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DIÁRIO DE UM PACIENTE II

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

NOTICIAS DE BEIRA-DOURO-TRANSCRIÇÃO





Do Jornal Beira Douro, recebi do querido amigo Rui de Carvalho, a notícia que foi publicada por este amigo do nosso querido André Moa.

Diz assim:

José Guilherme Macedo Fernandes, faleceu aos 72 anos, em Lisboa, após uma constante luta contra a doença de foro oncológico, com a qual conviveu nos últimos 5 anos. Venceu várias batalhas mas perdeu a "guerra", no passado dia 17 de Outubro, ao falecer na sua residência.

Natural de Tabuaço, daqui aaiu aos dezoito anos e o seu nome ficará sempre ligado à sua terra, através da obra literária que deixou. Licenciado em direito pela Universidade de Coimbra, foi magistrado, professor e poeta.

Usava regularmente o pseudónimo de André Moa e no último quarto de século. foi um alto dirigente do Ministério da Solidariedade Social, onde chegou a ocupar o cargo de Secreário-Geral Adjunto.

Durante 3 mandatos foi membro da Assembleia Municipal de Tabuaço, onde estão registadas as suas intervenções que, segundo ele,fazia sempre a pensar no melhor para a sua terra natal que tanto amava.

O funeral teve as cerimónias fúnebres na Igreja de Benfica, seguindo depois em cortejo automóvel para o cemitério dos Olivais, onde foi cremado, tal como fora o seu desejo.

Aqui, o sacerdote proferindo as últimas palavras em relação ao finado disse: "O Zé Guilherme continua a ser digno de ser amado, porque ele foi um amante da vida, da família e dos amigos.

A Câmara e a Assembleia Municipal fizeram-se representar, apresendo os pêsames à família.

O BBD, de quem o Dr. José Guilherme era leitor, onde em algumas edições foram publicados artigos seus, envia a todos os familiares as mais sentidas condolências, associando-se a esta terrível dor, que no momento suportam.

Rui de Carvalho

Agradecimento

Agradecemos ao Jornal NOTÍCIAS DA BEIRA-DOURO, notícia que publicou sobre o falecimento do Dr. José Guilherme Macedo Fernandes, dono deste Blog.


A notícia descreve o curriculum do nosso amigo e a colaboração atenta que teve para com aquele jornal.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Texto de Fernando Paulo Baptista, enviado por Onésimo Teotónio de Almeida


AO INSPIRADO POETA E MEU SAUDOSO “IRMÃO” ANDRÉ MOA
in memoriam

Evocando Tabuaço, um ano depois (2010-2011), no mesmo e exacto dia 16 de Outubro...

Meu querido e saudoso «Frater» André Moa (José Guilherme Fernandes):

Antes de partir para um importante Congresso sobre a Diáspora Lusíada, ocorrido na cidade de Providence, nos EUA, nos passados dias 14 e 15 do corrente mês de Outubro, telefonei-te para te dizer que, em tal evento, entre outros prestigiados Académicos de várias universidades americanas, canadianas e portuguesas, iria intervir o consagradíssimo Prof. Doutor Onésimo Teotónio Almeida, da Brown University, teu Amigo do coração e prefaciador do teu Mau Tempo no Anal, diário que configura uma das mais encorajantes lições de optimismo e amor à vida... Pediste-me, num registo já muito sumido da tua voz sempre delicada, suave e meiga, para lhe «entregar» um forte e afectuoso abraço teu...
Estava eu longe de imaginar que já não seria possível retribuir-te igual abraço, pois foi o Prof. Onésimo que, quando me aprestava para regressar ao nosso Portugal, se encarregou de me fazer chegar a consternadora notícia...
Neste excruciante momento de «requiem», é ainda aquele «vento poético» que te encheu luminosamente a Vida tão carregada de trágico sofrimento, que quero aqui evocar e convocar...
Foi, no dia 16 de Outubro de 2010, no SalãoNobre dos Paços do Concelho de Tabuaço, que me presenteaste com o generoso e inesquecível discurso académico na apresentação do meu livro Nesta nossa doce língua de Camões e de Aquilino... Deixa-me reviver contigo esses imperecíveis momentos, no íntimo e comovido soluçar da minha alma...
Ambos aprendemos com o Heidegger de SeinundZeit o significado da angustiante finitude da nossa condição e destino (nós somos o Sein-zum-Tode, o ser que tem por destino a Morte...) e, com ele, o sentido crucial e intranscendível da temporalidade que assinala e singulariza a nossa «passagem» por Deméter: vimos do tempo, somos tempo do tempo e existimos imersamente situados num dado fluxo-e-trajecto temporal finito...Tempo feito de êxodos, navegações e errâncias por todos os espaços reais e imaginários... Tempo não raro, sofridamente doloroso e amargo, mas também e simultaneamente aberto e revelador do respeito universalista pela «diferença» e da generosidade magnânima da dádiva e da inclusão compreensiva e integradora... Tempo-movência de tudo, a dar razão ao heraclitiano “pantarhei”, seja na energética do sonho imaginante e projectivo, seja no ritmo morfo-poiésico e na dinâmica inestancável das experiências e das vivências protagonizadas nas mais diversas circunstâncias, com a cicatriz dos sulcos indeléveis da contingência, da efemeridade e da labilidade que são inapelavelmente congeniais à nossa existência...
Mas também sabemos que «um Poeta nunca morre», sobretudo quando ele encarna (como encarnou...) na grandeza sublime do «Homem de Bem» e do exemplar «Cidadão da Humana Pólis Planetária» que sempre foste. Deixa-me, pois, recordar as palavras simples que, na memorável noite do dia 16 de Outubro de 2010, em Tabuaço, te dediquei, após o inesquecível discurso que me tributaste:

