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terça-feira, 18 de maio de 2010

CICLO REFLEXÃO




O RUFAR DO TAMBOR
1
Ó meu Amor, é para ver tantos abrolhos,
Ó flor sem eles, que tu tens tão lindos olhos!?
Ah! Foi para isto que te deu leite a tua ama,
Foi para ver, coitada, essa bola de lama
Que pelo Espaço vai, leve como a andorinha,
A Terra!?
Ó meu amor! Antes fosses ceguinha...

António Nobre (final do poema A Vida)


2
A Sociedade nas suas diversas componentes - a política, a económica… - orienta os seus recursos para a obtenção de lucro rápido e fácil. A isso chamam avanço tecnológico e progresso económico. A Sociedade inventou uma máquina gigantesca com inúmeros operários especializados. Os que põem a máquina a funcionar numa determinada direcção (os políticos), os que fazem a sua manutenção (economistas, gestores, administradores, doutores e engenheiros) e os que fazem a propaganda da máquina dizendo que a máquina é boa para todos (os órgãos de comunicação social). Estes são os teóricos do Regime e que funcionam como estímulo e fonte inspiradora para os outros. Ora os outros são o «peão das nicas» do Sistema. Os que produzem a energia para a máquina trabalhar e a riqueza que é o produto transformado e acabado.
No tempo da «outra senhora», lembro-me dos inúmeros comboios de mercadorias que viajavam pela linha do Douro preferencialmente de noite para não dar nas vistas. Os ditos comboios circulavam cheios de mantimentos, com dísticos dizendo «Sobras de Portugal». Sendo Portugal como ainda é, um dos países mais pobres da Europa, as ditas «sobras» davam vontade de rir ou de chorar. Conforme a perspectiva. Os governantes daquele tempo vendiam os tais mantimentos aos beligerantes da guerra obtendo grandes lucros. Com a guerra, isto é, com o mal dos outros, os cofres do Estado acumularam grande riqueza, mas o povo continuou a ser o mais pobre da Europa.
Com o advento da democracia tudo mudou para melhor porque para pior era impossível. Mas não vivemos numa sociedade boa porque não é justa na distribuição da riqueza.
Assim, a «exclusão social» continua a aumentar.
A forma de viver condiciona a nossa Vida. O rufar do tambor marca o ritmo do Caminhar. Mas para onde?!...

Errata
Onde se lê «exclusão social» deve ler-se pobreza, pobreza extrema, miséria e fome de tudo.
Paixão Lima
3
Tu, Nobre, cantas a vida
Como quem dela se vai
Como quem sofre e se esvai
E teima em levar consigo,
Agarrado,
Seja amigo ou inimigo,
Quem tanto a Vida seduz.
Deixa ter uns lindos olhos
Quem não tem a tua cruz.
Que a bela não tenha abrolhos,
Seja uma flor entre flores.
E não transformes a Terra
Em bola de lama e trapos.
Deixa a Terra rebolar
Pelos espaços sem fim
Mais leve que uma andorinha.
Tem dó dela e dó de mim,
Não sejas tão pessimista,
Não faças dela ceguinha,
Não sejas tão egoísta,
Não tenhas só de ti dó.
Se queres morrer, morre.
«Só».

André Moa

Apontamentos anticancro 4

«Neste livro, gostaria de contar-lhes as experiências – científicas e pessoais – por que passei e com as quais aprendi.
Após a cirurgia e a quimioterapia, pedi conselho ao meu oncologista. O que deveria fazer para levar uma vida saudável e que precauções poderia tomar para evitar uma recidiva?
- Não há nada de especial a fazer. Leve uma vida normal. Faremos TACs regularmente e, se o seu tumor voltar a aparecer, detectá-lo-emos numa fase inicial – respondeu este prestigiado praticante da medicina moderna.
- Mas não existe um tipo de exercício físico que eu possa praticar? Um regime alimentar a seguir ou a evitar? Não deveria cuidar também do aspecto mental? – perguntei.
A resposta do meu colega desnorteou-me:
- Nesse campo, faça o que lhe apetecer. Nada disso o pode prejudicar. Mas não existem quaisquer provas científicas de que esses métodos evitem uma recidiva.
Os métodos, mais teóricos, relacionados com a mente, o corpo e a alimentação, eram algo que ele não tinha disponibilidade de tempo, ou interesse, para explorar.
Conheço este problema enquanto médico académico. Cada um na sua especialidade, raramente estamos a par de descobertas fundamentais publicadas em prestigiadas revistas como a Science ou a Nature.
Passei meses a investigar até começar a perceber como poderia ajudar o meu organismo a proteger-se do cancro. Participei em conferências, nos Estados Unidos e na Europa, que reuniam investigadores que exploram este tipo de medicina «de acção». Esquadrinhei bases de dados médicas e passei publicações científicas a pente fino.
No seu conjunto, toda a informação científica revela o papel essencial das nossas defesas naturais na batalha contra o cancro».
Do livro «Anticancro – um novo estilo de vida» de David Servan-Schreiber.

