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quinta-feira, 8 de abril de 2010

A VIDA NÃO EXISTE / ELEVAÇÃO PELO VINHO













A VIDA NÃO EXISTE / ELEVAÇÃO PELO VINHO
Há doenças piores que as doenças,
Há dores que não doem, nem na alma
Mas que são dolorosas mais que as outras.
Há angústias sonhadas mais reais
Que as que a vida nos traz,
há sensações
Sentidas só com imaginá-las
Que são mais nossas do que a própria vida.
Há tanta coisa que, sem existir,
Existe, existe demoradamente,
E demoradamente é nossa e nós...
Por sobre o verde turvo do amplo rio
Os circunflexos brancos das gaivotas...
Por sobre a alma o adejar inútil
Do que não foi, nem pode ser, e é tudo.
DÁ-ME MAIS VINHO,
PORQUE A VIDA É NADA.
(Fernando Pessoa)
NADA, NÃO EXISTE,
A VIDA É NADA.
A VIDA NÃO EXISTE.
- Espera Homem! Não te precipites!
Lembra-te que pensas... - Pois penso!
Que não existo.
Ó Tonicha! “
Ora zumba na caneca
Ora na caneca zumba
O diabo da caneca
Toda a noite catrapumba”.
(Paixão Lima)
«Gostaria de chegar aos oitenta anos,
pois, se assim for,
ainda tenho direito a beber mais dez pipas de vinho,
para poder juntar às cem que já bebi.
Não se riam! Façam as vossas contas e verão.»
(Joaquim Arranca)
(no livro inédito - Memórias de um Homem que nunca foi Menino)
EVOÉ*

Evoé! Evoé!
Gritavas em silêncio,
Enquanto degustavas,
Encostado ao balcão,
Em descontraída pose,
O costumado copo
Do vinho apetecido.
Ali fotografado “em flagrante delitro”
**
Anunciaste à gente
A tua morte prematura por cirrose.

Os versos que deixaste de escrever!
Ainda assim legaste
Beleza e poesia quanto baste
Para nos embebedar.

Os teus versos embriagam muito mais
Que a mortal bebida que tomaste
E bem cedo te levou.

Pouca gente te chorou.

Agora és aclamado em toda a parte
Por muita e boa gente rendida à tua arte.

Também eu, por ti embriagado,
Aqui te evoco evocando Baco
O deus do vinho
Nestes versos meio em desalinho
Que não valem mais que um pataco:
Evoé, Baco, Evoé!
Evoé, Poeta, Evoé!

(André Moa)

*Evoé – grito que se soltava durante as orgias, em honra de Baco ou Dionísio, deus do vinho.
** “Em flagrante delitro” – legenda escrita por Fernando Pessoa numa foto que o mostra encostado ao balcão de uma taberna com um cálice na mão.

22 Comentários:

  • Às 8 de abril de 2010 às 22:02 , Anonymous DAD disse...

    E vivam todos!
    Tchim! Tchim!!!
    Beijito,

     
  • Às 8 de abril de 2010 às 23:29 , Blogger Osvaldo disse...

    Irmão;

    Mas isto faz-me pensar na Taverna do Carvalhinho Manco,... é só vinhaça!...

    Ps. Acho que está na hora de escrever-mos o livro sobre as Tavernas antigas de Tabuaço!.
    Que achas?.

    Um abraço.
    Osvaldo

     
  • Às 8 de abril de 2010 às 23:56 , Blogger Paixão Lima disse...

    Evoé! Evoé! O grito festivo ribomba na mesa da orgia. Evoé! Evoé! Assim é que é! Muito bem André! No seu túmulo, Pessoa, bate palmas e acena afirmativamente. E exclama com a sua voz rouca e cavernosa de morto falecido: AINDA BEM QUE MORRI POR UMA CAUSA NOBRE

     
  • Às 9 de abril de 2010 às 00:22 , Blogger Paixão Lima disse...

    Amigo Osvaldo,
    Em resposta à tua pergunta sobre as tabernas de Tabuaço, dir-te-ei que esse livro já foi escrito pelo Joaquim Arranca. É um livro com duzentas páginas. Vê lá tu, o tamanho da lista das «tascas» de Tabuaço.
    Tal como tu, também recordo a taberna do Carvalhinho Manco. Era só vinhaça, mas da boa. Aquilo é que era uma «tintura»!!!!
    Um abraço.