Caríssimo «Frater», André Moa:

Quero dizer-te publicamente aqui, neste lugar tão solene, que me sinto cada vez mais teu «Irmão»!... E toda essa fraternal «consanguinidade» teve o seu início nos tenros e já tão distantes anos dos «meninos» que fomos, na tantas vezes sofrida mas sempre interpelante e enriquecedora partilha de vivências e experiências que nos couberam em sorte, em Viseu, no seminário dos Padres Combonianos, no transformador contexto e referencial identitário de uma «paideia» de matriz clássica, humanista e universalista que tão profundamente iluminou o processo de construção dos arquétipos primevos da nossa ontogénese, incluindo a própria iniciação ao laborioso «prazer da escrita»...
Trouxe, por isso, de propósito para ti (que o livro, enquanto tal, está desde há muito esgotado!...), uma artesanal «réplica» evocativa dos famosos «Elementos de Composição Literária», da autoria do Jesuíta, Pe. Abel Guerra, que esse nosso saudoso Mestre das memoráveis aulas de Português — o Pe. Joaquim Dias Coelho — nos fez adoptar como «guia» insubstituível no estudo propedêutico à «arte de falar e de escrever»...
E, porque, tal como eu, também tu alimentas e transportas nos abismos do sangue e da alma a divina paixão pela Música (jamais esqueceremos a serenata coimbrã que, numa imaginária guitarra, dedilhaste e cantaste à porta de casa...), trouxe-te, em complemento, uma selecção, em folha de pauta, de canções napolitanas (daquelas que cantávamos às estrelas, nas férias da Quinta do Faleiro: lembras-te?...) e de fados e baladas da nossa imorredoira e incontornável Lusa Atenas...
É, pois e ainda, essa identidade antiga e profunda plasmada na reciprocidade dos afectos mais genuínos e das utopias mais puras que me obriga a convocar, hoje e aqui, nesta nossa terra, contigo e com esta maravilhosa gente, todos os Amigos presentes para, em conjunto, celebrarmos os Supremos e Universais Valores da Pólis e da Democracia, esculpidos a fogo no seguinte «monumento poético» de tua autoria:




CIDADÃO DO MUNDO




Sou nem grego nem troiano
Nem covarde nem tirano
Nem celta nem lusitano
Nem português nem hispano
Nem mourisco nem romano
Nem hebreu nem ariano
Nem índio nem africano
Nem europeu nem mongol.

Sou um ser uma vontade
À procura de verdade
De justiça de igualdade
De amor de liberdade
De paz de felicidade
Para toda a humanidade
Una na diversidade
Como a Vida a Terra o Sol
Sou no que sonho e faço
Cidadão Universal
Nascido em Tabuaço
Alto-Douro Portugal

André Moa in
Tabuaço Dour(o)ado
Cantata a Dois, pág. 88.

Tabuaço, 2010.10.16
 
Que cantan los poetas andaluces de ahora...