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quarta-feira, 14 de abril de 2010

CICLO REFLEXÃO 4


A Ansiedade do tempo

«O desperdício do tempo é, assim, o primeiro e o principal de todos os pecados. A duração da vida é infinitamente curta e preciosa para se estar seguro da própria salvação. A perda de tempo por meio da sociabilidade, da conversa ociosa, do luxo, e até mesmo do sono além do necessário para a saúde, seis a oito horas no máximo, é merecedora da mais absoluta condenação moral. (A ética puritana) ainda não sustenta, como fará Franklin, que «tempo é dinheiro», mas a proposição é tomada como verdadeira num sentido espiritual. Ela é infinitamente valiosa porque cada hora perdida é perdida para o trabalho pela glorificação de Deus».
(WEBER )

Não concordo com o tempo de Weber. «Desperdício do tempo» é o «principal pecado». Mas que desperdício e pecado são esses?! Fala na «própria salvação». Mas salvação de quê e para quê?! Cita a «ética puritana», o que pressupõe a existência de outras éticas. E a citação acaba com a elevação do «trabalho, pela glorificação de Deus». É o discurso dum religioso, influenciado pela Fé, do acreditar só por acreditar. Respeito todas as religiões porque, no fundamental, defendem os mesmos valores éticos. Divergem entre si, apenas na simbologia e no ritual. Mas toda a religião é movida pela Fé, o motor só visível para os crentes. Toda a religião, na sociedade organizada, é precisa, para os que carecem de ser regulados e moderados, nos seus impulsos naturais. Toda a religião indica um caminho estabelecido e pré-determinado, orientado com setas de sentido obrigatório, de vias de sentido único, de sinais de stop, de vias com prioridade sobre as vias que a não têm, etc. Quem não cumprir, vai preso.Mas voltemos ao tempo pois, pelos vistos, temos falta dele. O medidor do tempo é o relógio. Dando a impressão que o tempo pode ser manipulado. Atrasando, parando ou adiantando o relógio. Tudo isto, não passa duma discussão académica, filosófica e até virtual. Como o próprio tempo.Haverá racionalidade nesta reflexão?! Algumas vezes é agradável perder a razão, ou não?! E o que é a razão?!...
(Paixão Lima)



Antes que perca a razão
Com tamanha reflexão,
Vou já dizer o que sinto.
Gosto muito de pecar,
De tempo desperdiçar
Sem entrar no labirinto
Que Max Weber engendra
E acaba em reprimenda
A quem não cumpra um dever
E desperdice à toa
O tempo como Pessoa,
Por nisso sentir prazer.
Não, Weber, eu não baralho,
Desperdício com trabalho,
Ética, deus, alegrias.
Abomino os puritanos
Com os seus ritos arcanos
Que nos dão cabo dos dias.
O que tu querias sei eu!
Criar promessas no céu
Para quem chora e berra
Por trabalhar, nada ter,
Passar a vida a sofrer
Neste inferno que é a terra.
Inferno para quem labuta
E céu para os filhos da puta?
Isso não, amigo Weber.
Que a terra te seja leve.
(André Moa)

«Ai que prazer /não cumprir um dever» - proclamou Fernando Pessoa no seu célebre e bem conhecido poema «Liberdade»

20 Comentários:

  • Às 15 de abril de 2010 às 11:43 , Blogger Laura disse...

    Amei, tanto a prosa do Paixão como o poema do Moa, ah, isto é que é reflexão!...

    De pecar também eu gosto
    com peso e medida
    e sabe-me pela vida
    quando peco em tudo o que gosto!

    Pra longe com a teoria
    desse Weber feito sábio
    se o tempo em que pecou
    foi a aprender no alfarrábio.

    Esqueceu-se de dizer
    que dormiu sonos pesados
    mais de dez horas por noite
    e que andou no engatanço
    a perder tempo pró pecado.

    E as horas que perdeu
    a andar pelas ruas
    feito louco, pervertido
    a olhar as pernas nuas.

    O tempo que passou nos bares
    a enfrascar uns esgares
    uns petiscos d'estalar
    ai mas que grande pecar.

    A vida quero-a eu
    da melhor forma que sei
    o tempo que não perdi
    foi o tempo em que amei.

    E se passei a vida a amar
    mais pecados tenho a juntar
    aos muitos que já tinha
    ai que não vou ser absolvida
    desta minha jogatina.

    Trabalhar sempre trabalhei
    o que os outros colhiam
    e nem por isso pequei
    nem tempo desperdicei.