     
  • Às 9 de abril de 2010 às 09:52 , Blogger Je Vois La Vie en Vert disse...

    Não bebendo vinho ou qualquer álcool será que nunca vou saber o que é a vida ?
    O que é que me pode embriagar, a não ser a própria vida ?
    Quero bebê-la até a última gota !!

    Beijinhos

    Verdinha

     
  • Às 9 de abril de 2010 às 10:15 , Blogger Maria disse...

    "Nunca encontrarás a vida nem a solução dos teus problemas no fundo de um copo ou de uma garrafa"
    Maria

     
  • Às 9 de abril de 2010 às 11:21 , Anonymous Anónimo disse...

    Para a Verdinha e Maria,minhas boas amigas.

    Aplaudo os comentários de ambas com toda a amizade de que sou capaz. Vida! Vida! Vida!Com verdade, carinho, tolerância e muito amor! Não há silogismos que lhe resistam.

    Um beijinho.

    Ernesto Leandro

     
  • Às 9 de abril de 2010 às 12:17 , Blogger Paixão Lima disse...

    Para os espíritos mais débeis e que são anti-silogismos, recomendo, vivamente, como medida profiláctica, que tomem um copo de vinho tinto do Douro de duas em duas horas. É remédio eficaz. Chegam à noite, com a certeza de que a vida não existe, realmente. A mesma certeza que moveu e motivou o nosso maior Poeta, o Senhor Fernando Pessoa.
    EVOÉ! EVOÉ!...

     
  • Às 9 de abril de 2010 às 12:31 , Blogger Paixão Lima disse...

    HÁ MUITOS VINHOS, MAS SÓ UM É VERDADEIRO!

    - O VINHO É TINTO!
    - O branco, é refresco,
    - E o verde é a cor da garrafa.
    - EVOÉ!

     
  • Às 9 de abril de 2010 às 15:14 , Anonymous Anónimo disse...

    Queridas amigas Verdinha e Maria.

    Não se preocupem. Quem escreveu acima "espíritos mais débeis", com a grosseria habitual, não sabe que nós não precisamos de consultar, regularmente, neurologistas e psiquiatras, como alguns.
    Também não sabe que a nossa cultura não é de almanaque e de computador. Enfim, por alguma razão eu falei de tolerância...

    Um beijinho.

    Ernesto Leandro

     
  • Às 9 de abril de 2010 às 16:07 , Blogger Paixão Lima disse...

    Respondo só ao anónimo, que afinal não é anónimo.
    É como nos autocarros superlotados. Há sempre os aproveitadores indesejáveis, que se encostam aos outros, para manter o seu próprio equilíbrio e para praticar actos menos próprios. Para tudo, até para a polémica, é necessário um mínimo de decoro e de bom senso. Lutar com as suas próprias armas, sim. Pretender arrastar os outros só para se defender, é cobardia. Os outros nada têm a ver com este assunto. Eu disse, passo a citar: «Para os espíritos mais débeis e que são anti-silogismos...». Para bom entendedor, meia palavra basta. O problema é que este senhor anónimo, não é bom entendedor. A ofensa gratuita, não colhe.
    Tem juízo, rapaz! Não batas em ti próprio!

     
  • Às 9 de abril de 2010 às 16:40 , Blogger Paixão Lima disse...

    No Olimpo, na mesa da orgia, Baco descontente exclama: - Este vinho não presta! Pensativo, lança o seu olhar entediado sobre a Terra. Contempla o Douro, atentamente. Isto, de facto, é deslumbrante, reconhece. Mas de belezas estou eu farto. O que eu quero é beber. Estou com sede. - Irmão Dionísio! Prova daquele vinho!- ordena Baco. - Já provei, Irmão Baco! É um vinho divinal. É vinho fino!- Enche lá a canada, Irmão Dionísio, Diz o Baco sequioso. E emborca de um só trago uma litrada. Arrota, com estrondo, e exclama em êxtase: - Tens razão, Irmão! Isto é um vinho de Deus, para ser bebido por deuses. Não é só vinho fino, é também generoso, em álcool. Vamos já demarcar esta região e, abençoá-la. E como recompensa, manda sair este decreto:
    ESTE VINHO, DÁ DE COMER A UM MILHÃO DE PORTUGUESES.

