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DIÁRIO DE UM PACIENTE II

terça-feira, 31 de agosto de 2010

DEMOCRISE 1




HOMO LUPUS HOMINIS

Isto é que vai uma crise!
Eis uma frase repetida até à exaustão, nos dias que correm. Por mim, apetece-me dizer que a crise não vai, continua; que a crise é uma constante da vida. Que a crise de que toda a gente fala hoje em dia, não é verdadeiramente uma autêntica crise. A crise actualmente badalada não passa de uma burla financeira a nível planetário, de uma fraude, de corrupção, de ambição desmedida, de exploração de banqueiros gananciosos e de outros que tais.
A crise, a verdadeira crise é crise de crescimento, é uma crise vital que só termina, no que toca ao indivíduo, com a morte; no que toca à humanidade com uma catástrofe cósmica que termine com a vida na terra. Só a morte destrói a crise, ao destruir a vida.
Krisis é a raiz da crise. A raiz etimológica, entenda-se, que a raiz da crise real, da crise concreta, da crise sentida no dia-a-dia, no quotidiano individual e colectivo, é mais funda e é múltipla.
Há crises boas, prenhes de esperança, capazes de mobilizar fraquezas e forças, revolver tripas, catapultar, demover céus e terra, remover montanhas, contornar obstáculos, aplanar vales, construir diques, aplanar caminhos, semear desertos, amainar tempestades, construir a bonança.
Há crises que nos subjugam, nos arrastam para abismos insuspeitados, nos desalentam, crises que só uma boa crise, daquelas de colocar tudo em crise, a chamada crise de crescimento, a crise susceptível de remover montanhas, pode ultrapassar. A democracia está em crise? Sempre esteve. Sempre estará. Crise boa ou má? Em meu entender má. Daí a necessidade de transformar a crise que vivemos, a má crise, a democrise, em crise democrática, vivificadora, criadora, redentora, susceptível de criar esperança. Só a democrise, a crise do demo, a crise do povo, a crise luciferina, a crise à 1385 será capaz de libertar, de evitar que o homem-povo continue a ser devorado pelo lobo-homem.
André Moa

sábado, 28 de agosto de 2010

UMA VIDA EM VERSOS COM REVERSOS

In illo tempore com um amigo inglês, prof. de violino no Conservatório de Angra-do-Heóísmo
P(OVO)
EDIÇÃO DO AUTOR
COMPOSIÇÃO E IMPRESSÃO DE JOSÉ DINIS
Outubro/1979
ERA UMA VEZ UM PAÍS
era uma vez um país
que nunca foi o que quis
matagal sobre a raiz
coutada de rei juiz
general padre aprendiz
de feiticeiro feliz
banqueiro como quem diz
homem de dinheiro cabeça de perdiz
era uma vez um país
SERÁ UM DIA UM PAÍS
será um dia um país
todo sonhado de novo
inventado desde a raiz
com esmero pelo povo
será um dia um país
com abril sol primavera
nunca mais sendo o que era
será um dia um país
ERA UMA VEZ
era uma vez
um operário
a malvadez
crucificou-o
no calvário
era uma vez
um sonhador
veio o burguês
amordaçou-lhe
o ardor
era uma vez
um companheiro
fiel
a estupidez
ofereceu-lhe
fel
era uma vez
um homem
um camarada
sei de quem lhe
fez
uma emboscada
era uma vez
um revolucionário
foi
cortado em três
e encerrado
num sacrário
era uma vez
um homem
bom
sangraram-lhe
a tez
sem tom
nem som
era uma vez
um homem
esforçado
camponês
foi
esbulhado
era uma vez
um perdulário
a cupidez
roubou-lhe
o salário
era uma vez
um trabalhador
era uma vez
um acto de amor
era uma vez
AO COMPANHEIRO ABATIDO
tu não tombaste companheiro
a tua sombra dilatou-se
sem mesura
se eras grande agora és gigante
a tua imagem tem a tua
altura exacta
o povo atento
e caminheiro
vai alcançar-te
um pouco mais adiante
A TODOS OS HOMENS COMPANHEIROS
cresceste para além
das fronteiras naturais
no mar não há gotas
há oceanos
ultrapassaste
os contornos do ser
de seres um
entre os iguais
de teres tempo
espaço e forma
tamanho e vontade
o braço é ramo
o porte é tronco
a acção raiz
mergulhaste
num povo
na corrente
de um país
André Moa

