CICLO EMOÇÃO
PROSA POÉTICA
(Para uma grande mulher que já partiu para sempre
e que eu memorizo todos os dias. Foi e é ainda para
mim a segunda maior mulher do mundo e só porque
a primeira é minha Mãe.)
A miséria no sentido etimológico da palavra e a mental em muitos outros, materialmente ricos, causam no poeta um langor entrópico que o remete para longas lucubrações causadoras dos motes que, depois da levedura, são o fio condutor dos seus poemas.
Há bastante tempo que não penso na miséria que sou; de tanto falares naquilo a que chamas " a minha riqueza de espírito", eu, meu Amor, quase que estou convencido (que insuportável vaidade a minha) que sou um poeta; também, que a minha coerência na forma de estar e agir, como dizes ainda, é garantia de estabilidade no nosso amor; repara na contradição deste teu louvaminhar (que é sentido porque dito por ti) com a irreverência, a inquietude, a angústia, a impaciência, a errância que marcaram, de um modo indelével, a minha vida...
O teu amor, o meu amor fizeram o milagre deste apaziguamento íntimo; mas não tenho dúvidas da sua transitoriedade, porque, infelizmente para mim, vai chegar o dia em que o teu cansaço, por tanto desprezo meu pela realidade, te levará à fuga de uma morte precoce.
Para já, o teu corpo e o meu corpo a exsudarem na cama em que nos juntamos quando nos possuímos, numa entrega arrebatadora e brutal, vão adiando esse fim inexorável. Não cries falsas expectativas, meu Amor; não convivo com a mentira, é certo, mas o poeta, vítima duma intermitente auto-punição, denega uma felicidade que tem à mão, sonhando uma hipotética outra adveniente daquilo que ainda não possui.
Guardo na memória, como relíquia em baú, todas as mulheres que conheci e me amaram; também as amei com o arroubamento que conheces... E a ti, minha quinta-essência, continuarei a dar-te tudo, o físico e o espiritual, até quando for possível manter o poeta um pouco adormentado e esquecido da (como eu gostaria que assim fosse, acredita) da infinitude do nosso amor; ao avisar-te dos perigos que corres, só possíveis pelo fatalismo que o poeta arrasta consigo e o consome, com a nobreza de carácter que é meu apanágio, obrigo-me a ser delator de mim próprio; se o não fizesse, não estaria a ser digno de ti.
Como admiro a tua coragem e " temeridade"! Parafraseando um poeta, " a brincares com punhais sem te picares!
ERNESTO LEANDRO
(Para uma grande mulher que já partiu para sempre
e que eu memorizo todos os dias. Foi e é ainda para
mim a segunda maior mulher do mundo e só porque
a primeira é minha Mãe.)
A miséria no sentido etimológico da palavra e a mental em muitos outros, materialmente ricos, causam no poeta um langor entrópico que o remete para longas lucubrações causadoras dos motes que, depois da levedura, são o fio condutor dos seus poemas.
Há bastante tempo que não penso na miséria que sou; de tanto falares naquilo a que chamas " a minha riqueza de espírito", eu, meu Amor, quase que estou convencido (que insuportável vaidade a minha) que sou um poeta; também, que a minha coerência na forma de estar e agir, como dizes ainda, é garantia de estabilidade no nosso amor; repara na contradição deste teu louvaminhar (que é sentido porque dito por ti) com a irreverência, a inquietude, a angústia, a impaciência, a errância que marcaram, de um modo indelével, a minha vida...
O teu amor, o meu amor fizeram o milagre deste apaziguamento íntimo; mas não tenho dúvidas da sua transitoriedade, porque, infelizmente para mim, vai chegar o dia em que o teu cansaço, por tanto desprezo meu pela realidade, te levará à fuga de uma morte precoce.
Para já, o teu corpo e o meu corpo a exsudarem na cama em que nos juntamos quando nos possuímos, numa entrega arrebatadora e brutal, vão adiando esse fim inexorável. Não cries falsas expectativas, meu Amor; não convivo com a mentira, é certo, mas o poeta, vítima duma intermitente auto-punição, denega uma felicidade que tem à mão, sonhando uma hipotética outra adveniente daquilo que ainda não possui.
Guardo na memória, como relíquia em baú, todas as mulheres que conheci e me amaram; também as amei com o arroubamento que conheces... E a ti, minha quinta-essência, continuarei a dar-te tudo, o físico e o espiritual, até quando for possível manter o poeta um pouco adormentado e esquecido da (como eu gostaria que assim fosse, acredita) da infinitude do nosso amor; ao avisar-te dos perigos que corres, só possíveis pelo fatalismo que o poeta arrasta consigo e o consome, com a nobreza de carácter que é meu apanágio, obrigo-me a ser delator de mim próprio; se o não fizesse, não estaria a ser digno de ti.
Como admiro a tua coragem e " temeridade"! Parafraseando um poeta, " a brincares com punhais sem te picares!