     
  • Às 9 de abril de 2010 às 16:54 , Blogger Andre Moa disse...

    Caro Osvaldo,
    Na taberna do Cavalhinho Manco, a vinhaça (fora quando decambava em pancadaria de criar bicho e abrir cabeças, como em todas as outras) dava muitas vezes para umas boas guitarradas e cantares ao desafio. O Senhor António Carvalho,o Carvalhinho Manco, era, para além de manco e taberneiro, um razoável tocador de guitarra. Muito gostava eu de o ouvir e de o ver dedilhar aquele instrumento! Acho que sim, que está na hora de escrevermos o tal livro de que já falamos há muito. Queres dar o pontapé de saída? Temos muito que contar, pois que não nos ficaremos, por certo, pela simples enumeração das tascas de que a nossa terra, na nossa infância, estava pejada. Tantas que até se dizia: Em Tabuaço, quando se sobe, topa-se com uma taberna, porta sim, porta não. Quando se desce, é porta sim, porta sim. A vida, as vidas que a recordação daquelas tabernas nos trará à memória!
    Que os eflúvios, sejam da vinhaça, sejam da poesia, não nos façam perder nunca a cabeça. Amen.
    André Moa

     
  • Às 9 de abril de 2010 às 17:23 , Blogger Laura disse...

    Ora, ora, Osvaldo, e Moa, Paixão e Leandro, ó pessoaaallllllllllllllllll..Cheguei agora de Ponte d elima, almocei quase em frente ao rio )Osvaldoooo lembrei de vós no nosso dia feliz de almoço na quinta da mana da Ana e depois a tarde em Ponte de Lima, só nossa, o belo jantar na vossa companhia, rodeados de muralhas, ai menino como senti saudade, porque eu sinto saudade de todos aqueles que amo!...arroz de sarrabulho e vinhão da casa engarrafado, verde tinto, xi, que coisa, até foi a Neide que trouxe o carro para eu desfrutar da paisagem, viemos por cima (não tem nada a ver com a estrada nacional, ah verdes campos ornados de flores lindas, coloridos inimagináveis, pessoal, temos de nos juntar por aqui...
    QAqui sim, viva o Baco e viva a amizade entre todos , o amor, a saudade e a paz!...
    Aquele abraço apertadinho..laura

     
  • Às 9 de abril de 2010 às 21:07 , Blogger Paixão Lima disse...

    O vinho é remédio santo, e representa, nas celebrações, o sangue do ser divino. Mas como todos os remédios, o vinho tem contra-indicações. Em alguns casos, pode provocar alucinações visuais.
    - Vocelência dá-me lume?
    - Não dás! Espera aí!...
    - Tu pensas que és o sol?!
    - Só por dares luz a esta rua?!
    (rebuscado +/- do Pátio das Cantigas).

    - O vinho?! Nunca me fez mal!
    - Quando vejo três estradas, enfio sempre pela do meio.
    - Nunca me esbarrei.

     
  • Às 9 de abril de 2010 às 23:03 , Blogger Paixão Lima disse...

    Pois não, Maria ! Tem toda a razão. Concordo consigo. Mas a resposta para o dilema, não é uma resposta, mas uma pergunta. E então?!... Uma solução não generalista e objectiva. Que defina o seu ponto de vista, sempre a ter em conta. Quando...e se...tiver oportunidade.
    Um beijo, Amiga.

     
  • Às 9 de abril de 2010 às 23:20 , Blogger Paixão Lima disse...

    A minha opinião Verdinha, e com todo o respeito que a minha Amiga me merece, é que não. Ninguém vai saber o que é a vida. A não ser que consideremos de vida, tudo aquilo que nos acontece, com ou sem a intervenção da nossa vontade.
    O que a pode embriagar? É simples: O AMOR.
    Um beijo, minha Amiga Verdinha.

     
  • Às 10 de abril de 2010 às 00:13 , Blogger Paixão Lima disse...