terça-feira, 24 de agosto de 2010

O QUINTETO ERA DOURO


DE PRETO VESTIDO
Em meados do mês de Agosto do ano passado, uns dias antes de partir para férias, recebi um e-mail do meu amigo André Moa a desafiar-me para um projecto. Para eu ter uma ideia do que era, enviava-mo em anexo. Eu parti do princípio que o anexo era o modelo do projecto e a explicação daquilo que ele pretendia, mas deixei a tarefa de o abrir para mais tarde. Como andava bastante ocupada com outras coisas, respondi imediatamente que sim, que contasse comigo.
O meu raciocínio é sempre este: se um amigo me convida para participar em alguma coisa é porque reconhece em mim capacidade para o fazer. Perante esta evidente prova de confiança, acho que nunca devo defraudar as expectativas de quem acreditou em mim. Por outro lado, também acho que mesmo que o desafio seja difícil, o mérito está em conseguir superá-lo. Sempre me dei bem com a máxima de que nada na vida é impossível.
Guardei o anexo na minha "pen" e levei-a comigo de férias. Passados dois dias, abri-a para saber em pormenor o que me esperava. O documento chamava-se "A Preto e Verde".
Lendo-se o que o André Moa explica no texto introdutório “Foi Assim”, percebe-se a escolha deste título para um texto escrito a duas mãos, por dois poetas que se irmanam no que toca "ao político, ao social, ao amor à arte, à literatura, à verdade, à frontalidade, ao despojamento, à falta de ambição, ao amor ao próximo e ao afastado, ao espírito de solidariedade". É caso para dizer que é muito mais aquilo que os une, porque o que os separa é tão só a posição dos pólos de onde olham o mundo.
E foi assim que o desafio me chegou às mãos: a preto e verde, com mais a tonalidade do Osvaldo, a que nem o pai nem o padrinho atribuíram nome. Percebi depois o motivo por se terem ficado por ali e fechado o leque das cores.
Como se pode constatar, seis pessoas passaram a constar de um projecto que nascera a uma voz – a do Ernesto - e, rapidamente, se transformou num coro. Aquilo que começara por ser um contraste de duas cores, ganhou a harmonia dos tons do Outono que se apresentam numa variedade que ora parece esmaecer, ora se apresenta no vivo mais vibrante da paisagem. Contudo, tentar atribuir uma cor a cada um de nós, seria exigir demasiado de qualquer imaginação. Seria bem mais fácil encontrar algo que nos unisse e esse foi o caminho escolhido. Somos seis, todos naturais de Tabuaço, concelho situado na região do Douro vinhateiro. Por isso, o Ernesto Leandro e O André Moa, inspirando-se no universo do humor britânico, decalcado da comédia da década de 60, "O Quinteto Era de Cordas" - filme recheado de mal entendidos, trocadilhos e confusões -, criaram o título "O Sexteto Era Douro". Em jeito de provocação, eu ainda sugeri que, se a obra quisesse vender, o melhor seria chamar-lhe "Cinco homens e uma mulher". Apesar de toda a sua loucura saudável, o Moa teve o bom senso de não me dar ouvidos.
À custa deste trabalho já dei muitas e boas gargalhadas. Algumas, ligadas ao que li e escrevi; outras, motivadas pelo mal entendido a que deu origem.
Eu continuo a ter necessidade do papel para me inspirar. No entanto, sempre que se trata de imprimir qualquer coisa com mais de 20 páginas, considero que é muito mais prático, rápido e barato, copiar para uma "pen" e levá-la a uma gráfica. Nesse dia, porém, não fui eu a fazê-lo. Pedi ao meu marido que lá fosse, tendo tido o cuidado de escrever num papel autocolante o nome do documento. Ele entregou-a e ausentou-se o tempo necessário para que fizessem a cópia. Entretanto, tocou o telefone. Depois de nos termos identificado, foi-me posta a questão:
- Minha senhora, ficou aqui uma "pen" para copiar um documento, mas eu vejo aqui tantos e não sei qual deles é.
Expliquei-lhe que se chamava "A Preto e Verde" e ele rapidamente o encontrou, com um sonoro "Aqui está!". Voltei ao que fazia, quando o telefone voltou a tocar. A mesma voz:
- Desculpe lá, minha senhora, mas nós aqui, para além de não fazermos trabalhos a cores, muito menos imprimimos a preto e verde. Se a senhora quiser só a preto, tudo bem...
Eu nem queria acreditar que alguém pudesse confundir o título de um documento com as cores da impressão, mas há que estar atento às diferentes interpretações que a língua permite. Contendo o riso, disse-lhe que avançasse, que imprimisse a preto.
Ora aqui está como o que nasceu de preto vestido, depois de se ter fantasiado da variedade das cores das ideias dos participantes, se viu devolvido ao negro inicial, por obra e graça do empregado de uma gráfica.

