apodrecer das folhas junto às raizes da árvore-mãe que lhes deu vida. Sem esse apodrecimento, não teríamos cogumelos que, segundo dizem, é afrodisíaco.
    Abreijos
    André Moa

     
  • Às 30 de outubro de 2010 às 20:05 , Blogger Laura disse...

    Tomei conhecimento desse fado das rosas brancas quando vim cá de férias e um colega dos meus tios, professor, cantou e encantou. na casa deles em Amares... é muito belo.É sensível.

    O que pr'áqui vai.
    É bom que todos se riam com tanto disparate, mas a falar verdade, da morte só se fala quando ela acontece!
    Aviso-te desde já que acredito que podes vir cá ter connosco, e hás-de falar comigo um dia, posso ser surda mas isso é na parte de fora, que na alma ouço muito bem. Espero que me venhas dizer que te enganaste e que estás num lugar lindíssimo , que tens saudades de todos, especialmente da família, mas o que é a vida? são mais uns dia sou anos, e, o GT continuará do lado de lá com muito mais cor e Amor!...e quem sabe; ainda te passo a perna e chego lá primeiro... qualquer um dos teus amigos está sujeito a ver-se do outro lado e nem sempre são os que estão doentes que chegam primeiro..assim; como diz a nossa linda Luisinha; canta, escreve coisas lindas, brinca e deixa-te de humor negro...

    Vá lá, toma um abraço apertadinho com muito cuidado com as senhoras donas costas., da laura

    E nem venhas atrás de mim a barafustar, é no que acredito e se tu não acreditas, azar o teu...

     
  • Às 30 de outubro de 2010 às 20:07 , Blogger Laura disse...

    Lindo o gesto de trazeres a árvore para casa! é isso, somos da terra, somos o adubo a substância, somos o que for, amanhã seremos árvore ou flor...

    Um beijinho da laura

     
  • Às 30 de outubro de 2010 às 21:12 , Blogger Andre Moa disse...

    Sei que és surda, mas não és tola. Mas não, não vou atrás de ti. Aliás, servindo-me de um verso do Cântico Negro de José Régio, até me apetece responder-te: "sei que não vou por aí! A tua fezada em vidas impossíveis, por mais ingénua que seja, pode comover-me, mas não me move minimamente, assim como nenhuma fezada me move nem demove. Usa-a como bengala, se te aprouver e te ajudar a manteres-te de pé, mas não tentes dar-me com ela, que, se não, tiro-ta e bato-te com ela nessas costas de anjo caído dos céus aos trambolhões. Respeito as tuas crenças, mas, por favor, respeita as minhas ideias. Se não, não há diálogo possível entre nós sobre a matéria.
    Bjs
    André Moa

     
  • Às 30 de outubro de 2010 às 21:31 , Blogger Andre Moa disse...

    Caríssima Luisa,

    Só agora li o teu comentário, e não sei porquê. Talvez ofuscado pelo brilho intenso que dele sai, não o vi à primeira.
    Que conversa é esta? Conversa banal de quem não teme a morte, não considera macabro falar-se no fim da vida e expressa livre e francamente as suas ideias sobre a não existência de qualquer tipo de vida para além da morte. A não ser como alimento de algum arbusto ou de algum verme.
    Comungo da tua ideia quando dizes que uma coisa da qual temos a certeza é que um dia morreremos: Basta nascermos para começarmos a morrer. A última parte não me sairia assim, mas sim, talvez, que começamos a viver quando nascemos e assim continuamos a viver, cada vez mais e mais conscientemente, até ao último suspiro.
    Quanto ao resto do comentário, força da tua grande amizade e simpatia, mais não posso nem sei dizer do que Bem-hajas, caríssima Luisa.
    Bjs
    André Moa

     
  • Às 31 de outubro de 2010 às 00:11 , Anonymous Anónimo disse...

