CICLO EMOÇÃO
VELEIRO DO SONHO
O rio corre em cor de chumbo
No seu leito entediado.
Nas margens,
Enormes pedras alcandoradas
Num murmúrio de silêncio abafado.
Nós somos os barqueiros,
Sem barcos,
Na aventura de viagens
Num tempo anterior a nós.
Parcos de realidade,
Desprendidos do presente,
Ancoramos exaustos da ausente
Excitação apetecida
Num mundo com marcos
E com regras
Sem sentido,
O futuro perdeu-se nas refregas
Duma luta inglória.
Então, feridos, maltratados,
Embarcamos, novamente,
No veleiro do sonho
Em viagem sem rumo e sem memória.
( Ernesto Leandro)
10 Comentários:
Às 11 de março de 2010 às 23:42 , Je Vois La Vie en Vert disse...
Que lindo passeio de veleiro fiz, graças ao Ernesto Leandro !
Beijinhos para ele e para o Moa também, claro !
Verdinha
Às 12 de março de 2010 às 11:33 , Laura disse...
Gosto de ouvir falar sobre o murmúrio das águas
foi algo que me deixou fascinada desde menina, queria saber a que soava o doce murmurar quando a água corre em regatos, ribeiros, e chega ao mar e passa a fazer parte do marulhar...
Ernesto Leandro,
Nós somos os navegantes solitários
que já percorremos todos os mares
já passamos o cabo Bojador
ancoramos na rota da Esperança
e quedamo-nos entre veleiros
lançamos a ancora ao mar
e esperamos que a nossa barca á Vela
atempadamente
das ondas
nos venha resgatar!
Um abraço apertadinho da laura
Às 12 de março de 2010 às 15:44 , Paixão Lima disse...
Vamos todos embarcar n'O Veleiro do Sonho do Ernesto, porque a vida é o sonho. E depois de muito velejar, desembarcamos exaustos da ausência da excitação apetecida, num mundo com marcos e regras sem sentido. Embora feridos e maltratados, embarcamos novamente no Veleiro do Sonho, porque desistir do sonho é desistir da vida.
Uma poesia que retrata bem, a vontade indómita, do ser humano que somos, de alcançar a Felicidade, contra tudo e contra todos, contra até as hierarquias da sociedade dos humanos.
Contra o Matrix e os Smith(s) que perturbam a nossa existência, marchar! Marchar...
Parabéns ao Poeta.
Às 12 de março de 2010 às 18:56 , Laura disse...
Ah, Paixão, como entendes o que sinto! Apetece dar-te um grande beijo, porque, é isso que sinto...Boa...
Uma poesia que retrata bem, a vontade indómita, do ser humano que somos, de alcançar a Felicidade, contra tudo e contra todos, contra até as hierarquias da sociedade dos humanos.
Beijinho da laura, parece que velejamos contra as ondas, o mundo, mas jamais nossos braços vão parar de remar, não até que encontremos a tal da felicidade, real, muito real!...
Às 12 de março de 2010 às 22:09 , DAD disse...
Parabéns ao poeta Ernesto Leandro, por mais um belíssimo poema!
Beijinho,
Às 13 de março de 2010 às 09:56 , Maria disse...
Lindo o seu Veleiro Poema. Todos nós temos um veleiro. Às vezes naufraga e temos de nos agarrar aos destroços.
Beijinhos
Maria
Às 13 de março de 2010 às 16:00 , Monica disse...
Andre Moa,
Chego aqui..admirando cada vez mais o povo
português, Portugal e toda sua poesia.
Tenho navegado por blogs Lusitanos e me
encanto...sou do Brasil,moro em São Paulo
construi um blog, recem nascido,quando
puder venha me visitar.
um abraço,
Monica
Às 13 de março de 2010 às 21:34 , Laura disse...
Moa, por onde andas?
acaso já deitaste a barca ao mar
esqueceste-te da ancora
e não sabes regressar?
Não sabes que todos os dias te esperamos
quando finda o barquear
quando o sol se vai
e ficamos ali no mar à tua espera.
E tu não vens
esqueceste-te de nós
deixas-te-nos ali acomodadas
quais sereias do mar arredadas!
In saudade do Moa!
Às 13 de março de 2010 às 22:42 , Andre Moa disse...
Ando sempre por aqui
mesmo quando aqui não estou
Abreijos
André Moa
Às 13 de março de 2010 às 23:53 , Anónimo disse...
André Moa, irmão
Também estou aqui pela grande amizade e respeito por ti. Mas amanhã já não estarei, "graças a Deus". Preciso de férias. Esta "FEIRA" é para pessoas pacientes e indulgentes como tu. Sou solidário com todos os que precisem de mim, com os verdadeiros amigos como tu, mas recuso-me a alimentar vaidades de certas almas penadas.
Um abraço muito amigo do Ernesto.
Ernesto Leandro
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