    Vivam, vivam minha gente
    deixai o tempo passar
    nesta vida nada se leva
    a não ser o muito amar.

    Amar e fazer o bem
    sem olhar a quem
    que esta vida são dois dias
    é um corre corre
    um ver se te avias...

    Para os outros lixar
    malandrices engendrar
    mas no fim acaba tudo
    e isso é que é pecar.

    Cada um viva a vida
    da melhor forma que souber
    e nada saberá a pecado
    se for aquilo que a gente quer...

    Beijinho da laura aos dois, Paixão e Moa..

     
  • Às 15 de abril de 2010 às 11:45 , Blogger Laura disse...

    Paixão; Teoria do tempo? ah, deixemo-lo passar, lenta, interminável, mas que para nós, passe devagar... pois sentimo-lo a correr, daqui nada a voar e nós a envelhecer e o corpo a afundar!...enquanto por cá andarmos, haja prazer em viver, haja prazer em amar!...

     
  • Às 15 de abril de 2010 às 14:01 , Blogger Paixão Lima disse...

    A pequerrucha da Laurinha, entrou neste blog e mesmo com a sala vazia, começou a fazer estragos. E num gesto de amável generosidade, resolveu distribuir, equitativamente, o seu amor, que é muito e bom, pela prosa do Paixão e pelo poema do Moa. Nós, o Paixão e o Moa, agradecemos, comovidos, a tua ternura. Como ninguém gosta comentar o tempo, que anda carrancudo e com má cara, vamos nós, eu e a Laurinha, fazer a festa, tocar o tambor e deitar os foguetes. E no fim, felizes da vida, vamos dançar, com sentimento, o tango «serei feliz com o teu amor». É uma proposta que te faço, com a certeza que vais corresponder ao meu apelo. E a proposta vencedora é...(espera aí, deixa-me abrir o envelope), um jogo de voleibol.
    Lanço a bola para ti e tu devolves a bola para mim. É um comentário cá e um comentário lá.
    Como recompensa, vou cantar-te esta canção da Lurdes Resende:
    De lá para cá,
    De cá para lá,
    Este teu vai-vem,
    Até onde irá?!.
    Um beijinho e um abraço apertadinho.

     
  • Às 15 de abril de 2010 às 14:30 , Blogger Paixão Lima disse...

    A Laurinha está a desenvolver, depressa e bem, o dom que a natureza lhe concedeu, de ser uma poeta, com méritos cada vez mais reconhecidos. Permito-me sublinhar os versos mais significativos deste teu lindo poema:
    De pecar também eu gosto,
    ................
    e sabe-me pela vida
    quando penso em tudo que gosto!

    «A vida quero-a eu
    Da melhor forma que sei
    O tempo que não perdi
    Foi o tempo que amei.»

    «Amar e fazer bem
    Sem olhar a quem
    Que esta vida são dois dias
    É um corre corre
    Um ver se te avias».

    Parabéns e um beijo à nossa poeta.

     
  • Às 15 de abril de 2010 às 14:44 , Blogger Paixão Lima disse...

    A teoria do tempo?
    ...que para nós passe devagar...pois sentímo-lo a correr...enquanto por cá andarmos, haja prazer em viver, haja prazer em amar!
    São palavras sábias, Laurinha. O tempo não interessa, que se lixe. As pessoas, sim.
    Beijo-te, enternecidamente.

     
  • Às 15 de abril de 2010 às 15:55 , Blogger Andre Moa disse...

    Queridas amigas, caríssimos amigos,

    Desloquei-me ao hospital para saber o resultado da TAC e ouvir a "sentença" do médico, mas em vão, que o relatório ainda não estava feito. Talvez amanhã. Quanto à "sentença", só na próxima terça-feira a ouvirei
    Abreijos
    André Moa

     
  • Às 15 de abril de 2010 às 16:21 , Blogger Laura disse...

    Ah, começo por baixo, alto lá. por baixo dos comentários...
    Moa, por mensagem já sabia que a setença ficou adiada, deixa, talvez segunda seja melhor, fim de semana prolongado...se as noticias vão ser boas? assim assim? mais ou menos? Ora, a vida é o que é e desconfio que aquilo do caranguejo só subiu uma ninhatria de nada, assim, mais um tempo, mais uns exames e vamos detendo o tempo!...
    Beijinho e aquele nosso abraço..laura

     
  • Às 15 de abril de 2010 às 16:23 , Blogger Laura disse...

    Ó Paixão, nem me digas que eu fico a mofar no tempo!...quero é qualidade de vida, logo,de amor e o resto é treta sim senhora!...Ora pois..ji laura

     
  • Às 15 de abril de 2010 às 16:30 , Blogger Laura disse...