    Também passei por aqui!Foi bom ler e pensar em tudo que descreve.São realidades que fazem parte do que é viver.
    (Não quero usar de atrevimento com o que a seguir vou dizer)
    Como só acreditar no que se vê e consegue
    provar?!E tudo o que está para além dessa verdade são meras fantasias? a intuição não se vê mas sente-se e as satisfações interiores? de onde vêm?do nosso coração da nossa alma?e o que é tudo isso?!. É tão saudável emocionarmo-nos e deichar cair no rosto aquela lágrima tímida que nos dá alivio mas tentamos esconder.
    "Será que o segredo está nas convicções mais
    profundas"?!
    Uma Beijoca.
    Com Admiração e Carinho.
    Anali

     
  • Às 31 de outubro de 2010 às 10:04 , Blogger Bichodeconta disse...

    Valha-me que pelo menos há aqui alguém que pensa como eu, a morte é a única consequencia da vida da qual temos certeza ao nascer..O resto, bem o resto cada um tem o seu percurso, e se por vezes não escrevo, é pra não fazer figura de urso..
    Deixem as flores no jardim
    Abstenham-se de pranto
    Não tenham pena de mim
    Em vida já sofri tanto
    Que a mim não assusta a morte
    Assusta os males do mundo
    Medo secreto e profundo
    De perder um dia o Norte
    Mas não de a vida perder
    Essa quando eu nasci
    Trazia escrito no olhar
    Que um dia a ia perder.
    Deixem viver que está vivo
    Morrer a quem tem de ser
    Deixem no jardim as flores
    Tragam braçados de amores
    E espalhem á vossa volta
    Colectivamente
    Porque colectivo é
    O reino dos vivos e dos mortos.
    Abreijos

     
  • Às 31 de outubro de 2010 às 10:38 , Anonymous DAD disse...

    E eu convencida que tu já eras um diamante!
    De qualquer forma, a informação é interessante...
    Mais uma vez a "máxima" - Na vida nada se cria nem nada se perde - tudo se transforma, deve ter sido o mote desta "fabulosa" transformação.
    Eu gostava de ser um diamante em vida, porque depois de morta, a transformação química deve ser muito cara para os meus herdeiros...
    Beijinhos ao bloguista e a todos os comentadores.

     
  • Às 31 de outubro de 2010 às 13:32 , Anonymous Anónimo disse...

    Laura

    Ahhh, dares-me ca bengala nas costas? olhá'i ahhhhhh, surda sou mas não tola! ahhhhh Moa,anjo caído aos trambolhões? já és a segunda pessoa a dizer-me isso, uma foi um querido amigo que disse que caí em cima do Pc dele aos trambulhões, deve ser por isso que não cresço...sempre a trambulhar por aí... eu apenas digo que deixes a vida seguir e depois amanhã a gente fala na nossa janelinha virtual como o céu também é virtual (pelo menos por agora!... Não quero que creias, nem que me sigas, nunca o quis, apenas que me ouças como eu te ouço a ti, apesar de ser surda como uma porta... ouvir não interfere com quem sabe controlar o seu querer ou saber!

    Gosto tanto de ti meu querido Amigo..e sei que perdoas as investidas em forma de prosa barata.

    O amanhã que venha longe, porque eu sei que vamos rir os dois do lado de lá, e vocelência vai rir ainda mais que eu...

    Vou para o ninho, chove devagarinho, não me apetece sair só o farei amanhã para levar flores ao pai que está longe daqui.

    beijinhos da nina laura que será sempre a mesma deste lado ou do outro, mas Anjo? xiiiiiiiiiii, ainda falta muito para ter asas brancas.

     
  • Às 31 de outubro de 2010 às 18:18 , Blogger Andre Moa disse...

    Cara Anali,

    Atreva-se, sem rebuços. Não é atrevimento nenhum. Esteja à vontade neste nosso cantinho da boa língua. Com o mesmo à-vontade procurarei responder-lhe, com sinceridade e com toda a elevação. Se o não conseguir, antecipadamente lhe rogo o seu perdão.
    «Como só acreditar no que se vê e consegue
    provar?!» - pergunta-me a Anali. Eu respondo-lhe, usando o estratagema que Jesus, segundo se lê nos evangelhos, utilizou muitas vezes, sempre que se via acossado, formulando outra pergunta: Como acreditar no que se não vê nem consegue provar? Mas adianto: não é uma questão de crença, que eu não sou homem de crer. Sou homem de querer a verdade, só a verdade, toda a verdade e nada mais que a verdade, logo o que está provado, logo o que a minha razão aceita e torna seu.

