UMA VIDA EM VERSOS COM REVERSOS
com o meu filho mais novo - o Luís Manuel - que hoje já teria 37 anos
UMA VIDA EM VERSOS COM REVERSOS
AOS SETENTA só SESSENTA DE POESIAANTOLOGIA DE UM DESCONHECIDOEdição 1973(continuação)
DO SENTIMENTO À RAZÃO
(continuação)
CONSCIÊNCIA DESPERTA
Vidro espelhado
Cagadela de mosca
Lago quebrado
Movimento de osga
No meio de tudo isto
Insistentemente insisto
E pergunto
Onde está a consciência
O espelho responde
Não perguntes onde
Mas onde é que se esconde
Como e onde
E diz a mosca ao mosco
Por detrás do vidro fosco
Bem dentro da cagadela
E o cão para a cadela
Alto lá
Só eu sei onde é que está
No fundo do seco lago
Bem por baixo
Do movimento parado
No translúcido da osga
Se lá vires alguma coisa
Deste conta do recado
Descobriste um grande achado
Que ninguém
Até hoje que se saiba
Tinha ousado
Encontrar
E diz por fim a cadela
Só eu é que dei com ela
Sou ou não sou muito esperta
Tenho ou não tenho
Estofo e tamanho
Para ser
O alerta consciente
Da consciência desperta?
FOI ASSIM QUE A HIDRA RENASCEU
Nuvem densa
Lança chuva
No prado que já não vejo
Entre mim e o que foi prado
Nasceu morro de cimento
Diminuiu o azul
Seja a norte
Seja a sul
O mundo era gigante
Antes de o mundo ter muros
Tijolos ferros e vigas
Deram em tapar o céu
Tornaram o mundo pigmeu
E de nós mais inseguros
Apesar de escudados
Por tais muros
Por causa de vivermos
Entre muros
As aves não cantam
Grunhem
Suspensas de altas gruas
Que voam da terra aos céu
Com humanos enlatados
Aos centos e encolhidos
E de vontade despidos
E assim
Sem céu
Sem azul
Sem verde
Sem pasto
O pensamento
Deixou de ser
Casto
TARDE DE NATAL
pelos brinquedos que exibem
as crianças mostram bem
a classe em que’stão
o zezinho acciona um comboio
o zé um pião
a criança não nasce burguesa
faz-se
à medida
a cada natal que passa
entre sorrisos
traição
e tradição
e os presentes que os pais
lhe dão
QUIMERA
buscou bosque
juntou lenha
fez fogueira
dançou fogo
veio o vento
varreu tudo
caiu chuva
caiu neve
sentiu frio
chorou lágrimas
de sal
oh Portugal
Portugal
André Moa
Apontamentos anticancro 19
«Ao atacar os seus vasos sanguíneos, em vez de orientar directamente o ataque para as células cancerosas, deveríamos conseguir “secar” o tumor e talvez até fazê-lo regredir. Uma intervenção (alimentar ou outra) que interfira com a formação de novos vasos sanguíneos pode evitar o desenvolvimento de tumores, mantendo-os em estado latente. Em algumas circunstâncias, pode até fazê-los regredir».
Do livro «Anticancro – um novo estilo de vida» de David Servan-Schreiber.
AOS SETENTA só SESSENTA DE POESIAANTOLOGIA DE UM DESCONHECIDOEdição 1973(continuação)
DO SENTIMENTO À RAZÃO
(continuação)
CONSCIÊNCIA DESPERTA
Vidro espelhado
Cagadela de mosca
Lago quebrado
Movimento de osga
No meio de tudo isto
Insistentemente insisto
E pergunto
Onde está a consciência
O espelho responde
Não perguntes onde
Mas onde é que se esconde
Como e onde
E diz a mosca ao mosco
Por detrás do vidro fosco
Bem dentro da cagadela
E o cão para a cadela
Alto lá
Só eu sei onde é que está
No fundo do seco lago
Bem por baixo
Do movimento parado
No translúcido da osga
Se lá vires alguma coisa
Deste conta do recado
Descobriste um grande achado
Que ninguém
Até hoje que se saiba
Tinha ousado
Encontrar
E diz por fim a cadela
Só eu é que dei com ela
Sou ou não sou muito esperta
Tenho ou não tenho
Estofo e tamanho
Para ser
O alerta consciente
Da consciência desperta?