15 Comentários:

  • Às 18 de maio de 2010 às 23:22 , Blogger Bichodeconta disse...

    Maldito cancro!Soube há tempos que uma antiga colega de trabalho, filha do Patrão e moça mais nova do que eu que ainda tenho meia vida por viver, dizia eu, soube há tempos que lhe foi detectado cancro na mama.Depois da cirurgia fez radioterapia, quimioterapia etc etc etc.Quando a encontrava dizia que se lembra de mim muitas vezes, pela forma simples de estar na vida, pelo desapego ás coisas materiais que tinham um peso enorme na pseudofelicidade daquela pessoa..Por vezes eu estava infeliz, mas cantava e nunca as minhas infelicidades aconteciam pelos motivos que a ela tiravam o sono..Mas o pior é que eu e todos pensavamos que a doença estava vencida, mas não está, e nem posso falar deste caso que conheço, não devo..Quero no entanto que a minha amiga consiga melhorar, e que se vá lembrando de mim tanto quanto eu me lembro dela.E quero sobretudo que ele saiba o quanto gosto dela, o quanto desejo que ela melhore..Maldito cancro!
    Abreijos, Ell

     
  • Às 18 de maio de 2010 às 23:45 , Blogger Kim disse...

    Amigo André
    Eu acredito muito nos teus passos, nos teus métodos, na tua crença, em ti!
    Que mais posso dizer d'alguém que chora a cantar!
    Grande abraço

     
  • Às 19 de maio de 2010 às 11:49 , Blogger Paixão Lima disse...

    AO ANDRÉ MOA, O GRANDE CORREDOR.
    Estou a correr a maratona
    Porque fui concebido p'ra correr;
    Porque correr é estar vivo
    E correr é a minha forma de viver...
    Meu aparelho locomotor
    Obriga-me a correr constantemente,
    Como a água que corre para o mar,
    Como o ar em movimento.
    Desconheço a finalidade da corrida,
    Nem quando a corrida vai parar.
    Mas, o que não sei, não me impede
    De continuar a correr, para viver.

     
  • Às 19 de maio de 2010 às 16:52 , Blogger Paixão Lima disse...

    Caro Moa,
    Vale mais acompanhado do que só. Recusas-te a correr no fim do pelotão. O carro-vassoura não vai alcançar-te. O teu Poema é exemplo da tua determinação e do teu optimismo. A poesia corresponde ao teu sentir e, é belo o teu sentir.
    Um abraço, Irmão.

     
  • Às 19 de maio de 2010 às 18:54 , Blogger Andre Moa disse...

    Querida Ell,
    Estou contigo e com a tua amiga.
    Só não me dá para chamar maldito ao cancro, por saber que faz parte integrante de mim. E eu sou bendito em todas as células, até mesmo nas que estão a reclamar reparação e contenção na luta que travam, doentia e desregradamente, pela sobrevivência. São elas e eu. São elas ou eu. Elas fazem tudo para que sejam elas: eu faço tudo para que seja eu. A mesma luta, o mesmo objectivo, mas de sentido contrário, com interesses antagónicos. Nada mais. Abri hoje uma nova frente de batalha. Fui fazer a primeira terapia quântica. Como já sabem, eu vou a todas. Pela vida eu faço tudo. Tudo o que sei e posso, claro.

    Caro Kim,
    Acabas de descobrir em mim um serôdio fadista. Sou eu e a Amália: "e choro a cantar". eheheheh

    Caro irmão Paixão,

    dizes-me que "fui concebido para correr, porque correr é estar vivo". Se assim é, senhor Paixão Lima, eu creio em vós. Viver é comigo, seja a correr, seja a galope, seja a trote, seja a passo. Parado é que não, já que parar é morrer. Já não sei é se fui concebido a correr. Mas devo ter sido, já que saí uma peça mal amanhada e com defeitos de fabrico, quiçá na fábrica dos pirolitos.
    "Vale mais acompanhado do que só", dizes tu e dizes bem. Mas na vida. Na morte, quem tiver pressa que vá andando, que eu estou como o outro a quem perguntaram um dia onde desejava ser enterrado. Respondeu ele: em lado nenhum, que o que eu quero é viver. Entrou hoje, com 66 anos, no eterno descanso.
    Abreijos para os vivos. Saudades para os mortos queridos.
    André Moa

     
  • Às 19 de maio de 2010 às 20:39 , Blogger Laura disse...

    Ah, acabei de passar por outro como eu que corre,(Paixão) e ainda nos mandam andar devagar,se na minha escrita eu voo, eu aterro, eu viajo por mil mundos, ah, não me diam que pare, dexem-me andar, correr, voar...
    Pois o Moa e o Kim disseram os dois que a minha entrevista estva muito bem conseguida e não como quando escrevo a correr ehhhh bem me ri, eu sou assim, funciono assim, a meio gaz não consigo, ou tudo ou nada, sou a miúda das pressas ehhhhhhhhhhhhh.

    Moa, terapia quântica? logo se vieres namorar prá janela, explica-me o que é, nunca ouvi falar, pudera, se sou surda como queria ouvir falar, enfim...

    beijinhos, laura

     
  • Às 19 de maio de 2010 às 20:40 , Blogger Laura disse...