    Paixão;

    O Dom de poetar
    nasce numa altura qualquer
    é pegar na pena e arrastar
    deixar seguir o pensamento
    apanhar apenas o momento.

    Comecei a escrever já tarde
    mas nunca é tarde para saber
    que o Dom foi aproveitado
    e nada do que escrevo é copiado!

    Basta desafiarem-me
    e se for para a malandrice tanto melhor
    é algo que faço c'uma pernas ás costas
    e se fizer rir,pois, faz favor!

    Se queres rir comigo
    só tens de versejar
    e se és meu amigo
    ao desafio não vais escapar...

    De pecar gosto sim
    meter a pata na poça
    ter a ternura de moça
    uma ou outra vez.

    Beijinho, laura

     
  • Às 15 de abril de 2010 às 17:24 , Blogger Paixão Lima disse...

    Há o Dom Tranquilo. O teu Dom Laurinha, é o Dom da Intranquilidade. A tua alma sofre, estremece, vibra, anseia, procura, esforça-se em conseguir realizar-se. É a procura incessante, o caminhar entusiástico, de quem já almeja o fim da caminhada. Estás cada vez pais perto. E não cansa quem alcança.
    Sou teu amigo, como sabes, e a dúvida, o «se» (o condicional), não tem razão de ser. Correspondo, com gosto ao desafio, tanto mais que fui eu o desafiante. Quero rir contigo. Tenho sempre necessidade de rir, mas não sei versejar como tu. Tu és uma poeta, e eu não. Mas sendo tu o que és, e sendo eu o que não és, há um sentimento nobre que nos une e liga: A AMIZADE.
    Um beijo e um abraço apertadinhos.

     
  • Às 15 de abril de 2010 às 17:58 , Blogger Paixão Lima disse...

    ADIVINHA
    - O tempo, perguntou ao tempo,
    - Quanto tempo, o tempo tem.
    - O tempo, respondeu ao tempo,
    - Que o tempo tem tanto tempo,
    - Quanto tempo, o tempo tem.

     
  • Às 15 de abril de 2010 às 20:25 , Blogger Laura disse...

    O tempo perguntou ao tempo
    quanto tempo o tempo tem
    o tempo respondeu ao tempo
    que o tempo tem tanto tempo
    como tempo o tempo tem...

    Exactamente, eu sei isso de cor e salteado, ensinou-me um tio meu aos 16 anos quando vim cá de férias, e decorei ehhhh....

    A minha avó querida a avó laurinha ensinava-me histórias lindas que ainda recordo... e cantava pra mim..
    Acredito que do lado de lá onde se encontra, espera por mim coms audade, eramos muito, muito amigas, muito, e que saudadinha me dá não a ter aqui,mas , eu sei que amanhã estaremos juntas...

    Eu tenho um cãozinho
    e você tem dois
    adeus meu amor
    até aod epois.

    Eu tenho um cãozinho
    e você tem três
    adeus meu amor
    até outra vez!...

    ahhh é cantiga da avó laurinha uma linda mulher uma boa mãe boa amiga enfim...é a minha avó..ji da laura

     
  • Às 15 de abril de 2010 às 21:00 , Blogger Paixão Lima disse...

    Antes que perca a razão
    Com tamanha reflexão
    ........................................
    Passar a vida a sofrer
    Neste inferno que é a terra.
    Inferno para quem labuta
    E o céu para os filhos da puta?

    O Poeta André Moa, formula neste belo Poema, uma pergunta interessante e actual, que carece de resposta. Mas quem a pode dar?!
    É a vida circular ou a vida do círculo?!

    «...e o pau dele, por cima das cabeças, era como mangual numa eira.
    Também nunca os meus braços pareceram tão rijos e o peito mais pronto a servir os braços. Paulada neste, paulada naquele, uns em terra, outros pernas para que vos quero, rompemos o cerco.»
    Aquilino Ribeiro - O Malhadinhas.

     
  • Às 15 de abril de 2010 às 21:20 , Blogger Paixão Lima disse...

    Muito bem Laurinha,
    A tua Avozinha, era uma Senhora cheia de sabedoria, que só o tempo pode dar. A Neta, herdou da Avozinha, a inspiração e a criatividade para a Poesia. A Avozinha, era uma poeta popular, tu já és uma poeta erudita. Mas a Avozinha e a Neta, nasceram poetas. É genético.

     
  • Às 16 de abril de 2010 às 00:39 , Blogger Laura disse...

