UMA VIDA EM VERSOS COM REVERSOS
Aos setenta só sessenta de poesia
P(OVO)
EDIÇÃO DO AUTOR
COMPOSIÇÃO E IMPRESSÃO DE JOSÉ DINIS
Outubro/1979
(CONTINUAÇÃO)
E COMO ELA É LINDA
ai espinhos
ai espinhos sem flores
ai tormentos
tormentos
de amores
ai noites
ai açoites
dos escravos
não há vida
não são vida
estes travos
quero rosas
sem espinhos
quero cravos
liberdade
liberdade
onde estás?
adiante
lá adiante
a alcançarás
não me fujas
não me fujas
por mais tempo
tem alento
tem alento
tem alento
POUCO
é a hora de abrir o livro
passar à frente uma página
continuar vazio
à espera de nada
supremo esforço
estar vivo
no rolar de uma lágrima
sustento o absurdo
por amor
louvo o desconhecido
espero
o que nem a esperança
alcança
se não sufoco
é porque
atingi a perfeição
ou não
a liberdade existe
carrasco de chibata
em riste
ou sou eterno
ou estou louco
seja o que for
é pouco
TROPO TARDE
Era tarde
tropo tarde
e não parecia
era preciso mais fogo
e o sangue não ardia
o sol esse morria
e a lua não surgiafoi um logro?
foi verdade?
é noite?
é dia?
era tarde
sobre tudo
era tarde
para tudo
tropo tarde
LIBERDADE, UBI ES?
todos te sabem
e cantam
menos eu
não te vejo
não te sinto
não te canto
o timbre não se imagina
não sentir não é vibrante
a ausência não passa disso
devora-se a si mesma
real suposto
serás fruto na secura do deserto
enquanto não fores companheira
desta insónia solitária
quando o fores
eu o saberei
o cio por ti em mim
mantém-se aceso
mas eu continuo
a impalpar-te
qual amante envergonhada
apenas sugeres um corpo sedutor
por trás de cortinas que te ocultam
a meus olhos
não és acto
és fantasma
não és sangue
não aqueces
não és arte
és intangível
longínqua miragem
caminho ardente
a percorrer
André Moa
Apontamentos anticancro 38
«Em 1950, 80% dos homens ocidentais fumavam tabaco. Era um hábito considerado perfeitamente inofensivo, até pelos médicos. Nas publicações médicas havia anúncios à Winston e à Marlboro. Nesse ano, os doutores Evarts Graham e Richard Doll da Universidade de Oxford (eles próprios fumadores), como a maior parte dos médicos da época) demonstraram sem sombra de dúvida que o tabaco era a causa directa do aumento vertiginoso de casos de cancro do pulmão. Nos homens que fumavam mais de um maço por dia, o risco era até 30 vezes mais elevado!
O Governo Britânico levou 22 anos a a aprovar a primeira medida antitabagista.
Hoje, o fabrico, o consumo e a exportação de cigarros continuam a ser perfeitamente legais.
Como no caso do tabaco, há razões económicas muito fortes para não se querer saber mais. Muitos políticos crêem que os pesticidas promovem a produtividade agrícola, embora haja poucos indícios que validem esta teoria».
Do livro «Anticancro – um novo estilo de vida» - de David Servan-Schreiber.
«Em 1950, 80% dos homens ocidentais fumavam tabaco. Era um hábito considerado perfeitamente inofensivo, até pelos médicos. Nas publicações médicas havia anúncios à Winston e à Marlboro. Nesse ano, os doutores Evarts Graham e Richard Doll da Universidade de Oxford (eles próprios fumadores), como a maior parte dos médicos da época) demonstraram sem sombra de dúvida que o tabaco era a causa directa do aumento vertiginoso de casos de cancro do pulmão. Nos homens que fumavam mais de um maço por dia, o risco era até 30 vezes mais elevado!
O Governo Britânico levou 22 anos a a aprovar a primeira medida antitabagista.
Hoje, o fabrico, o consumo e a exportação de cigarros continuam a ser perfeitamente legais.
Como no caso do tabaco, há razões económicas muito fortes para não se querer saber mais. Muitos políticos crêem que os pesticidas promovem a produtividade agrícola, embora haja poucos indícios que validem esta teoria».
Do livro «Anticancro – um novo estilo de vida» - de David Servan-Schreiber.
14 Comentários:
Às 25 de outubro de 2010 às 22:05 , Bichodeconta disse...
Ai tormentos
Ai lamentos
Ai amores
Como é bom ter-te aqui
Ter-vos aqui
Amigos , irmãos
Ai tormentos
Ai lamentos
Vontade de apertar as tuas mãos
Vontade de um abraço
De te ouvir a vóz
Vontade de estar convosco
Ai tormentos
Ai lamentos
Desalegria
Esta de estarmos sós.