    E volta a questionar-me: «E tudo o que está para além dessa verdade são meras fantasias? A intuição não se vê mas sente-se e as satisfações interiores? De onde vêm? Do nosso coração? Da nossa alma? E o que é tudo isso?!.
    Tantas perguntas e tão sérias necessitariam de um tratado volumoso para lhes poder responder com a necessária profundidade. Resumindo (lá terá de ser, senão o comentário sai truncado) dir-lhe-ei apenas, recorrendo de novo ao tal estratagema evangélico, perguntando: «mas o que é que está para além da verdade?» Meras fantasias? Julgo que sim. Quanto à intuição, será bom lembrar que ela nos engana a torto e a direito e que facilmente se confunde com os nossos desejos, por vezes inconsistentes.
    Quanto às nossas satisfações interiores, penso que não vêm nem do coração nem da alma. Não vêm, pura e simplesmente. Sentem-se. Por isso é que aquilo que me satisfaz pode não satisfazer outras pessoas, e inversamente. António Damásio, um cientista português radicado há muitos anos nos USA veio demonstrar que nós pensamos de acordo com o que sentimos. O coração não passa de uma bomba que mais não faz (e já não é pouco) do que bombear o sangue para que chegue a todas as partes do corpo.

    E conclue, afirmando: «É tão saudável emocionarmo-nos e deixar cair no rosto aquela lágrima tímida que nos dá alivio mas tentamos esconder». Totalmente de acordo com esta sua sábia afirmação. E sábia porque, por certo,já muitas vezes experimentada, vivida. Tal como eu. Eu não tento esconderf as lágrimas. Sou dos que sempre abominou a machista e tola e irrealista expressão de que um homem não chora. E se um homem não chora, quando e sempre que choro viro mulher? E daí? E daí, se a mulher é a melhor parte do vaso humano, a melhor e a maior parte da humanidade?

    "Será que o segredo está nas convicções mais
    profundas"?! Julgo que sim, cara Anali, julgo que sim. O pior é saber o que são as nossas convicções mais profundas e a consistência ou inconsistência delas. E qual a sua proveniência. E quem no-las inculcou no espírito. E de que modo. E em que idade. E com que sentido crítico nós nos voltamos e estudamos tudo isso e separamos o trigo do joio que armazenámos no celeiro do nosso espírito, sem qualquer crivo.
    Duas Beijoca, no mínimo (aqui sim, fui, voluntariamente, diga-se) atrevidote. Desculpe qualquer coisinha a este tonto septuagenário.
    Com Admiração e Carinho.
    André Moa

     
  • Às 31 de outubro de 2010 às 18:35 , Blogger Andre Moa disse...

    Cara Ell,
    estimado bichodeconta,

    Escreve sempre que te apetecer e o que te apetecer. Qual receio de fazeres figura de urso! Nem poderias, mesmo que não pensasses e não escrevesses assim tão bem. Quando muito farias figura de ursa. Mas nem isso. Como se poderia confundir um bichodeconta tão fofo e mimoso com um urso?

    Que belo e quão sentido esses teus versos que (quase me apetece deitar a adivinhar) os destilas com a facilidade com que o bicho-da-seda destila seda.
    Beijinhos
    André Moa

     
  • Às 31 de outubro de 2010 às 19:00 , Blogger Andre Moa disse...

    Cara Dad,

    Se estás convencida de que eu já sou um diamante, então é porque, se calhar, é verdade. Mas doutro quilate e formato do que os daqueles que os meus ossicos poderão dar, depois de submetidos a temperaturas infernais e outras alquimias diabólicas.
    Mais uma vez se prova, como dizes, que na vida nada se cria, nada se perde: tudo se transforma.
    Mas tu és um diamante vivo e de altíssimo quilate e valor!
    A transformação química deve ser muito cara para os teus herdeiros, temes. É tudo uma questão de contabilidadee de investimento. Haja quem ficancie. eheheheheh
    Beijinhos
    André Moa

     
  • Às 31 de outubro de 2010 às 19:11 , Blogger Andre Moa disse...