FOI ASSIM QUE A HIDRA RENASCEU
Nuvem densa
Lança chuva
No prado que já não vejo
Entre mim e o que foi prado
Nasceu morro de cimento
Diminuiu o azul
Seja a norte
Seja a sul
O mundo era gigante
Antes de o mundo ter muros
Tijolos ferros e vigas
Deram em tapar o céu
Tornaram o mundo pigmeu
E de nós mais inseguros
Apesar de escudados
Por tais muros
Por causa de vivermos
Entre muros
As aves não cantam
Grunhem
Suspensas de altas gruas
Que voam da terra aos céu
Com humanos enlatados
Aos centos e encolhidos
E de vontade despidos
E assim
Sem céu
Sem azul
Sem verde
Sem pasto
O pensamento
Deixou de ser
Casto
TARDE DE NATAL
pelos brinquedos que exibem
as crianças mostram bem
a classe em que’stão
o zezinho acciona um comboio
o zé um pião
a criança não nasce burguesa
faz-se
à medida
a cada natal que passa
entre sorrisos
traição
e tradição
e os presentes que os pais
lhe dão
QUIMERA
buscou bosque
juntou lenha
fez fogueira
dançou fogo
veio o vento
varreu tudo
caiu chuva
caiu neve
sentiu frio
chorou lágrimas
de sal
oh Portugal
Portugal
André Moa
Apontamentos anticancro 19
«Ao atacar os seus vasos sanguíneos, em vez de orientar directamente o ataque para as células cancerosas, deveríamos conseguir “secar” o tumor e talvez até fazê-lo regredir. Uma intervenção (alimentar ou outra) que interfira com a formação de novos vasos sanguíneos pode evitar o desenvolvimento de tumores, mantendo-os em estado latente. Em algumas circunstâncias, pode até fazê-los regredir».
Do livro «Anticancro – um novo estilo de vida» de David Servan-Schreiber.
6 Comentários:
Às 24 de junho de 2010 às 09:08 , Laura disse...
Bom dia querido Moa!
Gostei da quimera, ou antes, gostei de tudo mas mais da Quimera. E mais ainda da belíssima foto com o teu querido filho nos braços! ou antes, aos ombros! que lindos os dois, que ternura...Pouco mudaste, apenas os cabelos branquearam!
É isso, nos apontamentos anticancro, deveria ser possível conseguir erradicar de vez qualquer tumor, com um simples trocar de alimentos, mas, é difícil e nunca impossível... Cada caso é um caso e cada um luta à sua maneira! Quem sabe, consegues trocar-lhe as voltas e eles desaparecem de todo. Haja calma.
Beijinhos de amor, paz e luz, da nina.
Às 24 de junho de 2010 às 17:25 , Osvaldo disse...
Caro irmão;
Bom..., a foto é ternurenta e... há coisas na vida para as quais nunca teremos resposta!.
Quanto às poesias, cada uma com seu estilo e destino, ficarei pela Tarde de Natal, que retrata o Natal de muitos de nós em criança.
Um abraço,
Osvaldo
Às 24 de junho de 2010 às 20:03 , Unknown disse...
Caro André Moa;
Respirei fundo e cá me tens para te dizer que cada vez te aprecio mais como poeta...
Passarei a conhecer-te como prosador um destes dias...
Felicíssima por te ter conhecido pessoalmente quero dizer-te que o ar que se respira em Tabuaço é muito parecido com o que se respira do outro lado do vale; D'ouro. Grande abraço e beijo. Getta
Às 24 de junho de 2010 às 20:47 , Paixão Lima disse...
Caríssimo Moa,
A fotografia é uma bela radiografia sentimental. A «consciencia desperta» termina com uma pergunta pertinente que ainda não obteve resposta.
O alerta consciente
Da consciência desperta ?
Um abraço.
Às 25 de junho de 2010 às 10:29 , Laura disse...
Bom dia para ti Moa! e para todos os teus.
Vou para a dona Elisa, levo sardinhas pimentos, ela cose das batatas da horta, há saladinha e passamos lá umas horitas com Nuno, manel, Telmo e euzinha!
Já conto os dias para Setembro, força, faz os tratamentos certinhos, não abuses na comida e dorme muitas horas...para que tudo se vá regenerando e tudo volte a ficar são! e em Setembro haverá riso cantares e dança, na companhia dos seres que te amam...
Um abraço apertadinho sem quebrar costelas. laura
Às 25 de junho de 2010 às 10:29 , Laura disse...
Paixão, beijinho pra tu também... e aquele abraço da laura
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