    Bem podes crer, ela era convidada já naquele tempo (nasceu em 1901 a 27 de Julho...para falar na Igreja na prática, que falava muito bem, lia, era uma senhora da aldeia mas muito fininha e linda...sou parecida com ela e do lado do meu pai tenho também traços, mas ela era uma referência para mim, eramos amigas e só nos viamos ans férias e uma evz aqui definitivamente, ia lá vê-la muitas vezes, ela adorava que lá estivessemos nas férias de verão, eu ajudava em casa e adorava ir para os lameiros com as tias levar o gado, segar erva, trabalhar na horta só um cadinho..belos e saudosos tempos.
    Que feliz ela fica de ver a neta preferida entre 11 netos...euzinha sim...de livros publicados e saber que sou poeta, ah, tão bom,sem vaidade, diga-se mas feliz por saber escrever e fazer coisas lindas com as letras!...
    Beijinho Moa, beijinho Paixão..laura

     
  • Às 16 de abril de 2010 às 10:59 , Anonymous Anónimo disse...

    Irmão André Moa

    Conforme já comentámos pelo telefone, Weber é um grade escritor e pensador. Ainda não encontrei o seu livro para to levar quando nos encontrarmos na próxima semana. Prometo continuar a procurar no caos que é a minha biblioteca.

    Um grande abraço.

    Ernesto Leandro

     
  • Às 16 de abril de 2010 às 15:32 , Blogger Andre Moa disse...

    Quero - não digo penitenciar-me, muito menos pedir desculpa ao Max Weber que, coitado, mesmo que quisesse perdoar ou relevar fosse o que fosse a quem quer que fosse já não conseguiria, por há muito ter perdido o pio e a capacidade de pensar e de sentir, por, desde 1920, se encontrar a fazer tijolo, como soía dizer-se na minha terra - retocar, por amor à verdade, a sua imagem, se acaso a sua imagem ficou algo danificada, espero que não, pela minha brincadeira poética inspirada no seu pequeno texto retirado do contexto. Não poderei esquecer que é em Max Weber que tem origem a sociologia moderna enquanto ciência da compreensão. Foi, sem dúvida, um reputado economista, sociólogo e filósofo. E fez escola. Entre outras coisas, demonstrou que os comportamentos dos indivíduos não são inteligíveis se não forem tidas em conta as suas concepções do mundo, de que fazem parte as convicçõees religiosas; e que o mundo dos valores escapa à racionalidade e depende de escolhas individuais; que os valores não são científicos e nem sempre serão razoáveis. Como defende Eulália Barros, os valores resultam de um misto muito profundo de coisas: pensamentos, emoções, ideias, símbolos. E que «a formação ética não se pode comparar ao processo de transmissão de conhecimentos porque a aprendizagem moral não se pode reduzir à aprendizagem cognitiva, mesmo quando se podem estabelecer ligações entre uma e outra». E lembra que "a sensibilidade aos valores aprende-se a quente, não a frio".
    Que a terra te seja leve, cao Weber. E vivam os teus ensinamentos limpos das asneirolas que até um grande pensador comete.
    Abreijos
    André Moa

     
  • Às 18 de abril de 2010 às 16:12 , Blogger Bichodeconta disse...

    A emoção apodera-se de mim neste momento em que te leio!Atrevida uma lágrima percorre o rosto, já sei, dirás não é preciso. Ai a pergunta á qual gostaria de obter resposta..Moa meu querido e grande amigo, onde reiventas força ?Também me questiono vezes infindas porque e para que?Um abraço tão apertado que esmague de vez esse bicho peçonhento que te não deixa em paz..Mas claro que o abraço não vai partir nem magoar o teu corpo.. Os teus precisam de ti, Nós, teus amigos também. Agarra-te com fuerza á vida e não permitas A DERROTA A TROCO DE NADA..Abreijos, Ell

     
  • Às 18 de abril de 2010 às 16:20 , Blogger Bichodeconta disse...

    Ao ler tudo percebo que estou a perder qualidades e estou aperder de não passar por aqui mais vezes.Reconheço no entanto que que as minhas qualificações literárias me arrumam a um canto, e eu caio em desencanto..Abreijos, Ell
    Não caias na asneira de perder essa vontade de viver e essa capacidade de amor e dádiva..NÓS NÃO TE PERDOARÍAMOS EHEHHE

     
  • Às 18 de abril de 2010 às 22:35 , Blogger Andre Moa disse...

    Enquanto houver amizade
    como a tua, querida Ell,
    de viver vou ter vontade,
    mesmo só com osso e pele.
    Abreijos
    André Moa

     

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