    Cara Laura,

    Dizes que ainda falta muito para teres asas brancas. Cuidado! Não será falta de cálcio? eheheheh
    Bjs
    André Moa

     
  • Às 1 de novembro de 2010 às 08:36 , Blogger Je Vois La Vie en Vert disse...

    Caro Moa,

    Há assunto que "puxam" os comentários : a morte e os diamantes. Escolho os diamantes...eh eh, visto não poder escolher a morte...

    Beijinhos, muitos

    da tua amiga
    Verdinha

     
  • Às 1 de novembro de 2010 às 11:20 , Anonymous Anónimo disse...

    Caro Moa
    Obrigada por teclar tanto,(está completo,
    nada mutilado)!,O que leio diz-me para continuar
    na minha pesquisa.
    A intuição utilisu-a para análise.Convicta só estou quando tenho que "executar algoas"!Aí uso a minha verdade,que me dá consistênsia!Mas continuo na busca da verdade.(E a Verdade nos
    Libertará)!
    Um homem da ciência escreveu que o Universo é
    uma,Fórmula Perfeita,logo será a Fórmula de Deus.
    Gostei do atrevidote,continuando lhe digo, sou
    uma jovem sexagenária,(entro hoje na casinha do 6).(Voluntáriamente, com carinho lhe envio um, dois, três,muitos Beijinhos.
    Anali

     
  • Às 1 de novembro de 2010 às 12:21 , Anonymous Anónimo disse...

    Por distracção lá foram estas mal.
    Ressalvo as palavras:(utilizo-as,consistência e
    retiro no algo "as")
    Anali

     
  • Às 1 de novembro de 2010 às 12:42 , Blogger Andre Moa disse...

    Cara Anali,

    Pelos vistos, ainda lhe faltam onze aninhos para ficar tão jovem como eu, isto,segundo aquele velho ditado que diz que de velho se torna a menino. eheheheheheh.
    Atrevidamente, envio-lhe sessenta beijos, um por cada aninho da sua juventude. E que a nossa verdade (como se sabe, cada um tem a sua verdade pela qual pugna e a conserva como se fora um diamante raro) nos mantenha neste caminho de busca da fórmula perfeita que é a vida, por entre as mil imperfeições que a vida contém.
    Beijinhos (os prometidos 60)
    André Moa

     
  • Às 1 de novembro de 2010 às 12:54 , Blogger Andre Moa disse...

    Cara Verdinha,

    entre a morte e o diamante, escolhes o diamante, dizes. E escolhes bem. E com isso só mostras que tens bom senso e bom gosto, já que o diamante sou eu. Se duvidas, lê os comentários que deixaram atrás. eheheheh.

    Eu nunca penso na morte, mas sim na vida. Agora, porque sei que não vou ficar cá para semente (o que será uma grande perda para a humanidade, mas paciência), ao descobrir, ao vislumbrar, ao imaginar através do FW que me chegou, poder virar diamante depois de morto, não hesitei. Já o meu avô me dizia: «morra homem, deixe fama. E melhor fama do que essa de virar a diamante, em vez de alimento para verme, não há. Pelo menos não conheço.
    Abreijos
    André Moa

     
  • Às 2 de novembro de 2010 às 01:59 , Blogger Branca disse...

    Moa, tu já és um diamante e mesmo que a família não te ponha no anel, tem-te esculpido na alma, assim como os amigos de peito.

    Agora vou divertir-me com o que disseram os outros, eheheh!

    Beijinhos

     
  • Às 2 de novembro de 2010 às 21:36 , Blogger Andre Moa disse...

    Cara Branca,
    Sem querer colocar em causa as tuas sábias, amigas e reconfortantes palavras, essa de ser diamante esculpido na alma dos parentes e amigos é muito bom, em vida. Ora, eu estava a forjar um futuro brilhante a dar às minhas cinzas. eheheheh
    Beijinhos
    André Moa

     

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