Aida Baptista

NOTA – Com este texto introdutório, acabam-se as entradas. Significa que para a próxima, começarão a ser servidos os pratos fortes do dia. Portanto, podem começar a pedir, a rogar: os pratos de cada dia nos dai hoje.
André Moa

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

CRÓNICAS ALPINAS

















GT

O GT que, parece, tanta confusão tem causado a alguns, é apenas o conjunto de vários amigos, sinceros e honestos, vindos de vários pontos deste Portugal profundo e que apenas mostram que uma grande amizade é aquela em que o interesse comum e individual é desfrutarem de momentos de pura amizade assim como se solidarizarem com não importa qual dos membros em momentos menos bons e se regozijarem nos momentos altos de suas vidas, porque ser amigo é ser o mesmo em todos os momentos.
Como o primeiro encontro foi em Tabuaço, em homenagem ao Grande incentivador do projecto que é o Grande Poeta André Moa, o grupo passou a chamar-se GT (Grupo de Tabuaço). Tão simples como isso.
A coesão do grupo é tão forte e solidária que, para se precaver da intrusão de pessoas alheias aos ideais deste grupo de amigos e para garantir a sua boa estabilidade demonstrada em actos de verdadeira amizade, decidiu blindar a sua estrutura fechando o Grupo a novos aderentes.
O Grupo é composto por 14 membros e tem por frase chave a máxima de Dartagnan e dos Mosqueteiros: "Um por todos e todos por um".
Nas fotos, alguns dos Membros. Dos outros, como L&L, L, T, M, J, não se publicam as fotos não por não serem fotogénicos (são fotogénicos e lindos) mas por respeito e cumprimento da sua vontade.
Espero ter esclarecido os que embirram e tentam denegrir um grupo de amigos que apenas procuram partilhar uma sã amizade e o amor que sentem por Tabuaço e por um dos seus ilustres filhos que é o nosso amigo André Moa.

Osvaldo

Nota – Não é sem rebuço que edito este texto que me foi enviado, com esse destino, pelo grande amigo-irmão Osvaldo, ilustre cidadão do mundo e grande tabuacense. Isto devido aos adjectivos encomiásticos com que sou mimado. Apologista como sou da liberdade de expressão, como me eximir da tarefa que me cabe, se o importante aqui é o GT? Publique-se, pois, e viva o GT. Mas deixa que te diga, caro Osvaldo: que exagero o teu! Consideras-me tão grande que, se eu fosse vaidoso, me pensaria tão grande ou maior que nem o Alexandre o Grande! Então, sou eu o Grande incentivador, quando todos os do GT sabem que o Grande incentivador foste e continuas a ser tu!? E grande poeta, eu? Aqui respondo-te, refugiando-me na ideia que muitos defendem com unhas e dentes: não há grandes nem pequenos poetas, há poetas. A sua poesia é que pode atingir grandeza e valor diferentes, tudo dependendo do que dela disserem e pensarem críticos e leitores. O poeta morre. Só a poesia perdura. Só a poesia é eterna enquanto dura, enquanto permanece na memória das gentes.

André Moa




segunda-feira, 16 de agosto de 2010

UMA VIDA EM VERSOS COM REVERSOS








AOS SETENTA SESSENTA DE POESIA
P(OVO)
EDIÇÃO DO AUTOR
COMPOSIÇÃO E IMPRESSÃO DE JOSÉ DINIS
Outubro/1979
P(OVO) inclui poemas escritos antes da Revolução dos Cravos, poemas escritos durante o PREC (Processo Revolucionário em Curso), poemas escritos durante a perseguição por parte da FLA - Frente de Libertação dos Açores - grupelho aguerrido, burguês, anti-comunista primário, que via em qualquer democrata um perigoso bolchevista que o queria despojar dos seus pergaminhos e benesses. O autor foi perseguido e viu perseguidos familiares seus e os seus amigos e companheiros de luta pela causa da democracia e da transformação do tecido social açoriano, anquilosado, retrógrado e dominado por um clero conservador que recebeu mal o aggiornamento visionado pelo bom papa João XXIII, pela renovação provocada pelo Concílio Vaticano II, e se abespinhou contra as promessas do 25 de Abril.
Por tudo isto, o autor, depois de ter relembrado que nasceu no Alto-Douro, acrescentou: «Vive em Angra do Heroísmo. Por escolha e vontade próprias. A contra-gosto dos donos destas ilhas. Com a amizade retribuída do povo». E dedicou o livro «a todos os resistentes contra o fascismo e o seu imediato sucessor após o 25 de Abril/74 - o FLAscismo nos Açores. Quando algum dos mais atrevidotes que chegaram a escorraçar da sua terra muitos democratas e progressistas católicos, incluindo padres animados pelo aggiornamento que chegou a iluminar alguns sectores da igreja, me acusava de ser continental e não açoriano, insinuando que devia fazer as malas e largar para a minha terra, respondia: «Sou mais desta terra do que tu. Eu estou aqui porque quero, por escolha livre e pessoal. Tu vives aqui, porque a tua mãe te pariu aqui. Se te tivesse desovado na Cochinchina, serias cochinchinês e não quererias saber nada destas terras, pelas quais nada fazes de útil, bem pelo contrário». Ficavam abananados e raivosos, mas também desarmados pelo tom jocoso com que afirmava isto e, por certo, pela corajosa desfaçatez de os confrontar, olhos nos olhos. Até porque sabiam bem, pois eu repetia-o até à exaustão, para que constasse, que dali não sairia nem morto. Sempre que me perguntavam quando é que me ia embora, eu respondia sistemática e invariavelmente. Sair daqui, eu? Nem à força. Sou como o moreão: podem partir-me às postas, mas não largo a cabeça da toca onde habito.
Não será por acaso que o livro abre com o poema
VIDA ILHA