Abreijos, bichodeconta
.............................................................................................................É sempre tão bom reler-te, saber vás driblando entre dores, medicamentos, e tormentos
Ai tormentos
Ai lamentos
Ai amores......................
Às 25 de outubro de 2010 às 22:43 , Kim disse...
Meu querido André
Nem lamentos nem tormentos quebrarão uma árvore esguia e frondosa que um dia me serviu de sombra, nos dias quentes que me aqueceram a alma.
Abreijo meu amigo
Às 25 de outubro de 2010 às 22:48 , laura_vieira@portugalmail.com disse...
Sou a liberdade
não te fujo
não te fujo...
O povo é que foge de mim
corre a sete pés
em busca da tal liberdade
que é enganadora
pois não dá pão e paz!
Eu sou a liberdade
lutadora
quero trabalho
amor e compreensão
os homens todos unidos
de mão na mão!...
O povo é o culpado
de ter apenas na mesa
codeas duras
vidas de amarguras
usa translúcidas palavras
que não dão em nada...
Precisamos de lutar
sem armas na mão
com a bandeira das palavras
palavras que atinjam a voz da razão!
Moa, escrevi, apaguei e quem sabe vais dizer; ora apaga de novo, mas, saiu assim...e sendo assim, é sagrado.
uma braço apertadinho da tua companhia na janelita do manjerico...
Às 25 de outubro de 2010 às 23:32 , mundo azul disse...
_________________________________________
...sua poesia é muito boa! Você é realmente um dos poetas da blogsfera que gosto de ler, que tenho prazer em aprender!
Beijos de luz e o meu carinho!!!
____________________________________________
Às 26 de outubro de 2010 às 00:34 , Je Vois La Vie en Vert disse...
Lindo é o teu poema
Mas deixas-me num dilema :
Comentar as rimas
Como são belíssimas
Dá-me um grande trabalhão
Para não dar um trambulhão...
Desculpa a brincadeira mas a esta hora da noite (00h35), as palavras só saem em disparates...
Beijinhos, meu amigo
Verdinha
Às 26 de outubro de 2010 às 13:54 , Anónimo disse...
André!
Que faciliade tu tens de dizer grandes coisas de uma forma tão bonita e cadenciada.
Sim, realmente a liberdade é Bem Maior:
Quando me imagino livre
Logo me vem á cabeça
Coisas que nunca tive
Ainda que delas não esqueça.
Mas logo compreendo
O que o meu coração me dita
Liberdade é o que vou merecendo
Enquanto a vida me habita.
Enfim, liberdade é aceitar
Amar e respeitar o outro(s)
É valorizar o que se tem
E agradecer a Deus por tudo um pouco.
Como vês a liberdade é uma das nossas maiores correntes.
Beijos duplos e muita saúde.
L&L
Às 26 de outubro de 2010 às 19:17 , Anónimo disse...
A liberdade é um BEM MAIOR, isto é o que eu queria dizer.
L&L
Às 27 de outubro de 2010 às 00:46 , DAD disse...
Estou feliz por ver que continuas em grande forma!
Bonito o emaranhado do poema!
Beijinho cheio de saúde,
Às 27 de outubro de 2010 às 07:54 , Osvaldo disse...
Caro irmão;
Com a beleza dos teus poemas,... já não me surpreendes porque eles fazem-se ler e reler e estamos sempre a interpretá-los puxando-os para a realidade.
Continua com essa força,...
bjs,
da Ana e Osvaldo
Às 27 de outubro de 2010 às 12:13 , Parisiense disse...
Mesmo nestas horas tu continuas a ver as coisas de uma menira poetica. Será que te alimentas-te na nossa fonte, na fonte da amizade???
Então força porque nós aqui estaremos empre para te dar o carinho que tanto mereces.
E vai-nos alimentando com a tua força e poesia.
Abreijos da Zé e Vitor.
Às 27 de outubro de 2010 às 17:43 , Andre Moa disse...
Cara Ell
é como dizes:
"Ai tormentos
Ai lamentos
Ai amores!"
Unguentos
para os nossos
sofrimentos
e tumores,
para as dores
quer da carne quer dos ossos.
(O que até vem a calhar, que hoje estou com umas dores intercostais que nem me deixam respirar. Ele é cada grito, que até parece que estou a parir um cabrito. Rima e é verdade.)
Bjs
Caro Kim
"Nem lamentos nem tormentos quebrarão uma árvore esguia e frondosa que um dia me serviu de sombra, nos dias quentes que me aqueceram
a alma".