    Moa, comprei um livro de bolso do António Nobre, apenas e só para ler a poesia Só!... tenho-o guardado, mais um pobre diabo, ou os poetas são todos uns pobres diabos embrenhados no mundo da dor, só pode!...
    Abraço apertadinho da laura

     
  • Às 19 de maio de 2010 às 22:37 , Blogger Andre Moa disse...

    Cara Laura,
    Eu também nunca tinha ouvido falar em terapia quântica, senão hoje que me submeti a ela. É para desentupir os canais internos e aumentar as energias, segundo me explicou a técnica. Colocam-nos uma coroa na cabeça e umas argolas nos pulsos e nos tornozelos, ligam-nos à electricidade e vão aparecendo os resultados no computador. Segundo ela, a minha energia mental está boa. A física é que está um tanto em baixo. Isso já eu sabia. eheheheheh.
    «Só» é o nome do livro de poemas que António Nobre nos deixou. Empolguei-me com a sua leitura, quando tinha uns catorze, quinze anos. Morreu muito novo. Com a doença da época - tuberculose. Daí o seu ar tristonho e pessimista que trnsmite muito bem nos seus poemas. Mas, ideias à parte, tem coisas muito lindas, em meu entender. Aqui, como este post pertence ao ciclo reflexão, é que me deu para "marrar" contra o pobre Nobre.
    Não ligues ao que eu digo. Muito menos ao que eu faço. eheheheheheheh
    Abreijos
    André Moa

     
  • Às 19 de maio de 2010 às 22:43 , Blogger Bichodeconta disse...

    Desculpa Moa, tens razão mais uma vez..Mas como abençoar o que faz sofrer as pessoas de quem tanto gosto..Essa força é uma bandeira que ergues..Bendito sejas tu e todos os que conseguem lutar sem entregar as armas.. Batalha dura.Btalha para venceres, não há outra forma a dar... Abreijos, Ell

     
  • Às 19 de maio de 2010 às 22:54 , Blogger Paixão Lima disse...

    Laurinha,
    Dizes que os poetas são todos uns pobres diabos. Tens razão. Todos, poetas ou não, são uns pobres diabos. Só que alguns têm consciência disso e outros não.
    Um beijo.

     
  • Às 20 de maio de 2010 às 17:19 , Anonymous laura_vieira@portugalmail.com disse...

    Ell, se dos fracos não reza a história, porque haveria o nosos Moa de baixar as armas? era o que faltava...se fosse assim já se tinha ido há um ror de anos.. O Moa é guerreiro e não volta as costas á luta, embora sejam elas que lhe dão mais guerra...
    E nós estaremos na retaguarda dando força ao jovem rapaz que conhecemos num pretexto a tabuaço, ahhhh se foi um pretexto...
    Beijinho a todos, da laura

     
  • Às 20 de maio de 2010 às 17:22 , Anonymous laura_vieira@portugalmail.com disse...

    Ahhh Paixão, atã na somos? sofremos, desunhamo-nos em dor, gritamos e ninguém nos ouve, clamamos pela esperança e no fim, escrevemos dores e desamores, ora pois...somos sim uns pobres diabos, nem tenhas dúvidas..olha pra mim!...
    Se leres parte dos nossos antigos poetas o que vês? dor, apenas dor e o negrume da noite...
    Beijinho da laura

     
  • Às 20 de maio de 2010 às 19:07 , Blogger Je Vois La Vie en Vert disse...

    Tenho aqui um poeta que luta contra o caranguejo e também tenho uma amiga que gosta da natureza e que luta contra um sarcoma. Vale a pena ler, em inglês, visto ela viver nos EUA, o seu depoimento no blog Living with a sarcoma e o seu jardim les Fleurs d'Elsa

    Caro amigo Moa ou Toi,
    Foram precisos estes aparelhos todos para verificar que a tua cabeça estava bem ??? Daqui a pouco ainda dás choques eléctricos ! Já estou a ver o cenário, dou-te um beijinho na bochecha esquerda e dou um salto para a esquerda, quando for na outra face - eh, eh, eh, isto lembra-me qualquer palavra que vem naquele livro que não lês...:)) , sou mesmo provocadora, não sou ??? - saltarei para o lado direito e terão que me apanhar com um colher.
    Não faz mal, isto são os riscos duma amizade ! ;))

    Beijocas da Verdinha

     
  • Às 20 de maio de 2010 às 20:23 , Blogger Andre Moa disse...

    Qual provocadora, qual nada, querida Verdinha! És é uma grande amigalhaça.
    Beijinhos
    André Moa

     
  • Às 21 de maio de 2010 às 08:45 , Blogger Laura disse...

    Bem, pelo sim pelo não, quando vos encontrar já levo as antenas para caçar o choque...não vá levar com uma verdinha em cima vinda das bochechas do Moa, ehhh, credo..

    Ah, entendo..não sabia disso da energia quântica e que se media, pois..Beijinhos, laura

     

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Que cantan los poetas andaluces de ahora...