ERNESTO LEANDRO
Apontamentos anticancro 22
«O cancro é uma doença multidimensional que raramente cede a uma única intervenção. À semelhança da triterapia utilizada para a SIDA, é necessário combinar várias abordagens para que seja eficaz. Não restam, porém, dúvidas, de que o controlo da angiogénese é um ponto central no tratamento do cancro. Enquanto esperamos pelo medicamento milagroso, existem alternativas naturais que têm uma grande influência sobre a angiogénese, sem efeitos secundários, e que podem ser associadas aos tratamentos convencionais. São elas:
1 – Práticas alimentares específicas (recentemente, foram descobertos vários alimentos antiangiogénicos naturais, tais como cogumelos comestíveis comuns, alguns chás verdes, especiarias e ervas aromáticas).
2 – Tudo o que contribui para reduzir a inflamação (a causa directa do crescimento de novos vasos sanguíneos) ».
Do livro «Anticancro – um novo estilo de vida» de David Servan-Schreiber.
«O cancro é uma doença multidimensional que raramente cede a uma única intervenção. À semelhança da triterapia utilizada para a SIDA, é necessário combinar várias abordagens para que seja eficaz. Não restam, porém, dúvidas, de que o controlo da angiogénese é um ponto central no tratamento do cancro. Enquanto esperamos pelo medicamento milagroso, existem alternativas naturais que têm uma grande influência sobre a angiogénese, sem efeitos secundários, e que podem ser associadas aos tratamentos convencionais. São elas:
1 – Práticas alimentares específicas (recentemente, foram descobertos vários alimentos antiangiogénicos naturais, tais como cogumelos comestíveis comuns, alguns chás verdes, especiarias e ervas aromáticas).
2 – Tudo o que contribui para reduzir a inflamação (a causa directa do crescimento de novos vasos sanguíneos) ».
Do livro «Anticancro – um novo estilo de vida» de David Servan-Schreiber.
9 Comentários:
Às 4 de julho de 2010 às 10:07 , Maria disse...
Ernesto
Que lindo poema em prosa. Que coragem para confessar tudo isto! Desnudar assim a alma é raro que alguém o faça. É preciso ser leal e puro para o fazer. Feliz é a mulher que mereceu uma tal confissão.
Um abraço grande
Maria
Às 4 de julho de 2010 às 14:18 , Paixão Lima disse...
Irmão Ernesto,
A tua prosa poética é a confissão dum amor que se perdeu, mas que revive em nosso coração todos os dias. És mais feliz por isso ? Não. Mas se relembrar é viver, tu vives um sonho dum grande amor que só morrerá quando morreres. Se é que um homem como tu há-de morrer um dia, o que duvido.
Um grande abraço.
Às 4 de julho de 2010 às 14:21 , Bichodeconta disse...
Sempre a mesma emoção nas palavras deixadas. Sempre a mesma emoção quando te leio. Porque será perguntarás. Eu não respondo, com receio.................
................................ É bom continuar a ler-te, poder contar com a tua amizade, poder saber de ti e dos teus..Deixo um beijinho, e deixo a promessa de voltar mais vezes, penitencio-me pela falta..Abreijos, Ell
Às 4 de julho de 2010 às 14:22 , Bichodeconta disse...
Ai que ando baralhada, Ernesto... Pois..
Às 4 de julho de 2010 às 16:01 , Anónimo disse...
Bichodeconta, minha querida amiga.
O seu comentário, que agradeço, revela uma coragem igual à minha. Fui eu quem ficou "baralhado"; Mas fico só com os duques, que os ases são seus! Ao beijar-lhe as mãos, queimei os lábios! Agora e sempre, só o meu silêncio ensurdecedor...
Guarde no coração a minha eterna amizade.
Tudo de bom para si.
Ernesto Leandro
Às 4 de julho de 2010 às 22:01 , DAD disse...
Que cantam os poetas portugueses de agora?!
Ernesto, adorei este post. Muito lindo - que as memórias trazem de volta todos os dias, aqueles que, para nós, nunca partiram...
Beijinho poara ti,
Às 4 de julho de 2010 às 23:10 , Espaço do João disse...
Meu caro André.
Não tenho palavras , não consigo fazer um comentário, consigo isso sim compreender a palavra PAIXÃO.
O meu abraço para todo o caminho percorrido e a percorrer.
Às 5 de julho de 2010 às 01:14 , Maria Soledade disse...
Amigo Ernesto,um Amor assim é como os poetas:Nunca Morre!!Gostei que tivesse folheado e escolhido esta página do livro da sua vida.Só um poeta o faria com tamanha "nudez" e perfeição!
O Amor, o verdadeiro Amor,nunca se perde!Vive eternamente de braço-dado com o seu subime significado...
Parabéns poeta Ernesto.Obrigada por esta página de vida...
Beijinhos com muita amizade
******Amigo Môa,absorvo cada extrato dos seus apontamentos. Força Amigo...Muita!
Beijinho Grande
Às 5 de julho de 2010 às 07:24 , Osvaldo disse...
Caro Ernesto,
Só direi que por uma vez é o poema que é digno do poeta que o escreveu.
Que maravilhosa homenagem à poesia com um Grande Poema saído das entranhas de um Grande Poeta!...
Um grande abraço, caro Ernesto.
Osvaldo
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