    PARA QUE CONSTE...
    O Ciclo Reflexão, é o ciclo da paródia. É o agitar das águas paradas e estagnadas. É um palco de variedades e de diversão. Os temas propostos, serão sempre provocadores e provocatórios, para privilegiar a troca de impressões, a livre discussão e a polémica. É uma tentativa de mudar, de ser diferente, para animar as hostes.
    O que consta do post, pode não reflectir a opinião dos proponentes. Pelo que não vincula ninguém. Mas é uma proposta que pretendemos séria, apresentada na mesa, para analisar, concordar, discordar, para provocar (o estado de choque).
    Faço votos que se divirtam tanto, quanto nós nos temos divertido a coordená-lo.

    «Passa, ave, passa, e ensina-me a passar!»
    (Fernando Pessoa)

     
  • Às 10 de abril de 2010 às 02:27 , Blogger Paixão Lima disse...

    Ó Laurinha,
    Com que então, foste ver o Lima com paixão, mas sem o Paixão. Conheço Ponte de Lima, É lindíssima. O Lima é um rio poético e romântico. E a ponte velha é histórica, toda em pedra de granito. Terra onde se come bem e onde se bebe o melhor vinho verde.
    Tal como tu, grito entusiasmado: vivam Baco, amizade entre todos, o amor, a saudade e a paz.
    E para terminar em beleza, viva também a Laurinha.
    Um abraço abrangente e apertadinho.

     
  • Às 10 de abril de 2010 às 09:01 , Blogger Laura disse...

    Ó Paixão, claro que o rio Lima estava ocupado a descarregar a sardinha! Isso foi real, quando cá cheguei há uns 20 anos, fomos os dois com um casal amigo, o Eduardo um amor de rapaz, muito original, levou-nos no dia da festa para vermos os tapetes de flores etc etc, era gente a mais mas lá andamos, chegamos junto ao rio diz-me ele,; laura, vamos esperar que o barco chegue da pesca da sardinha e atraque para assistirmos á descarga da sardinha! sabes que mais? estava tão distraída que me senti empolgada, eles todos em silência a ouvir-me dissertar; sério? que bom olha que sorte adoro ver peixinho frescooo vamos levar umas para casa? ahhhhhh só quando vejo o manel a perder o ar sisudo e dizer; ó rapariga, achas que há sardinha no rio?
    Que risoooooo.
    Desta vez foi só chegar, a minha mãe não anda quase nada, fomos para o restaurante pois a Neide saiu da Universidade ás 12.45... e depois foi papar e arrancar, e eu que andei naqueles jardins com a Ana e o Osvaldo ele fazia de paparazzi sempre a fotografar no meio de flores e paisagens lindas...e queria fazer isso mas a minha mãe não conseguirira andar, assim, cheguei a casa eram 16,25 e fiquei d eir buscar o patrão ás 16,30, logo, esperou uns minutos e desta vez já estava á porta á espera!
    Ponte de Lima tem belos lugares e a Neide conhece, ela já me tinha dito para irmos lá, eu escuso sempre, e antes de se ir embora, havemos d eir as duas almoçar ou jantar um dia e passear por ali...
    Beijinho da laura

    Ahhh escolhes sempre a faixa do meio? olha que essa é suspeita de nem existir ahhhh...Baco com moderação...detesto um homem que beba demais e faça fitas, graças a Deus que nunca me calhou nenhum assim...podiam ser pobres noutras areas, mas na bebida não se portavam mal..laura

     
  • Às 10 de abril de 2010 às 10:31 , Anonymous Anónimo disse...

    André Moa, irmão

    Parabéns às aniversariantes, Suzana e tua Mãe.
    Um beijinho para ambas.Votos de um dia alegre e
    feliz. Ao " maior", artista já maduro e lúcido.
    envio um abraço.

    Um grande abraço.

    Ernesto Leandro

     
  • Às 10 de abril de 2010 às 13:12 , Anonymous Anónimo disse...

    Como não sei o que dizer, uma frase vou transcrever:

    " Os vinhos são como os homens: Com o tempo, os maus azedam e os bons apuram".
    (Cicero).

    Um abraço abrangente a todos os homens puros deste blog.
    A dupla L&L

     

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