esta vida não é verde
nem cadinho nem vasilha
nada se cria nem perde
tudo se transforma em ilha
ilha casa sem janela
sem porta e sem postigo
condenei-me a viver nela
quero fugir ao castigo
sou casulo de mim mesmo
e dos que arrasto comigo
meu coração anda a esmo
e necessita de abrigo
na vida ilha que escrevo
não há pontes nem pontões
não sou senhor nem sou servo
ando entre os dois aos baldões
suspiro por continentes
já bebi água salgada
quero viver entre gente
que não se sinta afogada
já basta de ventania
de ondas que amedrontam
quero sentir alegria
para além da que me contam
quero ser eu corpo inteiro
sem salitre a corroer
a alma de caminheiro
que tem sede de viver
vida ilha esta que levo
viscosidade de lesma
bebo o céu todo o mar bebo
e tudo fica na mesma
André Moa



quarta-feira, 11 de agosto de 2010

POMBA BRANCA...POMBA BRANCA

Recebi do caríssimo irmão Osvaldo esta imagem imaculada de pomba e a letra da canção imortalizada pelo encantador Max.
Porque recordar é viver e em tempo de férias sabe bem uma dose leve de graça e ternura, aqui vai (via Dad, a quem roguei o favor de postar, já que eu continuo limitado em questões de internet) este mavioso contributo enviado pelo Osvaldo.
Abreijos para todos.
André Moa


Pomba Branca
Paulo de Carvalho
Composição: Maximiano de Sousa (Max)

Pomba branca, pomba branca
Já perdi o teu voar
Naquela terra distante
Toda coberta p’lo mar
Pomba branca, pomba branca
Já perdi o teu voar
Naquela terra distante
Toda coberta p’lo mar

Fui criança e andei descalço
Porque a terra me aquecia
E eram longos os meus olhos
Quando a noite adormecia
Vinham barcos dos países
E eu sorria a deus, sonhei
Traziam roupas, felizes
As crianças dos países
Nesses barcos a chegar

Pomba branca, pomba branca
... ... ...

Depois mais tarde ao perder-me
Por ruas de outras cidades
Cantei meu amor ao vento
Porque sentia saudades
Saudades do meu lugar
Do primeiro amor da vida
Desse instante a aproximar
Dos campos, do meu lugar
À chegada e à partida

Pomba branca, pomba branca
Já perdi o teu voar
Naquela terra distante
Toda coberta p’lo mar

terça-feira, 3 de agosto de 2010

CRÓNICAS ALPINAS









A GRANDE ESTÁTUA DE VOLGOGRAD

Algo que chama a atenção dos que visitam a cidade de Volgograd é esta imensa escultura que se vê de todos os quadrantes.
Esta escultura em betão e aço foi edificada num jardim construído para o efeito na parte mais alta da cidade (Kourgane Mamaïeve) que foi palco de combates violentos e decisivos e importantes para a queda do Terceiro Reich.
Obra do escultor Evgueni Voutchetitch, teve por inspiração possível a estátua "A Victória de Samothrace" (220-185 a/C) em mármore e exposta no Museu do Louvre em Paris.
A estátua da Mãe Pátria em Volvograd, edificada como símbolo da guarda da antiga União Soviética, tem uma altura de 85 metros, inaugurada em 1967 e foi durante anos a mais alta estátua do Mundo. Só a espada original, hoje substituída devido à instabilidade em dias de "rafale", de vento, pesava 14 toneladas e tinha 33 metros de comprimento.
Quando visitarem Volgograd, antiga Stalingrad, certamente não deixarão de prestar atenção a esta obra visível de todos os lados e presente a todo o momento para lembrar uma guerra das mais mortíferas da história.
Osvaldo

domingo, 1 de agosto de 2010

A OUTRA FACE DE MIM

André Moa a declamar «Isaltina» de José Medeiros,
no Mucifal- Sintra, no passado mês de Junho
 
Que cantan los poetas andaluces de ahora...