Escreveste tudo o que eu te queria dizer, por isso, basta fazer minhas as tuas palavras, caríssismo Kim, apenas esclarecendo, por amor à verdade,que essa árvore não é nada esguia, que essa árvore frondosa que és tu, é forte como o aço, capaz de aquecer a alma mais fria. Os corpos que no-los aqueçam o Sol e o bom tintol de Tabuaço.
Abreijos
Cara Laura,
Nóa somos da liberdade
o predicado e o sujeito.
Mas, quando se quer trabalhar,
temos de vergar a servis.
Para se servir o país
tem de se ter
as mãos bem limpas e soltas
e não pensar em revoltas
por dá cá aquela palha.
"De mão na mão", não dá jeito.
Temos de as soltar
enquanto a gente trabalha.
Bjs
Minha cara Mundo azul,
o melhor da blogosfera?
Eu?
Gracinha sua!
Ou talvez não,
espera,
talvez tu tenhas razão,
que há muito ando a vogar
entre a terra e o céu:
eu ando sempre na lua.
Obrigado, querida amiga, pelo estímulo elogioso.
Bjs
Cara Verdinha,
Deixa lá, que o rimar
só serve para atrapalhar
e cria alguns embaraços.
Se te der para o trambulhão,
aproveita a ocasião
e cai, verdinha, em meus braços.
Abreijos (abraços para os homens e beijinhos pra as mulheres da família)
L&L, querida amiga,
se vou na tua cantiga,
torno-me um tonto babado.
Bem Maior, a LIBERDADE,
Sim, quando é pela amizade
bem cuidado, bem regado.
É assim que me sinto
sempre que me chega mercadoria
de primeira da tua mercearia:
apaparicado,
bem tratado,
bem cuidado...
Grande firma essa, a tua, L&L!
Abreijos
Cara DAD,
No emaranhado do poema,
uma boa dose de amizade,
já que esse é o meu lema:
amar até à saciedade.
E porque nunca me satisfaço,
amo tudo quanto é tempo e espaço.
Assim haja saúde e sorte
para ir fintando a morte.
Bjs
Caro irmão Osvaldo:
Esta força não é minha,
há muito que ando a roubá-la
nesta nossa grande vinha
a quem a oferece e quer dá-la.
E eu, que sou um glutão,
guardo-a para sempre no coração.
Abreijos
(abraços para ti e demais homanos da família; beijos para a parte humana maior e mais bela da família - Ana, filha e netas).
Cara Parisiense,duvidas?
Claro que é nessa fonte
que eu bebo e me sacio.
Junto uma gota a mil gotas
e convosco invento um rio
de bem-estar, amizade,
que vai sempre desaguar
no inesgotável mar
da saudade.
Abreijos (beijos para a Zé;abraços para o Vitor).
Às 27 de outubro de 2010 às 21:09 , Laura disse...
O que pr'á qui vai de poesia
pela pena do Mestre André
já não é fado, é mania
e daqui já não arredo pé.
Ele é amor, amizade
somos a fonte de águas puras
o rio que desagua no mar
e a saudade deixa mil venturas.
Sei do que falas ó meu Amigo
se eu sofro do mesmo mal
sinto-vos o meu porto de abrigo
onde me acolho em dias de temporal.
É tão bom ter-vos assim ao lado
mesmo que seja através de letras
que se transformam em palavras
que nada têm de obsoletas.
É por isso que conto os meses
os dias ou amanhãs
sinto que o vosso amor é verdadeiro
e entre nós não há palavras vãs.
Tão bem me sabe vir aqui
lembrar que não estou a sonhar
essas pessoas existem
e trazem à minha vida
sinos, a ressoar!
Muitos beijinhos aos meus queridos amigos, uns e outros, todos por igual... laura
Às 28 de outubro de 2010 às 23:37 , Andre Moa disse...
Olá, amigos:
estou com uma crise de dores de costas que me põem praticamente paralisado. Só esta notinha, para conhecimento de Vexas, sem mais lamechices deste lamechas.
Abreijos.
André Moa
Às 29 de outubro de 2010 às 09:17 , Laura disse...
Eu sei que quando não vens à janela, namorar comigo, com o vasinho de manjerico ao lado, deves ter as malditas das dores nas costas, mas, recosta-te, descansa e nem te preocupes, a gente torce por ti...
Mandei mail à falta de paleio na janela...
Chove na rua
e no quentinho do meu lar
recolho meus pensamentos
transformo-os em poesia
e peço a quem peço
para te tirar os teus tormentos!
Abraço apertadinho da nina que tanto te quer.
laura
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