CICLO EMOÇÃO
RINCÃO NATAL
TABUAÇO!
Magia de divinais belezas,
Contrastantes matizes,
Panóplia de naturas surpresas!
Mas ultrajaram-te, minha Terra,
Por paradoxos infelizes...
Já não bastava a estrada
Há muito sonegada!
Adjacente
Ao afluente
Távora,
Cromossomicamente duriense,
Administrativamente presa
À distante Beira-Alta!
Denegação ao autóctone tabuacense
Dum direito que lhe pertence
Esbulhando-lhe os rios em que se mira...
Serei do Alto-Douro, pese a todos;
Não me revejo nas " Terras do Demo";
Gritarei alto, com coragem a rodos:
Decisão arbitrária eu não a temo.
Conterrâneo, amigo, meu irmão:
Levantemos os olhos para o Marão
E viremos as costas ao granito!
Quem decidiu não nos quis ouvir;
Vamos ainda a tempo de exigir
Que queremos ser autênticos e não mito!
Nossa Terra, de meus irmãos, minha:
Tua aura em nós cresce, não definha,
Que às origens, um dia, voltaremos
Cheirando o húmus que em criança pisei,
Nele semeando um mundo que eu sonhei
Que, agora adultos já não reconhecemos...
Lembro, com saudade, o "Lago" da minha infância:
Ao fundo, Tabuaço, nas narinas a fragrância
Duma natureza que levei ao mundo inteiro!
O Calvário, S. Vicente, S. Plácido, Penedo, Pedregal,
"Estrada do Fradinho", belo-horrível medonho, natural,
O jardim de minha casa onde eu tinha um canteiro...
Minha Terra: São teus todos os versos que escrever;
Em troca, só peço um pedaço de terra escondido
No cemitério onde dorme cada amigo já vivido,
Quando, para sempre, eu decidir adormecer!
Ernesto Leandro
TABUAÇO!
Magia de divinais belezas,
Contrastantes matizes,
Panóplia de naturas surpresas!
Mas ultrajaram-te, minha Terra,
Por paradoxos infelizes...
Já não bastava a estrada
Há muito sonegada!
Adjacente
Ao afluente
Távora,
Cromossomicamente duriense,
Administrativamente presa
À distante Beira-Alta!
Denegação ao autóctone tabuacense
Dum direito que lhe pertence
Esbulhando-lhe os rios em que se mira...
Serei do Alto-Douro, pese a todos;
Não me revejo nas " Terras do Demo";
Gritarei alto, com coragem a rodos:
Decisão arbitrária eu não a temo.
Conterrâneo, amigo, meu irmão:
Levantemos os olhos para o Marão
E viremos as costas ao granito!
Quem decidiu não nos quis ouvir;
Vamos ainda a tempo de exigir
Que queremos ser autênticos e não mito!
Nossa Terra, de meus irmãos, minha:
Tua aura em nós cresce, não definha,
Que às origens, um dia, voltaremos
Cheirando o húmus que em criança pisei,
Nele semeando um mundo que eu sonhei
Que, agora adultos já não reconhecemos...
Lembro, com saudade, o "Lago" da minha infância:
Ao fundo, Tabuaço, nas narinas a fragrância
Duma natureza que levei ao mundo inteiro!
O Calvário, S. Vicente, S. Plácido, Penedo, Pedregal,
"Estrada do Fradinho", belo-horrível medonho, natural,
O jardim de minha casa onde eu tinha um canteiro...
Minha Terra: São teus todos os versos que escrever;
Em troca, só peço um pedaço de terra escondido
No cemitério onde dorme cada amigo já vivido,
Quando, para sempre, eu decidir adormecer!
Ernesto Leandro
7 Comentários:
Às 5 de maio de 2010 às 06:54 , Osvaldo disse...
Caro Amigo Ernesto;
Este será certamente o poema, maravilhoso poema, que mais tocará no coração dos tabuacenses.
Forte de sentimentos, terno de saudades, profundo de reconhecimento à terra, esta jóia de literatura que escreveste como Ode a Tabuaço, mereceria certamente da parte dos autarcas tabuacenses uma reflexão para a recuperação do Lago tornando-o de novo um lugar público e aprazivel onde a população pudesse-se alongar em doces "promenades" e os estudantes voltassem a sonhar como sonham no Penedo da Saudade.
E no meio desse jardim, em meio a Cedros e Eucalíptos, uma lápide em mármore ou bronze com este teu belo poema que seria uma das mais belas homenagens que o povo tabuacense dedicaria à terra e a tantos poetas nascidos do seu ventre.
Grande abraço, amigo Ernesto.
Osvaldo
Às 5 de maio de 2010 às 16:05 , Laura disse...
Homem da terra
homem do mundo
levando em si
aquele amor profundo!
A terra mãe chama pelos seus filhos a todo o instante, e o coração enamorado do poeta, responde-lhe que é dela o seu amor é dela o calor que dele emana... Porque não há amor igual... Todo homem sonha em voltar á terra onde nasceu, aprendeu os primeiros passos, as primeiras letras e onde o amor aconteceu...
Aquele abraço apertadinho da, laura
Às 5 de maio de 2010 às 19:06 , Kim disse...
Quando se decide adormecer num escondido pedaço de terra "onde já fui muito feliz", podem então os querubins ribombar as trompetas, porque ali repousa um génio!
Abraço
Às 6 de maio de 2010 às 11:23 , DAD disse...
Ernesto! Lindíssimo o teu poema!
Beijinho grande,
Às 6 de maio de 2010 às 19:32 , Andre Moa disse...
Depois desta ode cheia de beleza e saudade pelo rincão natal, onde, no bom dizer do
Kim, "ali repousa um génio", que as trompetas deixem de ribombar, que os querubins se vão deitar, pois que soou a hora de deixar o céu e regressar à terra, à vida, ao ram-ram da vida.
Abreijos
André Moa
Às 7 de maio de 2010 às 22:57 , Bichodeconta disse...
Mas isto por aqui meu amigo anda a um ritmo que eu que sou Alentejana nã consigo acompanhar ehehe. Eles versejam e bem. Eles conversam na janela ou no postigo a deshoras, enquanto eu adormeço ou conto carneirinhos.. Esse Douro que nos encanta é tão mal tratado como tudo neste País que é o nosso. Á tarde ouvi falar de uma extensão enorme de vinha da região demarcada dos vinhos do Porto que a ser verdade ficará submersa aquando da feutura da Barragem anunciada para aquele lugar..Crime, é isso, é um crime tirar as pessoas dos seus lugares de nascença, retirar-lhes as terras seus sustento. E crime é também em nome do progresso destruirem aquela paisagem deliciosa.. Desculpa, possivelmente até será bem recebida a barragem para algumas pessoas, mas numa altura em que estamos mendigando como País e como Povo, esta avalanche de construções versos destruições não podem deixar de nos incomodar a todos assim como os valores que se apregoam para gastar.Este País não tem mais por onde ir abaixo. Tenho medo.. Abreijos, Ell
Às 7 de maio de 2010 às 22:59 , Bichodeconta disse...
feitura , quiçá mais uns erros pelos quais peço desculpa..A piquena é mesmo uma iletrada.. Abreijos..Ell
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